OPOSTOS

54°

Matteo narrando.

Acordo e olho para o lado, já me entristecendo por a cabelo de fogo não ter ficado ontem. Ela teve que ir pra casa por quê hoje ela precisaria acordar cedo. Ela me contou a situação da empresa.

Levanto da cama e vou direto para um banho, me banho e volto para o quarto. Visto minha roupa, calço minhas botas e passo meu perfume. Saio de casa e vou do lado, onde minha moto tá embrulhada. Desembrulho a mesma e vejo que ela se encontra no mesmo estado. Sorrio por vê a minha moto novamente e a embrulho novamente.

Resolvo ir de carro mesmo. Paro em frente ao estúdio e entro.

_Iae.- cumprimento Július.

_Matteo.- ele ri surpreso e me abraça._Cara, você não foi.

_Não.- rio.

_Mas por quê?- ele pergunta.

_Depois eu te conto, já tive que fazer o mesmo discurso pra minha mãe e o Noah.- falo e ele assente com a cabeça.

_Vai voltar para o estúdio?- ele se senta a minha frente.

_Não sei, cara. Estou com uma coisa em mente.- falo me sentando também.

_Conta.- ele pede.

_Acho que vou voltar a pintar. Mas como eu não quero levar tão a sério, eu vou deixar o estúdio aqui na sua mão e você me paga o aluguel, como combinamos.- explico.

_Tranquilo, irmão.- ele fala._O que você pretende fazer com as pinturas.

_Não sei.- falo encarando o teto, pensativo.

_Vai para o Brasil? Para a galeria de seu pai?- ele pergunta e eu o olho rapidamente.

_Não.- respondo direto._Nunca.

_Tá bom então.- ele suspira._E a Vic?

_Cancelamos o noivado. Falando nisso, tenho que ligar pra ela.- falo pegando meu celular no bolso.

_Tá.- ele levanta e saí.

_Vic.- atento apreensivo.

_Oi...Matteo.- sua voz não é uma das melhores. A Vic sempre foi alegre e extrovertida, meio estranho está escutando ela assim.

_Como você tá?- pergunto.

_Eu vou ficar bem. E você?

_Estou...bem.- mexo na barra da minha camisa preta.

_E a Ámbar? Como está as coisas entre vocês?

_Nós estamos bem também.- falo._Olha, Vic, eu quero que você saiba que...nunca foi a minha intenção te machucar e te peço desculpas por ter deixado você se envolver tanto comigo.

_Matteo, quando eu dizia que te amava, eu não estava de brincadeira, aliás, eu ainda te amo e sempre vou te amar. Você foi um cara diferente na minha vida, você foi especial. Por tanto, eu sempre vou guardar as nossas lembranças. Mas esse amor todo, não é recíproco, eu sei que você ama outra e eu sei aceitar isso.

_Obrigado, de verdade, obrigado por tudo. Você também foi uma pessoa muito especial pra mim. Foi não, é, por quê podemos ser amigos.- falo.

_É...pode ser.

_E seus pais?

_Foi de boa contar pra eles o fim do noivado. Estão a quilômetros de distância, Brasil é bem longe.- ela fala e eu rio.

_Bom, preciso ir.- informo.

_Tá, obrigada por ter ligado.

_Por nada.- falo desligando e ponho o celular no bolso.

Fico olhando para o nada até eu olhar para a o lado de fora do estúdio e vê a cabelo de fogo e a sua amiga passando. Ela está linda, calça preta, seu coturno, blusa branca e a sua jaqueta. Que mulher incrível, meus amigos.

Sem exitar, saio pra fora do estúdio e caminho em passos largos até ela, que até então, não tinha me visto.

_Oi, linda.- sussurro em seu ouvido e ela se vira de vez, me dando um tapa estalado na cara._Puta que pariu, cabelo de fogo, mão pesada do caralho.

_Matt? Desculpa, eu não sabia que era você.- ela rir e toca em meu rosto._Eu pensei que era algum tarado.

_Tadinho de algum que chegar em você.- falo torcendo minha boca, que parecia ter deslocado com seu tapa.

_Desculpa, de verdade.- ela rir e beija meu rosto.

_Oi, Matteo.- a mulher ao seu lado fala.

_Oi, pessoa que eu não sei o nome mas sabe o meu.- falo e ela rir.

_Ste, prazer.- ela se apresenta.

_Prazer.- respondo.

_O que faz aqui?- a cabelo de fogo pergunta.

_Meu estúdio é logo alí, sabia?- pergunto irônico.

_Idiota.- ela revira os olhos.

Me aproximo dela e lhe dou um beijo.

_Cof cof.- faz a Ste._Tocha olímpica tá pesando.- ela brinca e nós rimos.

_Estamos indo almoçar, vem com a gente?- a cabelo de fogo me chama.

_Vamos.- pego em sua mão e começamos a andar até o Pop's.

No caminho até lá, a cabelo de fogo se depara com um grupo de artista tocando e dançando na rua. Ela caminha até lá com Ste e eu reviro os olhos. Eu mereço, é eu mereço.

Ela e Ste se junta com a roda de pessoas e começam a dançar. Dançar não, que aquilo tava parecendo duas patas chocas. Eu ria mais que tudo com aquela cena. Mas de alguma forma o sorriso da cabelo de fogo, seus cabelos balançando, me cativa de uma forma diferente. Ela sorri pra mim e eu retribuo o sorriso.

Elas ficam mais algum tempo, até que a música termina e elas caminham até mim.

_Por favor, me lembrem de não sair mais pra lugar nenhum com vocês duas. Vergonha alheia.- falo.

_Ah, para, tava divertido.- a cabelo de fogo enlaça seu braço no meu._Eu gosto de dançar.

_E não sabe dançar nada.- falo sincero.

_Nossa, geralmente os namorados falam para as namoradas que elas fazem as coisas bem, mesmo estando ruim.- ela fala indignada.

_Sou sincero, meu anjo.- falo a fazendo rir.

_Mas que foi legal, foi. Tava precisando pra tirar o estresse do dia na empresa.- fala Ste ainda ofegante.

_Verdade, as coisas só estão piorando.- fala a cabelo de fogo empurrando a porta do restaurante e nós entramos.

_Tã tão ruim assim?- pergunto.

_Você não sabe o quanto. Temos o risco de falir.- fala Ste.

Caminhamos até uma das mesas e nos sentamos.

_Já sabem alguma coisa? De quem está desviando o dinheiro.- falo.

_Ainda não, estamos investigando mas por enquanto nenhum resultado. E cada dia, cada minuto, cada hora, a pessoa só está desviando mais e mais.- a cabelo de fogo fala.

_Mas isso vai passar, é só uma fase.- falo a tranquilizando.

_Espero.- Ste fala.

C O N T I N U A . . .