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— E agora?

— Agora o que? — Perguntou Antonella observando Laura que estava tomando um pouco de café.

— Qual o próximo passo? Esperar uma nova compra, ou aproveitar o endereço para resgatar a princesa da torre?

— Se fosse fácil sair daquela casa, eu mesma teria saído.

— Será?

— Não seja idiota, Laura.

— Tudo bem, se acalme. Já pensou na possibilidade dela não querer sair de lá? Eu sei que sua intenção é boa, mas leve em consideração que ela é casada, que o marido dela é perigoso, e que talvez seus esforços não te levem a lugar nenhum.

— Já deu minha hora, qualquer novidade sabe onde me encontrar.

Antonella entrou no carro e respirou fundo, sabia que Laura estava coberta de razão, embora tivesse consciência de que Catarina vivia em uma situação que não merecia, ela não podia ser igual a Phelipe e impor absolutamente nada, o que ela podia fazer, fez. Ela aconselhou, e deu um jeito para que Catarina mantivesse contato caso quisesse ajuda, agora precisava encarar os fatos e seguir sua vida sem criar expectativas.

Jorge estava monitorando as ligações de Antonella, colocou pessoas discretamente para vigiar sua filha, e tomava todo cuidado que podia. Sabia que Antonella jamais aceitaria ter seguranças 24h em sua cola, e precisava agir com cautela.

Catarina estava melancólica naquela manhã, chorou em silêncio enquanto tomava banho após o seu treino matinal, não conseguia entender o que estava acontecendo dentro de si, mas sabia que estava com muitas saudades de Antonella, quase em abstinência, e se pudesse, faria qualquer coisa para abraçá-la naquele momento. Deitada de bruços e olhos fechados, ela sentia uma dor física, como se a saudade fosse palpável, queria não ter se apegado tanto a aquela garota como aconteceu, mas era quase impossível já que há muito tempo não tinha alguém tão especial quanto ela para conversar.

Ella estava deitada em sua cama pensativa, embora soubesse que não deveria ter esperanças, não podia deixar de querer mais uma mensagem de Catarina. Ficava criando planos em sua mente para caso em algum momento ela quisesse deixar Phelipe para trás e fugir.

— Filha, tudo bem?

Antonella se sentou na cama e olhou para seu pai ali, apesar de estar com muita raiva dele ainda, não podia negar que o velho era um bom homem, e embora estivesse envolvido até o pescoço com a máfia, era impossível compará-lo ao Phelipe.

— Tenho percebido que você está calada desde que voltou para casa, mesmo sabendo que tem motivos para isso, quero saber se posso ajudar em alguma coisa.

— O que sabe sobre o Phelipe? Sobre a esposa dele?

— Apenas o suficiente, por quê?

— Ele tem amantes? Qual o ponto fraco dele?

— Antonella, que tipo de conversa é essa? Presta atenção, o Phelipe é um cara perigoso, arrogante, violento, ele é um assassino e você viu com seus próprios olhos, nem pense em se vingar dele, está ouvindo?

— Não é sobre mim.

— Antonella... — Ele se levantou vermelho e irritado, sua testa estava franzida, e Ella imaginava que ele iria desmaiar naquele instante. — Não vai me dizer que você tentou alguma coisa com a esposa do Phelipe Zimam.

— Papi, por favor! Quem vê assim, pensa que eu me envolvo com qualquer mulher. A Catarina me ajudou no período em que estive lá, e acho que ela é boa demais para conviver com ele, só isso.

Sobre-viverOnde histórias criam vida. Descubra agora