Phelipe estava em seu escritório tomando whisky, nervoso, irritado, sabia que Catarina não saiu sozinha, ela obviamente teve ajuda, e jurou naquele momento que iria descobrir, e que não sobraria ninguém para contar história.
— Senhor, encontramos o microchip na estrada. Infelizmente é uma estrada principal, impossível identificar o destino. — Phelipe observou seu funcionário lhe entregando o chip com vestígios de sangue.
— Desgraçada! — Gritou ele arremessando o copo na parede.
— Estamos tentando coletar as imagens de monitoramento na região. Com licença.
Catarina não pode dormir muito bem, além de estar com um pouco de dor, não podia deixar de entender a gravidade de seus atos, sabia que Phelipe poderia ser bem perigoso quando tomado por raiva. Ela estava sentada na cama, e olhou para Antonella que dormia tranquilamente. Ella parecia tão nova, tão indefesa, ao mesmo tempo tão forte, que naquele momento, tinha vontade de abraçá-la e dizer o quanto era grata a tudo. Sentia que talvez nunca faria o possível para agradecê-la.
— Bom dia. — Disse Antonella acordando e vendo que era observada.
— Bom dia.
— Não dormiu bem?
— Não. Estou com um pouco de dor.
Ella foi até o banheiro, pegou uma caixinha de primeiro socorros e com cuidado tirou o curativo vendo que a região estava um pouco inchada, limpou, aplicou um pouco de pomada, e cobriu a região, saindo em seguida do quarto a procura de analgésicos, anti-inflamatórios, e alguma e coisa para o café da manhã.
— Acredito que sua alimentação é um pouco mais saudável do que a minha. — Disse trazendo o café da manhã para ambas.
— Sim. Obrigada.
Ella a observava, queria acreditar que estava tudo bem, embora soubesse que não era simples assim. Catarina comia em silêncio, como se também estivesse refletindo sobre o risco que corria ali, se livrar de Phelipe nunca seria fácil.
— O que aconteceu? Por que sumiu? Por que decidiu fugir tanto tempo depois?
Catarina olhou para Ella ali, cheia de questionamentos, o que era natural, mas só em relembrar pelo que passou, sentia náuseas. À princípio, ver Phelipe mudado, e ter a oportunidade de reencontrar sua mãe, parecia que perdoar era o melhor a se fazer.
— Depois da última vez que nos falamos, eu fiquei muito pensativa, pensei tanto que cheguei a pedir o divórcio a ele...
— E ele?
— Claro que não aceitou, ele ficou furioso e... bem, ele me agrediu.
— Que? — Antonella tinha vontade de gritar, mas não podia. — Como ele teve coragem? E mesmo depois disso você ainda perdoou?
— É complicado, Ella. Um dia após a agressão, eu tive um aborto, eu nem sabia que estava grávida. Eu me senti péssima, culpada... por muito tempo achei que perdi o bebê por irresponsabilidade minha, quando na verdade só existia um culpado.
— Eu nem posso imaginar sua dor. Sinto muito.
Ella a abraçou forte, alisando suas costas com carinho. Em silêncio, elas fortaleciam uma a outra.
— Não se preocupe, Ella. Eu vou sair do país o quanto antes, não posso ficar aqui, não posso arriscar que Phelipe faça algo com você, ou com sua família. Quando decidi fugir, eu tinha a consciência de que deveria arcar com as consequências dos meus atos.
— Não se preocupe com isso agora, você precisa ficar bem. Fique o tempo que precisar. Diferentemente do que passei em sua casa, você decide a melhor hora de ir.
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Sobre-viver
RomanceDuas máfias rivais estão a ponto de iniciarem uma guerra, depois que Jorge Firmino decide roubar uma carga valiosa de seu principal rival, Phelipe Zimam. Para evitar que um confronto inicie, Phelipe decide sequestrar o que Jorge tem de mais precioso...