Se tinha uma coisa que definitivamente tirava Phelipe do sério, era dormir sozinho. Catarina não saiu do quarto dela durante a noite toda, não jantou, e já passava de 00h quando ele saiu do escritório se dando conta que ela não dormiria com ele.
Antonella não tocou na comida durante todo o dia, e também não tinha o menor apetite. As bandejas que anteriormente eram regadas de comidas gostosas e bem feitas, agora se resumiam a arroz branco e um pedaço de carne.
— Não vai comer? — Perguntou Claudia voltando para buscar a bandeja.
— Está cega?
Ela saiu devolvendo a bandeja na cozinha, e encontrou Phelipe no corredor.
— Algum problema?
— Não acho que seja um problema, mas ela não comeu nada durante todo o dia.
— Quando ela estiver com fome, ela come. Obrigada.
— Qualquer coisa que precisar me procure, a qualquer hora. — Disse em um tom provocativo.
Phelipe parou por um instante ao perceber as intenções de Claudia, obviamente que não seria o seu primeiro caso extraconjugal, mas definitivamente seria um tanto perigoso se envolver com outra mulher debaixo do mesmo teto que sua esposa estava.
— Catarina. — Phelipe bateu na porta e ficou esperando que ela abrisse. — Catarina, por favor, pode abrir?
Ela estava sentada na cama olhando para a porta, vendo-o forçar a maçaneta.
— Oi. — Disse ela abrindo. Ele continuou parado do lado de fora.
— Não vem deitar? Está tarde.
— Vou dormir aqui. Quero ficar sozinha.
Phelipe pensou em quebrar suas próprias regras e arrancá-la de lá, mas virou as costas e a deixou em seu quarto.
Como ele pode imaginar, o quarto de Claudia estava com a porta destrancada, ele entrou e a viu em pé, ela sorriu se aproximando de onde ele estava, cheirou a curva do seu pescoço e encarou seus olhos escuros antes de beija-lo.
Catarina se levantou no meio da madrugada e foi até a cozinha. Pegou um iogurte na geladeira e se sentou para comer em silêncio. Ela ouviu alguém se aproximar e viu Phelipe entrar, ele parecia surpreso ao vê-la acordada, e por poucos minutos não o viu sair do quarto de Claudia.
— Vem para a cama. — Pediu ele se aproximando dela que continuou em silêncio.
Ela jogou a embalagem no lixo, deixando a colher na pia e saindo sem dizer nenhuma palavra. Ele a pegou pelo braço encarando-a.
— O que pensa que está fazendo? — Ele quase rosnou como uma fera.
— Você está me machucando, Phelipe. — Disse olhando para seu braço sendo apertado.
— Pensei que gostasse.
— Não o tempo inteiro.
Ela puxou o braço de seu agarro e saiu em direção ao seu quarto, deixando Phelipe ainda mais irritado do que já estava.
Antonella estava encostada na janela olhando para fora quando viu Claudia entrar sorridente, colocando uma bandeja e saindo sem dizer nada, mas Ella não era inocente, e em pouco tempo iria perceber o que estava de fato acontecendo ali.
Catarina estava tomando sol, na verdade ela só queria ver Antonella, o que não foi difícil. Ambas trocaram olhares silenciosos. Catarina a observou, ela gostaria de estar com ela, o que não era possível.

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Sobre-viver
RomansaDuas máfias rivais estão a ponto de iniciarem uma guerra, depois que Jorge Firmino decide roubar uma carga valiosa de seu principal rival, Phelipe Zimam. Para evitar que um confronto inicie, Phelipe decide sequestrar o que Jorge tem de mais precioso...