Cap. 3 - Geanine Kerr

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Narrado por Geanine


Não foi surpresa ver que havia um segurança para me buscar no aeroporto. Sabia que meu pai não iria me dar liberdade depois do que aconteceu em Londres. Então só me restava ignorar ele até conseguir um jeito de poder andar pela cidade sem precisar de uma sombra na minha cola.

Mando uma mensagem para a Marian, minha melhor amiga desde Londres, avisando que finalmente estava na cidade. Ela me liga assim que lê a mensagem e sorrio atendendo sua ligação enquanto entro no carro. Mantenho a conversa baixa para o segurança não ouvir.

- Ele é um ex-lutador, ou algo assim? - pergunta ela quando comento.

- Não. É um cara jovem.

- Jovem? Sério? Isso não é a cara do seu pai.

- Provavelmente é temporário. - suspiro baixo vendo ele entrar no carro. - Preciso desligar, ele tá aqui.

- Estou indo até a Cartier, me encontra lá. Tem uma coleção que saiu nova que parece estar maravilhosa. - diz enquanto meus olhos se encontram com os dele no retrovisor.

Ele tinha bonitos olhos castanhos esverdeados, o cabelo castanho dourado estava bem penteado e sua pele bronzeada combinava com todo o conjunto do seu rosto bem desenhado e o corpo que devia ser forte para preencher bem o terno que usava.

- Tá bem. Até depois. - me despeço dela desligando e já voltando a atenção para o segurança. - Me leve até uma Cartier.

- Desculpe, srta. mas estou com ordens para leva-la direto para casa. - seu tom é de incomodo.

O olho irritada pelo retrovisor, pronta para ordenar que ele me levasse até a loja, mas percebo que seria perda de tempo. Se ele estava cumprindo ordens do meu pai, por mais que me levasse, eu teria que lidar com meu pai depois, então apenas suspiro pesadamente voltando minha atenção para a paisagem do lado de fora, a qual nem sei bem o que é, pois estou mais concentrada em me controlar. Assim que os pensamentos irritados passam, desbloqueio o celular e mando mensagem para Marian que chegaria um depois do previsto e explico o porque.

O segurança pede para ligar o rádio e deixo que faça o que quer, ele não tinha culpa da porcaria de pai que eu tinha. E provavelmente meu pai o proibiu de conversar comigo, pois o trajeto até em casa é preenchido só pelo som do rádio com música pop em um tom baixo.

Olhando pela janela vejo a cidade da qual sai cinco anos atrás para estudar em Londres, e da qual não sentia falta alguma. Londres era muito melhor, e na primeira oportunidade iria voltar para lá. Tinha aprendido minha lição, não cometeria o mesmo erro que antes, então poderia aproveitar a cidade com muito mais liberdade.

Assim que o segurança estaciona na garagem de casa, desço e vou até o elevador, apertando o botão e esperando apenas alguns segundos até a porta se abrir e eu entrar. Aperto o botão para o último andar, onde desço assim que as portas se abrem novamente.

A porta dupla está aberta, mostrando o detestável hall de entrada da residência. Vou passando por ele, não olhando os detalhes que devem ter se modificando desde o último mês em que estive aqui. Passo pelas portas duplas que dão acesso a sala de estar, totalmente decorada em estilo clássico, com poltronas Luiz XVII. As coisas mais modernas ali eram as cortinas de tecidos leves e o tapete felpudo.

E meus pais, sentados lado a lado no sofá de estofamento bege. Os olhos de ambos se erguendo dos papeis que olhavam, o sorriso curto da minha revelando suas covinhas nas bochechas que deixavam ela com um ar mais jovial que já tinha. Sorrio de volta, ao menos dela eu sentia falta quando estava em Londres.

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