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Ámbar narrando.

_O que faz aqui?- pergunto limpando as lágrimas rapidamente.

_Eu pensava que o restaurante e o banheiro, fossem públicos.- fala Matteo, com seu típico sorriso sarcástico.

_Você não cansa de ser um idiota, não?- pergunto com a voz embargada. Minha vontade de chorar ainda não passou.

Meu dia começou ótimo, fui para empresa, fiz tudo conforme planejei. Tenho minha própria sala, um cargo bom, um salário bom. Mas aí vem a pior parte, a de que meu pai deu a Peter, a total liberdade de me "cortejar", dando a ele falsas esperança. Eu e Peter, nós estávamos até indo bem, como amigos, até ele quase me beijar na mesa do restaurante. E claro, dei um jeito de sair da mesa, e vim parar aqui, quase chorando na frente de um completo idiota, vulgo Matteo.

_Não, eu não canso.- ele debocha._Por quê tu tava chorando? Não conseguiu chegar a tempo no shopping, para pegar a bolsa da última tendência?

_Você acha mesmo que eu vivo nesse mundinho aí?- pergunto o fuzilando com os olhos e solto uma gargalhada sarcástica. Esse garoto tá me tirando do sério.

_Não, eu não acho. Eu tenho certeza.- ele cruza os braços.

_Pois está muito enganado.- falo e viro de frente para o espelho. A vontade de chorar volta com tudo e eu acabo não me controlando, voltando a chorar.

_Não vai me contar por quê está chorando?- ele insiste e eu nego com a cabeça._Tá bom, só não chora muito, pra não desidratar.- ele bate em meus ombros e vai em direção a porta.

_Meu pai.- solto e ele para de andar. Quê que eu tô fazendo? Ele se vira novamente e vem até mim.

_Sabia, a mesada.- ele dá de ombros.

_Não dá mesmo, pra você parar de ser idiota, por um segundo?- pego minha bolsa e vou saindo.

_Ei, ei. Calma aí, cabelo de fogo.- ele me segura pelo braço._Fiquei interessado no assunto, conta aí.- ele pede e eu suspiro.

Por quê é que eu vou contar isso a ele? Sei lá, talvez eu precise desabafar. Mas com ele? Bom, ele provavelmente vai esquecer de tudo, já que a chance de nos vermos novamente, é mínima.

Coloco a bolsa de volta na pia.

_O meu pai, ele...ele tá forçando um cara ficar comigo, por que o pai desse cara é patrocinador da empresa dele...- ele me interrompe.

_E aí ele tá te usando para não perder o patrocínio.- completa como se já soubesse o que aconteceu.

_Como você sabe?- pergunto confusa.

_Vi em um filme, algo parecido.- ele diz dando de ombros, e eu não seguro o riso.

_Então quer dizer, que você assiste filmes que tem filhinhas de papai, como você diz.- falo erguendo uma sobrancelha.

_Não, eca.- ele faz cara de nojo._Sem ofensa.- ele completa.

_Tudo bem.- sorrio.

_Era filme pornô.- ele diz normalmente e eu arregalo os olhos, e sinto que estou corada._Quê? Você nunca assistiu?- ele diz incrédulo.

_É óbvio, que não.- rio._Não gostos dessas coisas.

_De sexo? Quem não gosta de sexo?- ele pergunta.

_E quando eu te dei liberdade pra falarmos sobre isso?- pergunto ficando séria.

_Pelo menos, você parou de chorar, que nem uma retardada.- fecho a cara e estreito os olhos.

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