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Catarina sorriu e bebericou um pouco de seu café, embora a pergunta de seu sogro ainda rondasse seus pensamentos, ela tinha a resposta na ponta da língua.

— Nós nos beijamos... — Começou despretensiosamente. — Após o jantar ontem, ficamos conversando na casa dela, Emily é uma mulher maravilhosa, super divertida e agradável, e era de alguém assim que eu estava precisando. — Sorriu um pouco pensativa. — Mas não rolou nada mais do que um beijo. Eu fui bem sincera com ela, disse o quanto era apaixonada por Antonella mesmo que o casamento tenha chegado ao fim, não dormi em casa porque resolvemos ficar até mais tarde bebendo, e trocando confidências, e já estava um pouco tarde. De qualquer forma não era um momento nem para mim, nem para ela para se envolver com alguém.

— Fico aliviado, filha.

— Mas isso não muda nada, Jorge. Embora não tenha acontecido nada entre nós, não significa que alguma coisa vá mudar entre sua filha e eu. Antonella tomou a decisão dela, e eu respeito isso. Juro que por muitos dias eu pensei em insistir na nossa relação, pensei em correr atrás, pedir perdão mais algumas vezes, mas depois de refletir, resolvi deixá-la em paz. Como disse, respeito a decisão dela, mesmo que isso me machuque, talvez ela realmente esteja apaixonada pela florista e não sou eu que vou impedi-la de ser feliz.

— Talvez ela não esteja tão apaixonada assim. — Disse Sérgio sorrindo e tendo atenção deles.

— Por quê? — Questionou Jorge.

— Ontem Antonella perguntou para Laura se o carro da Catarina estava na garagem, ou seja, embora ela esteja magoada, o fato de ver que você não está correndo atrás dela desesperadamente, está fazendo com que ela se de conta que te perdeu.

Catarina sorriu entristecida, queria muito acreditar nessa hipótese, ao mesmo tempo que odiava cultivar falsas esperanças, preferia ser supreendida do que decepcionada.

— Prefiro manter os pés no chão, se Antonella reconsiderar algum dia e me perdoar, eu estarei aqui. Eu amo ela, e acho que isso nunca vai mudar, mas não vou insistir, quero que ela venha de coração aberto, que me perdoe de verdade, e que entenda que tudo o que fiz foi pelo amor que sinto por ela, não consigo me arrepender de ter feito o que acho certo.

— Tem razão, filha. O tempo é o melhor conselheiro. — Disse Jorge se levantando. — Preciso sair, qualquer coisa me liguem.

Sérgio e Catarina permaneciam em silêncio, ambos refletindo sobre a conversa que tiveram.

— Talvez eu possa te ajudar.

— Do que está falando? — Catarina olhou para ele pensativa.

— Se Antonella começou a se sentir enciumada, talvez o que ela precisa é acreditar que você tem alguém.

— Sérgio, por favor! Eu não sou mais uma adolescente que vive de joguinhos. Seja o que estiver pensando, esqueça.

— Você não vai precisar fazer nada, confia em mim, ainda posso ser seu fiel escudeiro!

— O que está pensando em fazer?

— Simples... quem é a melhor amiga da Antonella?

— Sua esposa.

— Exato! Laura apenas precisa ouvir algumas coisas para encher a Antonella de informações, se ela realmente te ama, como sabemos que ama, ela não vai ficar de braços cruzados enquanto vê você sair por aí com outra pessoa.

— Faça o que quiser, mas eu não tenho mais esperanças de que Antonella passe por cima do orgulho.

— Tudo bem, deixe comigo.

Sobre-viverOnde histórias criam vida. Descubra agora