Louise engoliu em seco naquele momento, respirou fundo e nem notara que o cafajeste já havia se retirado, sentiu as mãos suarem, abaixou a cabeça e se virou de costas para que o rapaz não olhasse o seu decote, ao menos foi isso que ela achou que ele estava olhando.
Durante todo o casamento, Louise ficou escondida, quando finalmente tomou coragem para se virar, não viu mais o rapaz e respirou aliviada. Calçou os sapatos e foi a procura de seu pai, e viu ao longe sua irmã Luíza conversando com um rapaz, alto e praticamente careca, balançou a cabeça, sorriu por um instante e continuou a procurar seu pai, queria ir embora o mais rápido possível, perdida em seus pensamentos, esbarrou em um senhor, envergonhada lhe pediu desculpas e percebeu que ele não desviava o olhar de seu busto, saiu o mais rápido que conseguiu, contudo, os sapatos machucavam seus pés a impedindo de andar com mais rapidez.
Mesmo depois de uma certa distância, ainda sentia o olhar daquele senhor em seu corpo e isto lhe causava uma imensa repulsa. Parou para tentar diminuir a dor que sentia, se encostando em uma árvore, fechou os olhos e tentou não chorar de tanto asco, por ser olhada daquela forma, respirou fundo e sentiu alguém se aproximar.
_ Ockerman... está tudo bem? Parece assustada.
Louise não respondeu, apenas se apressou para sair, mas foi impedida por Phyllype, que a segurou pelo braço a impedindo de sair.
_ Espera por favor, estou falando sério, você não parece bem, está pálida!
_ Isso não é do seu interesse Monreool!
_Eu sei que não, sua marrenta, na verdade vim aqui, pois meu amigo Ricardo não para de falar em você, acho que ele gosta de coisas exóticas.
_ Me deixa em paz Phyllype. Disse Louise bufando de raiva e segurando as lágrimas.
Louise tirou os sapatos e saiu o mais depressa que poderia, encontrou seu pai e o chamou para irem embora.
Quando chegou em casa a primeira coisa que fez foi rasgar o vestido, para nunca mais usá-lo. Suas irmãs entraram no quarto e ficaram assustada com a cena, Lívia fez Louise soltar o vestido e então perguntou-lhe o motivo daquilo, ela não conseguiu responder, apenas começou a chorar descompassadamente e foi acolhida nos braços por suas irmãs até adormecer. No dia seguinte durante o café da manhã a Duquesa só falava do evento e de como tudo estava simples demais, que poderia ser melhor, e que o noivo parecia pobre e estava fora do peso para sua idade, Walter a reprendeu e pediu silêncio, enquanto estivessem à mesa. A duquesa ignorou o marido e continuou a falar e então disse que a melhor parte da noite foi ter encontrado um pretendente para sua querida filha Luíza.
Luíza era uma moça de baixa estatura, com um corpo bem desenhado, cabelos negros, longos e lisos, como o do pais e a pele clara como da mãe, ficava ainda mais bela sorrindo, como estava naquele momento, por enfim conhecer um moço de seu agrado e que não fosse daquela região. Louise achava um absurdo aquele entusiasmo por um homem praticamente calvo e que só viu uma vez. Se levantou e foi para o seu aposento, estava com muita enxaqueca, por ter chorado na noite anterior e não queria ouvir sobre aquele casamento. Deitou em sua cama, abraçando o fino tecido da cama, fechou os olhos e adormeceu, até escutar algo batendo em sua janela, levantou-se e foi observar, quando abriu a janela uma pequena pedra a acertou na bochecha, fazendo-a soltar um gemido.
_ aiii. Disse olhando para baixo. _ Monreool? Falou furiosa. _ O que você pensa que estás a fazer?
_ Acordando a donzela. Riu
_Urggg. Bufou Louise fechando a janela
_Espera esquentadinha, preciso falar com você
_ Pois eu não tenho, vai te embora, antes que eu chame meu pai.
_ Por favor, quer que eu me ajoelhe Ockerman?
As irmãs de Louise chegaram ao quarto e correram para ver o que acontecia, ficaram encantadas e surpresas por ver Phyllype Monreool de joelhos olhando para cima, com raiva Louise entrou em um cômodo, em que fazia sua higiene e voltou com um pequeno recipiente com água e jogou pela janela, fazendo Phyllype levantar assustado e furioso.
_ Suaa sua malucaaa, não sei o que Ricardo viu em ti.
_. Diga ao seu amigo, que não estou interessada, ainda mais em alguém que andas com você. Disse Louise fechando a janela, escutando os milhões de palavrões de Phyllype.
As irmãs riram, até ficarem vermelhas, mas ainda sim encheram Louise de perguntas sobre o tal Rapaz. A semana se passou e a única coisa que ouvia falar era sobre o rapaz que se encantou por Luíza e que prometeu ir visitá-la antes de voltar para sua casa. Luíza estava eufórica, não mais que Duquesa é claro, a todo momento olhava pela janela para ver se ele estava vindo, estava sempre arrumada para não correr o risco de ele chegar e a encontrar feia e desarrumada, assim dizia ela. Após quatros longos dias de espera o rapaz, juntamente com sua família apareceu, para o desgosto de Louise, Phyllype e Ricardo vieram acompanhando o rapaz.
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Vcs conhecem alguém que se apaixona rápido assim como a Luíza kkkk?
Será que esse Phyllype é insistente?
Terceiro capítulo 😍🦋
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Fadada ao Amor
RomantizmSéculo XIX Em uma época, onde o único destino das mulheres era o casamento arranjado, Louise Ockerman sonhava com um futuro diferente, daquele que haviam traçado para ela. Lutar contra o casamento será uma tormenta que ela tentará fugir, mas no cami...