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Antonella ficou algum tempo refletindo, mas tinha bebido e sabia que não estava em condições para decidir nada importante naquele momento.

— Não é uma decisão para ser tomada de forma impensada, nem sob efeito de de tesão e álcool.

Catarina que estava encostada na parede suspirou arrumando suas roupas e corrigindo sua postura. Apesar de concordar com sua observação, já imaginava qual era a decisão de Antonella.

— Preciso ir.

— Está tarde e você bebeu. É melhor ficar essa noite aqui.

— Não precisa se preocupar.

— Você conhece a casa, tem outros quartos além do meu, não se preocupe, sei muito bem respeitar seu espaço, acho que deixei isso bem claro.

Catarina saiu deixando Ella sozinha, tirou sua roupa e se jogou na piscina tentando inutilmente se acalmar. Ella que estava se aproximando, parou por alguns minutos para olhá-la, não podia negar o quanto Catarina era linda, e o quanto queria que tudo fosse mais simples.

Antonella estava no mesmo quarto em que passou dias intermináveis depois de ser sequestrada por Phelipe, ela se encostou na janela e ficou observando Catarina que continuava na piscina, nua e linda. Elas trocaram olhares, e Ella saiu, se sentando no chão do quarto.

— Obrigada. — Disse Catarina ao ver Sérgio se aproximando com uma toalha.

— Pensei que fariam as pazes.

— Não é tão fácil assim. Eu acho que preciso aceitar que Antonella nunca vai me perdoar, e muito menos aceitar quem eu sou agora.

Catarina entrou direto para seu quarto, após tomar um banho e trocar de roupa, ficou próximo à piscina fumando sozinha, sendo monitorada atentamente por Ella, que a observava pela janela com as luzes do quarto já apagadas para não chamar atenção.

Depois de um cochilo breve, Antonella viu que o dia começava a clarear, ela chamou um táxi e foi para sua casa. Catarina olhou a porta do quarto aberta e entrou, já imaginava que Ella não continuaria aquela conversa, e como já havia dito antes, precisava entender que tudo acabou no instante em que escolheu assumir a posição de Phelipe.

Antonella estava em seu quarto, secou algumas lágrimas que insistiam em cair e ficou pensativa, não era tão fácil se decidir como gostaria, embora já soubesse o que fazer, ela tentava abrir o coração para entender seus sentimentos, mas não conseguia entender que só estava mascarando suas verdadeiras vontades.

— O que houve? Te liguei a semana toda, pedi para que você fosse comigo na loja na semana passada e você não apareceu nem me explicou nada. Faz uma semana que você me ignora, Antonella.

Laura parou observando Antonella que estava com os olhos inchados em sua frente, cravando o olhar em duas malas dando um passo para o lado para ver melhor.

— Antonella Sanches?

— Estou indo embora.

— Como assim? Você está se precipitando. Não faz isso.

— Não da mais, essa não é a vida que quero para mim.

— Ella, por favor.

— Desculpa, sério. Não torne tudo mais difícil.

Laura ficou em silêncio e disfarçou as lágrimas abraçando forte Antonella. Sabia que Ella sempre foi inconsequente, e essa decisão de ir embora largando tudo para trás, era completamente normal conhecendo-a bem. Jorge também tentou fazê-la mudar de ideia, mas quando Antonella colocava alguma coisa na cabeça, era quase impossível alguém fazê-la repensar.

Sobre-viverOnde histórias criam vida. Descubra agora