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Laura apareceu para ver Antonella, e decidiu que dormiria ali com ela, Catarina se despediu deixando um beijo carinhoso e voltando para casa ao lado do Sérgio, que era agora seu fiel escudeiro.

Catarina reuniu toda equipe juntamente com os advogados, dispensando-os, pagando tudo o que Phelipe devia, e deixando apenas os funcionários essenciais para a manutenção da casa. Todos já esperavam por isso, sabiam de certa forma que Catarina não iria dar continuidade. Ramon, era o que estava mais empolgado com a notícia, poderia agora finalmente tomar conta de tudo o que Phelipe deixou, tomar para si o império que o ajudou a construir com anos de dedicação, queria agora ter acesso aos seus ganhos absurdamente superestimados, e quem sabe, ter para ele tudo o que foi de Phelipe um dia, até mesmo sua esposa.

— Você acha mesmo necessário ficar grudado em mim 24h? — Questionou Catarina ao ver que Sérgio permanecia na sala após todos terem saído.

— Só cumpro ordens. — Disse se referindo a Jorge. — Mas como perguntou minha opinião, eu acho mais do que necessário, e se eu pudesse sugerir, colocaria no mínimo mais dois seguranças.

— Isso é um absurdo. Não tem necessidade.

— Talvez temos um pouco mais de malícia do que você, ou experiência. O fato é que você é a única que pode assumir a posição de Phelipe quando quiser, e isso acaba sendo uma ameaça pra quem tem interesses.

— Então em qualquer momento que eu decida assumir, eu posso?

— Sim. Se tem uma coisa que é respeitada dentro da máfia, é a hierarquia. E por que a pergunta? Mudou de ideia?

— Não! Desiste, garoto.

Sérgio sorriu e se levantou saindo da sala, onde Catarina organizava tudo antes de ir para seu quarto. Ela tirou a roupa indo para o banho, se sentia exausta, mas aliviada por ver que as coisas estavam começando a se encaixar.

Catarina estava de olhos fechados, sonolenta, mas percebeu que alguém havia entrado no quarto, e o susto a fez jogar o corpo contra a cabeceira, procurando o abajur para acender a luz.

— Mas que inferno! O que pensa que está fazendo?

Catarina viu que Ramon estava ali, ele sempre a olhou de forma diferente quando Phelipe não estava por perto, mas sempre tentou pensar que era coisa de sua cabeça, não dando a devida importância, e nesse momento achava absurdo a invasão em seu quarto.

— Temos alguns assuntos a tratar.

— Eu não tenho nada pra resolver com você, muito menos no meu quarto. Anda. Sai daqui.

— Tudo bem, princesa. Te espero no escritório. Ah, não me faça esperar muito, e nem chame aquele moleque, o assunto é só entre nós dois.

Catarina encarou a porta entreaberta, sua respiração estava entrecortada, e o desespero lhe dominava profundamente. Ela saiu da cama vestindo um moletom escuro e fechou os olhos ao abrir a parte do closet que anteriormente pertencia a Phelipe, pegando uma pistola pequena que sabia que ele sempre manteve ali para eventuais emergências carregando-a.

Ela abriu a porta do escritório vendo que ele estava sentado na cadeira preferida de Phelipe, e tomando o whisky que seu ex marido sempre gostou.

— Esse whisky é realmente muito bom. — Disse ao vê-la entrar.

— Não me faça perder meu tempo com você.

— Devo começar agradecendo por ter entendido que você não leva o menor jeito para liderar a máfia, sabe como é, mulheres são frágeis, não nasceram para isso.

Sobre-viverOnde histórias criam vida. Descubra agora