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Elas trocaram olhares silenciosos, estavam tensas após tudo o que aconteceu com Phelipe, principalmente Catarina que desconhecia a ira de seu esposo, já que nunca deu a ele motivos para isso. Catarina a puxou para cama, para conversarem.

— O que ele te fez? Eu juro que quando sair daqui, eu vou voltar com uma carreta para atropelar esse cretino.

— Antonella, preciso que me ajude.

— Ajudar?

— Phelipe disse que agora você é responsabilidade minha, qualquer coisa que você fizer, eu terei que lidar com as consequências.

— Isso é ridículo.

— Eu sei que não é fácil estar aqui, eu não queria que essa situação estivesse acontecendo, mas já que não posso mudar as circunstâncias, eu posso mudar seus dias e estou me esforçando para isso.

— Eu só quero ir embora, eu não tenho nada a ver com o que quer que esteja acontecendo.

— Eu sei, e também torço para que tudo se resolva o quanto antes.

— Acha que ele disse a verdade? Meu pai...

— Sim. Seu pai comanda a máfia rival. — respondeu Catarina pensativa.

— Máfia? Meu pai é um mafioso?

— Não acho que isso cabe a nós a explicar para você, mas sim, é a verdade.

Antonella se recusava a acreditar, como qualquer filha apaixonada por seu pai, ela imaginava que ele era um homem bom, correto, trabalhador, honesto. Aos vinte e cinco anos de idade, sendo usada em um sequestro, teve a pior decepção de sua vida, descobrir que o homem a quem ela tinha orgulho, era tudo o que ela repudiava, um criminoso sem escrúpulos.

— Se você estiver nervosa, se precisar conversar, peça para me chamarem. Não bata de frente com Phelipe, não faça escândalo. Eu posso trazer um chá, um calmamente, qualquer coisa para que você se sinta melhor.

— As vezes sinto que vou enlouquecer. Estou cansada de ficar presa aqui, pagando por algo que não fiz.

— Eu compreendo, e juro que farei o que puder para que seus dias aqui não precisem ser mais difíceis do que realmente são. Agora preciso resolver algumas coisas, eu volto mais tarde.

— Catarina. — Ela se virou olhando para a garota que lhe observava pensativa. — Obrigada, prometo não causar problemas para você.

Naquela tarde Phelipe estava furioso, pressionou Jorge para que ele corresse contra o tempo, não suportava ter sua esposa o tempo todo lhe desafiando para defender uma total desconhecida. Catarina tentou conversar com ele, mas foi em vão, ele a ignorou, ainda estava irritado com toda a situação.

Jorge estava disposto a negociar com Phelipe, entregaria a ele o nome e as provas de quem traiu sua confiança, e ele ficaria realmente surpreso ao saber quem foi, jamais desconfiaria que tudo não passou de um plano de alguém com muita ganância. Não era tão fácil arrumar toda a grana que precisava, já tinha vendido algumas propriedades e estava levantando o mais depressa possível o que precisava para poder resgatar Antonella.

— Na sua idade eu adorava comer esse tipo de coisa. — Disse Catarina entrando com um pacote de papel nas mãos.

— Fast-food?

Sobre-viverOnde histórias criam vida. Descubra agora