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Abrir mão de todas as suas conquistas, nem sempre era uma coisa simples a se fazer, mas Antonella sabia que amava Catarina demais, e que precisava decidir os rumos de sua vida. Jorge estava radiante, sempre considerou Carlinhos como seu neto pela aproximação que criou com sua nora, mas agora, podia mais do que nunca ter aquele pedacinho de gente oficialmente como membro de sua família.

Dada as circunstâncias, Catarina e Antonella não quiseram organizar uma festa de casamento, apenas um jantar intimista e aconchegante para os mais próximos. E aquela data não era apenas especial pelo casamento de ambas, Antonella também pode se emocionar por agora ter nos registros de Carlinhos, seu nome ali gravado como mãe dele. Elas estavam lindas, radiantes, com vestidos simples e buquês idênticos, os sorrisos bobos, e o amor era contagiante.

— Se você pudesse escolher um lugar, qual seria? — Questionou Catarina nos braços de agora sua esposa.

— Para que? Viajar? Morar?

— Os dois.

— Que pergunta difícil, nunca pensei sobre, mas os lugares que eu com certeza voltaria, acho que... Estados Unidos, Miami, Flórida, Canadá, talvez Portugal? Não sei. Faz muito tempo que não viajo para o exterior. Por quê? Sei que não pode viajar e deixar suas coisas aqui.

— Isso não impede que você viaje com nosso filho. O Carlinhos ia amar conhecer a Disney.

— Seria maravilhoso, amor. Melhor ainda se a gente pudesse ir juntas. Vamos largar tudo aqui, refazer nossa vida em outro lugar. Pense nisso, por favor.

— Amor... já falamos. Vamos ter nossa primeira briga de casadas?

— Tudo bem. Quem sabe um dia você decida me ouvir.

Por mais que Antonella a princípio aceitasse as condições em que sua esposa se encontrava, ela não conseguia se sentir completamente resolvida em relação a suas escolhas, principalmente por saber que tanto Catarina quanto seu pai, corriam sérios riscos, e embora se forçasse a não pensar mais, em alguns momentos, não podia evitar em sonhar em ter uma rotina normal como qualquer outra pessoa.

O dia amanheceu preguiçoso, chovia forte lá fora, e fazia bastante frio. Ella se sentou na cama e sorriu ao ver Carlinhos com o bracinho no pescoço de Catarina, vendo-o dormir tranquilamente, nem parecia que dava tanto trabalho nas madrugadas.

Apesar de Ella questionar sobre a função de Cecília naquela casa, resolveu aceitar o pedido de Catarina para mantê-la como babá de Carlinhos em respeito a dona Dolores, mesmo que agora tenha reduzido drasticamente os cuidados que eram divididos entre as duas mães.

Antonella sorriu ao ver Jorge chegar, era comum ele estar ali, já fazia parte da rotina.

— E minha nora?

— Acredito que ainda está dormindo, papi. Tudo bem?

— Sim.

Eles tomaram café juntos, e Catarina logo apareceu com Carlinhos em seus braços. Ella a beijou, e preparou umas frutinhas para o café da manhã de seu filho, enquanto sua esposa e seu pai saiam para conversar.

As vezes Antonella tinha um pouco de curiosidade em saber sobre os assuntos, embora soubesse que entender mais, poderia atrapalhar muito a relação delas.

— Ella, minha filha nasceu. — Ella se virou olhando Sérgio entrar na cozinha.

— Não acredito que é uma menina, eu disse! Como a Laura está? Por que não me ligaram?

— Foi na madrugada, eu não ia ligar, vocês acabaram de se casar.

— Elas estão bem?

— Sim. Os pais da Laura chegaram de viagem, a mãe dela está com ela no hospital.

Sobre-viverOnde histórias criam vida. Descubra agora