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Naquela manhã, Antonella esbaldou-se com o café da manhã caprichado que a Catarina levou. Estava realmente com muita fome, e só não estava passando mal graças às empadas que ela levou escondido até seu quarto.

Quando a porta foi aberta, Antonella esperava que Catarina entrasse, o que não aconteceu. Um homem ficou na parado enquanto uma senhora tirava a bandeja e o lixo deixando próximo a porta uma caixa de madeira e uma garrafa com água. Antonella pegou a caixa colocando-a na cama, deu uma olhada superficial nos livros e nas revistas, aproveitou para tomar um comprimido tentando descansar um pouco.

Foi um almoço calmo, Catarina estava envolvida em seus pensamentos enquanto Phelipe conversava com um homem sobre negócios. Ela degustava de seu vinho sentindo as vezes a mão possessiva de Phelipe em sua coxa, subindo até sua calcinha, fazendo-a corar. Ela se levantou imediatamente ao vê-lo em pé cumprimentando o homem, Phelipe pousou sua mão nas costas nuas de Catarina enquanto a guiava até a saída.

Quando chegaram, Catarina foi até a cozinha se informar se levaram o almoço para Antonella, ela também conseguiu convencer Phelipe a colocar um frigobar em seu quarto, para que a garota pudesse ter água e sucos disponíveis para quando quisesse, sem precisar ficar pedindo sempre que precisasse.

Phelipe se trancou com Oscar em seu escritório, Catarina sabia que eles ficariam um bom tempo ocupados, pediu que preparassem chá, café, e algumas coisas para levar para Antonella.

— Trouxe um lanche — Disse ao entrar, vendo a garota parada ao lado da janela olhando o entardecer.

Antonella olhou para Catarina por um momento. Seus cabelos estavam soltos e ela estava um pouco maquiada. Seu perfume invadiu o quarto, Catarina era o tipo de mulher que sempre estava muito elegante, mesmo de chinelos. Ela usava um vestido longo florido que lhe deixava ainda mais jovial e charmosa.

— Tudo bem? — Perguntou Catarina ao vê-la em silêncio.

— Sim. Obrigada pelos livros.

— São os meus preferidos.

— Qual é a dívida que meu pai tem com seu marido?

Catarina virou-se rapidamente encarando a garota curiosa, foi pega completamente de surpresa com esse questionamento.

— Eu não me meto nos negócios do Phelipe.

— Mas sabe do que ele é capaz, não é?

Catarina olhou no fundo dos olhos de Antonella analisando seus questionamentos, uma inquietação lhe atingiu em cheio, e ela deixou o quarto indo para o jardim. Sim, ela sabia do que Phelipe era capaz, ela já presenciou algumas coisas difíceis de digerir nesses quase dez anos em que estavam casados, por isso ela estava fazendo o que podia para proteger a garota. Phelipe nunca negou o que fazia, ele era um mafioso inteligente, perspicaz, vingativo, e até violento as vezes. Catarina já presenciou assassinatos, agressões, e algumas coisas que jamais se apagaram da sua memória.

Sentindo a brisa fria do fim de tarde, Catarina encolheu-se encarando a piscina, observou um pássaro tentando beber água e voando em seguida. Ela olhou para cima e viu que Antonella continuava na janela e a observava, trocaram olhares silenciosos, embora os pensamentos de ambas estivessem a todo vapor.

Catarina tirou a roupa caindo na piscina de calcinha, sim, ela sabia que provavelmente Phelipe odiaria vê-la semi-nua, mas era exatamente o que ela queria, que ele a castigasse, precisava urgentemente de suas marcas para sentir-se viva. Ela olhou para janela e Antonella continuava a observá-la, ela afundou e ficou por algum tempo ali.

— Mas que diabos, Catarina!

Ela cobriu os seios com o braço e saiu se aproximando dele. Ele estava sério, irritado, odiava quando ela acabava se expondo mais do que deveria. Ele desceu os olhos para sua calcinha, um pequeno pedaço de renda rosa, que agora completamente molhada, dava uma visão clara do que tinha por baixo. Ele colocou o vestido em Catarina como se estivesse vestindo uma criança, puxando-a pelo braço para dentro da mansão.

Sobre-viverOnde histórias criam vida. Descubra agora