Cap. 10 - Não Provoque

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Acordo no fim de semana com um tempo livre pela manhã, que aproveito jogado na sala de estar batendo papo com Taylor, que também estava livre. Haveria uma festa para a família comparecer, então estavam se preparando para isso enquanto eu assistia um filme e ria com o cara que estava se tornando meu melhor amigo ali.

- Ei, Diana, vem ver filme com a gente! - chamou ele notando ela passar.

Olho por cima do sofá ela vestida com um terninho rosa claro e, pela primeira vez, o cabelo solto. Estava mais bonita que o normal. Teria que pedir pra ela usar o cabelo assim mais vezes. E aquela roupa também, até que deixava ela meio sexy. Não pela cor, mas talvez pelo tipo de corte.

- Vou passar essa, tenho umas ligações para fazer. - acenou seguindo seu caminho.

- Ela é sempre dedicada assim? - perguntou voltando o olhar para ele.

- Não vejo ela fazendo outra coisa que não seja trabalhando. - ele entorta a boca e foca na TV.

É, eu já imaginava aquilo, o que era uma pena. Teria que me aproximar mais dela e conseguir com que se soltasse mais. Trabalho escavo já havia sido abolido, até onde eu sabia.

Já era seis da tarde quando desci pronto até o estacionamento. Achei estranho ser chamado para transportar a família. Até onde eu sabia, o motorista oficial era Adam, um loirão alemão que dirigia para o Kerr, e o casal iria no carro dele. Ainda assim não questionou a ordem, cheguei no estacionamento e tirei o carro o parando logo atrás do Rolls-Royce Cullinan idêntico ao meu, diferenciando apenas pela placa.

Fiquei de queixo caído quando família saiu do elevador, precisando disfarçar a cara, claro. O Kerr usava um terno de veludo verde-escuro, com calça social preta e sapatos bem lustrados, o cabelo perfeitamente penteado e a barba feita; sua mulher seguia de braço dado com ele, um vestido rosa leve, mas que se moldava bem em suas curvas, as destacando mais, o cabelo estava penteado para trás e provavelmente preso, uma maquiagem com lábios vermelhos atraiam toda a atenção para o seu rosto; e logo atrás vinha Geanine, num colado tomara-que-caia azul marinho que se armava no quadril lhe dando a impressão de ter eles mais largos, seu cabeço solto com cachos e uma maquiagem marcando e destacando seus olhos verdes. Ela estava mais linda do que já havia visto.

- Seus serviços não são necessários hoje, Sr. Diaz, não lhe avisaram? - disse o homem ao se aproximar e passar a mulher na frente, para que entrasse no carro.

- Na verdade, foram sim. - disse Geanine no momento que abri a boca. O pai dela voltou o olhar na sua direção, uma expressão desconfiada. - Tenho um compromisso depois do jantar, então optei em ir com ele.

- Compromisso? Qual? - indagou o pai.

- Os pais da Marian estão na cidade, e ofereceram um jantar para mim.

- Estão? E porque não nos chamaram também?

- Convidaram, mas só estarão por hoje e já iremos para esse jantar, achei que não iam querer ir. Mas se quiserem se juntar, vão ser bem-vindos. - ela deu um sorriso doce na direção do pai.

- Querido, vamos nos atrasar. - disse Miranda colocando a cabeça para fora do carro.

- Conversamos melhor sobre isso depois. - alertou o pai e fez um aceno na minha direção antes de entrar no carro.

Abri a porta para Geanine que entrou de imediato e logo sentou atrás do volante, passando a seguir o carro da frente. Olhei pelo retrovisor para ela, que tinha a atenção no celular, um sorriso de lado que indicava estar aprontando algo. Eu tinha certeza que aquela história dos pais da Marian era pura mentira para ir a algum outro lugar.

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