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Catarina já estava acostumada a ter tudo o que queria sem muito esforço, e quando não acontecia, ela mesma arrumava outros meios de resolver. Sobre a guarda do bebê não foi muito diferente, ela estava ajustando os últimos detalhes para recebê-lo em sua casa.

— Peça para sua filha vir hoje mesmo, dona Dolores. Preciso conhecê-la urgentemente, acabei de receber a confirmação de que Carlinhos vem hoje para casa.

— Valei-me Deus, que benção dona Catarina. Vou ligar agorinha para ela viu? Mas num se aperrei não, porque se ela não puder vir, eu te ajudo com todo gosto.

Catarina entrou no seu antigo quarto em que passou dias difíceis, e observou. As paredes agora eram coloridas, e o quarto estava repleto de brinquedos, e móveis de muito bom gosto escolhidos a dedo por uma arquiteta especializada no público infantil. Ela se aproximou abrindo as gavetas vendo as roupinhas todas limpas e dobradas extremamente organizadas como pediu que estivesse.

— Está pronta?

Catarina se virou e viu Sérgio na porta, ela sorriu e pegou suas coisas saindo ao lado dele. A ansiedade era gigante, ela já conseguia se sentir mãe antes mesmo de ter o bebê em seus braços.

Ella estava sozinha, seu pai e Laura já tinham voltado para casa. Não podia negar que pensava em desistir de tudo algumas vezes, odiava o vazio que sentia naquela cidade. Ela secou as lágrimas e organizou a mesa do café antes de seguir para o trabalho.

Catarina olhou para Carlos em seus braços e sorriu, ele era tão frágil que tinha medo de machucar, ouviu todas as recomendações da enfermeira atentamente, seguindo para sua casa.

Carlinhos era uma criança muito calma, Catarina fechou a porta de seu quarto e se deitou ao lado dele, como se quisesse conhecê-lo melhor, ele estava acordado, tranquilo, atento a voz de sua nova mãe que conversava como se ele pudesse entender cada palavra dita.

— Senhora, licença. Minha filha Cecília já está aqui..

Catarina se sentou na cama vendo dona Dolores aparecer com uma mulher ao seu lado.

— A senhora fica com ele para eu conversar com ela? Não demoro.

— Claro que sim.

Catarina deu uma última olhada e saiu em direção ao escritório sendo seguida por Cecília. Naquele primeiro momento, tudo o que Catarina precisava era de alguém de confiança, com experiência, paciência, e disposta a viajar caso fosse necessário. Cecília tinha toda essa disponibilidade, e muito mais, ela tinha boas recomendações como babá, inclusive no exterior.

— Por mim você pode começar quando quiser. Eu sou mãe de primeira viagem e não sei nada ainda, vou precisar muito da sua ajuda.

— É instinto, tenho certeza que logo a senhora vai cuidar como ninguém. Eu já estou pronta para começar.

— Perfeito! — Sorriu Catarina se levantando.

Catarina voltou para o quarto onde seu filho dormia profundamente, e Cecília se aproximou para conhecê-lo.

Antonella estava preparando o jantar quando viu Laura ligar, elas se falavam por chamada de vídeo todas as noites, era o mais próximo que Ella tinha de uma companhia nessa nova fase de sua vida.

— Oi futura mamãe mais linda do mundo, chegaram bem?

— Sim. Amiga, o que está fazendo? Está na cozinha?

— Sim. Estou preparando o jantar.

— Ella, hoje é sexta-feira.

— Eu sei. E o que tem?

Sobre-viverOnde histórias criam vida. Descubra agora