Definitivamente a pior coisa que poderia acontecer entre elas, era um envolvimento desse tipo, e Antonella sabia. Ela estava sentada no chão se empanzinando dos petiscos e acabando com o restante das bebidas que sobraram no quarto.
Apesar do pouco contato, Antonella já conhecia Catarina o suficiente para saber que a partir de agora, ela faria o possível para tentar fugir, o que deixava a garota um pouco receosa, ela não estava preparada para lidar com o distanciamento de sua protetora, e talvez pudesse ter um bom plano para que isso não viesse acontecer.
Ao acordar, Antonella bateu na porta pedindo para chamarem Catarina, não podia deixar que ela se afastasse, ela sabia que iria enlouquecer sem alguém para conversar.
— Desculpa, mas a garota está agitada e exige falar com a senhora. O senhor Phelipe não está, devo contacta-lo?
— Avise que vou em um instante.
Catarina fechou os olhos, perdeu completamente o apetite afastando o prato de seu café da manhã, nervosa, ela se levantou e encarou a porta por alguns minutos antes de finalmente entrar.
— O que quer? — Disse Catarina trêmula e com o coração acelerado.
— Bom dia para você também. — Disse fingindo estar chateada.
— Bom dia, Antonella.
— Estou com uma maldita ressaca, preciso de remédio.
— Tudo bem, mais alguma coisa?
— Sim. — Ela fez uma pausa prendendo os cabelos. — O que aconteceu ontem? Eu não lembro de absolutamente nada.
Catarina a observou surpresa e sentiu-se aliviada. Talvez fosse melhor esquecer o que aconteceu mesmo, e nesse momento ela inspirou soltando os ombros que antes estavam tensos.
— Não se lembra de nada? — Perguntou querendo saber a verdade.
— Bem, me lembro que você trouxe vinho e alguns petiscos para o jantar, lembro da gente conversando e ouvindo música naquela caixinha de som. — Disse apontando para a caixinha desligada. — Mas só isso, não lembro mais nada, nem mesmo de ter ficado sozinha no quarto. Não vai me dizer que dormi e te deixei falando sozinha?
— Quase isso. — Disse Catarina um pouco vermelha.
— Ah, desculpa. Sou fraca com bebidas. — Mentiu.
— Sem problemas.
— Obrigada por ter jantado comigo, espero que o Phelipe não tenha se importado.
— Ele viajou, eu te disse ontem. — Catarina a observou.
— Ah meu Deus. Não estou dizendo? Esqueci completamente.
— Tudo bem, vou trazer o seu café da manhã.
Antonella não sabia se a desculpa havia servido para despistar Catarina, mas não tinha outra saída, e não podia perder a chance de quem sabe livrar a mulher das garras daquele homem aproveitador.
Catarina estava no quarto vendo Antonella tomar o seu café da manhã, em silêncio, ela observava a garota que vestia uma camiseta larga e calcinha.
— Você precisa de roupas?
— Tecnicamente, não. — Disse Antonella refletindo. — Estou curtindo não usar mais sutiã, e passar o dia inteiro de camiseta ou pijama. Acho que é um costume que vou levar para a vida. Quando eu for embora, se é que um dia isso vai acontecer, uso as minhas roupas que estão guardadas.
Catarina aquela tarde se arrumou para receber Phelipe que voltaria de viagem, arrumou os cabelos, comprou roupas novas, e comprou um novo perfume. Ele chegou por volta de 18h, beijou-a nos lábios e foi para o banho.
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Sobre-viver
RomanceDuas máfias rivais estão a ponto de iniciarem uma guerra, depois que Jorge Firmino decide roubar uma carga valiosa de seu principal rival, Phelipe Zimam. Para evitar que um confronto inicie, Phelipe decide sequestrar o que Jorge tem de mais precioso...