Catarina estava atarefada naquela manhã, tinha a intenção de buscar Antonella que receberia alta, mas não pode ir até lá, tinha urgência em se reunir com os aliados, e não poderia fazer caso Antonella estivesse em sua casa. Catarina estava em silêncio enquanto ouvia Sérgio conduzir aquela reunião com maestria, como conselheiro, ele a apresentou a todos, deixando claro as mudanças que aconteceriam agora. Catarina manteria boa parte dos negócios, mas não teria mais uma equipe destinada a assassinatos como seu finado marido mantinha, e apesar dos burburinhos de alguns, entenderam que era um direito dela mudar as regras.
— Nos saímos muito bem. — Disse Sérgio terminando de anotar as pendências que foram reclamadas na reunião. — Olhando assim parece muita coisa, mas não se preocupe, vou ajudar você em tudo.
— Tudo bem. Agora precisamos ir, tenho que buscar Antonella.
Sérgio olhou e balançou a cabeça. Sabia que Antonella era complicada, e que muito provavelmente seria um problema quando descobrisse sobre Catarina. Sérgio estacionou e Catarina desceu do carro enquanto ele arrumava algumas coisas antes de descer. Jorge a viu e foi de encontro para recebê-la.
— Desculpa a demora, precisei me reunir com o pessoal. Está tudo bem?
— Sim. Eu sei que quer levar a Antonella, e com certeza ela vai querer ir com você, mas para mim é melhor que ela fique aqui.
— Por quê?
— Antonella não está podendo ficar andando por enquanto, ela está se recuperando aos poucos, prefiro acompanhar de perto a recuperação dela. Além do mais, sei que você tem muitas coisas para resolver nesse momento.
— Tudo bem, sei que tem razão. Porém nos finais de semana eu venho para buscar ela, combinado?
— Ótimo. Está tudo sob controle?
— Aparentemente, sim. Sérgio te explica melhor. Vou vê-la, ela está sozinha?
— Não.
Catarina olhou para Jorge e saiu, seguiu devagar até o andar de cima curiosa em quem poderia estar ali com ela. Catarina viu que a porta estava entreaberta e resolveu ficar algum tempo antes de decidir entrar.
"Você quer ficar lá em casa? Posso cuidar de você."
"Não se preocupe, Bia. Vou ficar bem aqui, e também acho que meu pai não vai me deixar sair, tenho uma rotina de médicos e fisioterapeutas para ser seguido à risca."
"Tudo bem, melhor não contrariar meu sogro."Ella encarou a porta sendo aberta, e Catarina surgir com um semblante nada amigável dando a entender que estava ali tempo suficiente para ouvir a conversa entre elas.
— Bom dia. — Disse cordial sendo encarada por Bianca que respondeu por obrigação.
Bianca beijou a testa da Antonella sendo observada por Catarina ainda em pé, com a mão pousada na maçaneta, se segurando para não surtar.
— Se cuida, te ligo. — Disse se levantando.
— Está bem. Até...
Catarina permaneceu imóvel enquanto acompanhava Bianca sair, observando em seguida as flores que estavam enfeitando seu quarto. Ella viu que Catarina parecia diferente agora, tinha um ar de poder, ou superioridade, não sabia explicar. Ela estava perfeitamente vestida com um terno de alfaiataria vinho, e saltos finos deixando-a ainda mais elegante.
— Atrapalho? — Perguntou sarcástica ainda parada ao lado da porta.
— Não, vem.
Catarina fechou a porta e tirou o blazer que usava, deixando na poltrona e se sentando na cama, no mesmo lugar em que minutos atrás Bianca ocupava.

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Sobre-viver
RomanceDuas máfias rivais estão a ponto de iniciarem uma guerra, depois que Jorge Firmino decide roubar uma carga valiosa de seu principal rival, Phelipe Zimam. Para evitar que um confronto inicie, Phelipe decide sequestrar o que Jorge tem de mais precioso...