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— O que está acontecendo, Phelipe? Essa mulher está se oferecendo?

— Mesmo se ela estivesse, não existe mulher no mundo que se compare a você.

— Que tal dispensar ela? Eu posso me encarregar novamente da Antonella.

— Não. Eu disse que você poderia vê-la novamente, posso permitir que decida sobre as refeições como me pediu, mas prefiro que Claudia continue a se encarregar da garota.

— Mas posso vê-la quando eu quiser?

— Sim.

Catarina preferiu não questionar, até mesmo porque ter a oportunidade de estar com Antonella já era o suficiente a princípio. Ela tirou o vestido ficando nua diante dos olhos escuros de seu marido e se aproximou beijando-o.

Jorge Firmino estava exausto, suas mãos pousavam em seu queixo levemente quadrado, seus cabelos grisalhos estavam oleosos naquele fim de tarde, sua testa franzida, e sua camisa desabotoada, deixava evidente que ele pouco se importava consigo mesmo naquele momento, não aguentava mais a angústia de ter Antonella sobre o poder de seu maior rival, Phelipe Zimam.

— Estou disposto a entregar os nomes e provas de quem me forneceu todos os detalhes sobre a mercadoria, mas para isso Phelipe precisa aceitar negociar também.

— Estou tentando, Jorge.

— Ligue para ele, preciso resolver isso de uma vez.

Phelipe estava em seu escritório quando viu Ramon entrar segurando um aparelho de celular em suas mãos.

— Desculpa incomodar, senhor Phelipe, mas Jorge está ao telefone e exige falar com o senhor.

— Ele sabe como as coisas funcionam. — Respondeu Phelipe sem paciência.

— Certamente senhor, porém ele insiste que precisa falar urgentemente com o senhor e não abre mão disso. Ele ousou dizer que viria pessoalmente até aqui caso não o atendesse.

Phelipe olhou Ramon por alguns instantes e ficou refletindo sobre, estendeu a mão pedindo o aparelho e fez sinal para que Ramon saísse.

— Fale logo o que quer, você sabe que não deve me ligar.

— Existem assuntos mais importantes do que regras. Quero negociar.

— Sua oferta.

— Consigo uma nova carga com o mesmo fornecedor em quinze dias, ou um quarto do dinheiro que te devo, e provas de quem da sua equipe é um traidor.

— Você está blefando.

— Você está com minha filha, eu jamais faria isso.

— Vou falar com meu sócio.

— Isso é entre você e eu.

— Um informante entrará em contato. Não seja estúpido, não me ligue mais.

Phelipe estava pensativo, sabia que tinha que dar um fim rapidamente em tudo, embora a oferta de uma carga fosse tentadora demais para recusar, saber quem lhe traiu, se tornava uma prioridade necessária.

— Para o chá da tarde, eu quero biscoitos amanteigados, chá de erva doce, e também aquele bolo cremoso com raspas de limão.

Claudia entrou na cozinha e olhou  para Catarina que começava a pedir para as cozinheiras prepararem a bandeja de Antonella, ela estava irritada o suficiente por Phelipe a desprezar completamente na presença de sua esposa, e estava ainda mais nervosa pelo fato de Phelipe permitir que ela voltasse ver a garota.

Sobre-viverOnde histórias criam vida. Descubra agora