Sobre-viver

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Ella acordou e viu que seu pai estava de bom humor, ele estava preparando o café da manhã enquanto cantarolava suas músicas antigas enquanto as ouvia em um aparelho para discos de vinil.

— Bom dia, papi. Tudo bem?

— Sim, filha. Bom dia.

Ella colocou o Carlinhos no sofá, e ligou a TV no desenho enquanto entrava na cozinha para pegar algo para ele comer. Pouco tempo depois, Sérgio entrou dando bom dia, se aproximando de Jorge mostrando alguns papéis.

— A Laura já acordou, Sérgio?

— Já sim, Ella... — Respondeu ele.

Sérgio e Jorge saíram dali depois de algum tempo, Ella se sentou e viu quando Laura entrou com sua filha nos braços. Carlinhos correu de encontro com Laura fazendo-as sorrirem.

— A florista já mandou a flor do dia. — Disse Laura vendo um vaso com as flores que Ella juntava todas as manhãs.

— Sim.

Durante a tarde, elas trabalhavam enquanto as crianças brincavam no escritório, mas Ella estava inquieta, nervosa, talvez um pouco mais ansiosa do que o normal para um simples pedido de namoro.

— Que horas ela chega?

— Acho que já deve ter chegado, vou para a casa dela às 20h mais ou menos.

Quando Carlinhos dormiu, Ella aproveitou para se cuidar, escovar os cabelos, cuidar do corpo e da mente, enquanto tentava manter-se tranquila. Jorge se trancou no escritório com Sérgio por algum tempo, eles conversavam em tom baixo sendo impossível ouvir qualquer coisa, Ella observou a cena um pouco curiosa, queria saber o que aqueles dois estavam aprontando.

Algumas horas depois, Laura chegou quando Antonella estava dando o jantar para Carlinhos, ela se sentou próximo a Ella e sorriu.

— E a Lara?

— Ela está com o pai, vim ver se você está precisando de alguma coisa.

— Por enquanto não, mas depois agradeço se você olhar ele um pouquinho enquanto eu tomo banho e me arrumo.

— Claro que sim.

— Laura... você tem notado algo diferente em Sérgio?

— Não, por quê?

— Nada, pode ser só impressão minha.

— Vai amiga, fale.

Ella olhou em volta para se certificar que Jorge não estava por ali, e fez uma pausa enquanto Carlinhos tomava suco.

— Meu pai e Sérgio passaram um bom tempo trancados no escritório.

— Não ouviu nada?

— Não. Eles estavam falando baixo.

— Amiga, eu não vi nada, mas prometo que vou observar.

Depois de dar o jantar do Carlinhos, Ella subiu para o quarto acompanhada da Laura para se arrumar. Após o banho, ela se vestiu com um vestido quente, e meias grossas. Aquela noite estava fria, mas não era um frio incômodo, e Ella até gostava de dias mais amenos.

— Como estou? — Questionou Antonella enquanto Laura a observava se arrumar.

— Linda, amiga. Você está linda.

— De verdade?

— Sim!

Depois que Laura saiu, Ella deu um banho em seu filho e entrou para o quarto dele fechando a porta. Antonella abraçou Carlinhos enquanto o colocava para dormir, acariciou seu cabelinho recém lavado e beijou sua pele, ela amava aquele cheiro, aquela pele, mal conseguia entender o tamanho do amor que sentia por aquele pequeno.