Catarina olhou para ela com nojo, sabia exatamente o que significava aquela mulher ali, lembrou de quando Antonella tentou avisar a respeito de seu esposo, estava mais do que na cara que Phelipe nunca prestou, e aparentemente, encontrou em seu caminho alguém com o mesmo caráter que ele.
— Eu suponho que você tenha como provar que o filho é dele, ou vai pedir que o corpo de Phelipe seja exumado para que seja feito o DNA?
— Claro que sim, o material coletado está em um laboratório, assim que meu filho nascer faremos a comparação.
— Pensou em tudo pelo visto.
— Sou uma mulher prevenida. Única coisa que não pude prever, era que você assumiria o lugar dele. Logo você, uma sonsa.
— Cláudia. — Sérgio chamou sua atenção tentando contornar a situação. Catarina fez sinal para que ele não se metesse.
— Talvez você esteja me subestimando, Cláudia. Mas se posso te dar um conselho, aproveite bem, eu não machucaria um bebê inocente, mas sua gestação não vai durar para sempre, e se não quiser deixar seu filho órfão, é bom não testar minha paciência.
— Eu preciso de dinheiro.
— Problema seu, quando essa criança nascer, e você provar que é filho do Phelipe, judicialmente você terá seus direitos, até lá, as pessoas que precisam de dinheiro, geralmente trabalham. Não perca seu tempo, você não será mais recebida em minha casa.
Catarina virou as costas deixando-a para trás, mantendo o controle como podia, enquanto Claudia saia irritada dali, percebendo que não seria tão fácil assim tirar o que queria dela.
Depois de uma semana de descanso, Antonella e Laura estavam de volta. Ella tirou as coisas do carro e encontrou seu pai tomando água na cozinha, ele a olhou e sorriu.
— Oi, filha. Como foi de viagem?
— Bem. Obrigada por não falar para Catarina aonde eu estava, acredito que ela tenha insistido...
— Não, ela não me perguntou nada.
— Não? Vocês não se viram esse tempo todo?
— Claro que sim, ela esteve aqui ainda ontem com Sérgio, mas não me perguntou sobre você.
— Entendi. Melhor assim.
Ella tentou disfarçar sua decepção subindo para o quarto, não podia negar que passou a viagem toda na expectativa de ver Catarina correndo para pedir desculpas mais uma vez e tentar uma reconciliação, mal sabia que Catarina também tentou a todo instante se controlar, e sem querer, sua frieza começava a surtir efeitos.
Depois de descansar bastante e tirar um cochilo, Ella decidiu procurar alguma coisa pra comer, mas antes de sair de seu quarto, ouviu a voz de Catarina ali, ficando tão nervosa que nem sabia o que fazer. Ella respirou, fechou os olhos contando até dez enquanto se olhava no espelho, imaginava que a linda mulher de olhos esverdeados estava ali para vê-la, ela trocou de roupa rapidamente e desceu.
Antonella percebeu que Catarina ficou séria ao vê-la, naquele momento acreditava que ela possivelmente continuava chateada após a última conversa que tiveram, mas não era bem isso, Catarina só estava firme em seu propósito.
— Oi, Ella. — Disse Catarina cordial.
— Oi.

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Sobre-viver
RomanceDuas máfias rivais estão a ponto de iniciarem uma guerra, depois que Jorge Firmino decide roubar uma carga valiosa de seu principal rival, Phelipe Zimam. Para evitar que um confronto inicie, Phelipe decide sequestrar o que Jorge tem de mais precioso...