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Matteo narrando.

1 mês depois.

Olho em direção a escada e vejo Noah descendo. Nesse 1 mês, eu nunca tive tão distante do Noah, sempre fomos melhores amigos. Brigávamos, mas era por besteira. Eu estou assim com ele, não é nem por ele está ficando com a cabelo de fogo, foi por ele ter me apunhalado. Era só ele ter falado que queria ficar com ela, que eu me afastava. Agora, ele mentir, e ainda ficar com ela, pelas minhas costas? Nem fodendo, que eu vou ficar de boa com isso.

_Matteo, já deu, tá? Vai ficar assim comigo, até quando?- ele pergunta e eu o ignoro._Matteo.

_Vai a merda.- olho fixamente para a TV.

_Cara, não podemos ficar assim, somos irmãos.- ele insiste.

_Grandes coisas, sermos irmãos.- falo entre os dentes.

_Eu tô indo na casa da Ámbar, conversar com pai dela.- ele me informa._Eu estou nervoso e queria, que pelo menos, meu irmão me desse um "boa sorte".

_Vai se foder. Satisfeito?- o olho.

_Você é dramático demais. Não foi pra tanto.- ele fala.

_Na moral, Noah. Essa conversa de 1 mês, tá me cansando pra porra. Some logo da minha frente.- falo e ele suspira saindo.

Me endireito no sofá e tento prestar atenção no filme mas não consigo. Pior que hoje é sexta e não tem festa na casa da Hannah.

Subo as escadas, afim de trocar de roupa e sair pra algum lugar. Me troco, pondo uma calça jeans preta, camisa preta e jaqueta marrom. Termino de me arrumar e desço as escadas. Monto na moto e dou partida.

Paro em uma praça e desço da moto, colo as mãos no bolso pelo frio e fico andando pela praça.

_Matteo?- alguém fala e eu viro.

_Oi...- tento lembrar o nome da mulher.

_Já se esqueceu de mim?- ela pergunta se aproximando.

_Sim.- sou direto._Na verdade, esqueci seu nome.

_Tiffany, meu bem.- ela sorri.

_Ahh, lembrei.- forço um sorriso. A mulher que ficou gemendo enquanto eu tatuava ela.

_Você nem me ligou de volta.- ela se finge de ofendida.

_Tempo curto.- digo.

_Mas aproveitando, essa coincidência de nos encontrarmos, que tal irmos tomar alguma coisa?- ela pergunta.

Olho para um lado e para o outro, procurando alguma desculpa para não ir. Não sei por quê, mas eu não gosto muito dela. Ela é muito oferecida.

_Tá.- falo e ela sorri de orelha a orelha.

Caminhamos até um bar que tina ali perto e nos sentamos em uma das mesas.

_Então, Matteo, o que me diz, sobre você?- ela pergunta.

_Não gosto muito de falar sobre mim.- falo.

_Bom, eu tenho 25 anos, sou dona de uma empresa aqui em Londres. Acho que você conhece, a Grant Power.- ela fala.

_Devo conhecer.- minto. Não faço a mínima ideia de que empresa é essa.

_Você é dono daquele estúdio, não é?- ela pergunta.

_Foi o que pareceu.- respondo normalmente.

Logo o Barman chega com os nossos pedidos e começamos a tomar os nossos drinks

_Já tinha ouvido falarem bastante do seu estúdio, achei confiável e resolvi fazer a minha tatuagem lá, aquele dia.- ela fala e eu tomo um gole da minha bebida.

_Obrigado pela preferência, então.- digo.

_Como vai a vida amorosa? Namorando?- ela pergunta e eu rio.

_Eu não namoro.- respondo sarcástico.

_Então, quer dizer que...você nunca se apaixonou ou quis muito uma mulher, a ponto de pedi-la em namoro?- ela fala.

_Não.- dou de ombros._E nem pretendo.- completo.

_Mas e se algum dia, você conhecer alguma mulher que...sei lá, você acabe gostando.- ela fala e eu a olho voltando a ri.

_Você é engraçada.- rio mais ainda.

_Estou falando sério, Matteo.- ela fecha a cara.

_Eu também estou falando sério, não namoro e nem quero.- falo sério.

_Que pena.- ela revira os olhos._Mas ficar?

_Ficar eu fico.- dou de ombros.

_Ah é?- ela se aproxima.

_Depende da pessoa.- debocho e ela volta a se afastar._Bom, obrigada pela companhia e pelo papo, mas tenho que ir.- me levanto.

_Mas já?- ela franze a testa.

_Já.- coloco o dinheiro debaixo do meu copo._Ai paga o meu e o seu.- pisco pra ela e saio.

Volto a andar pela praça. Não quero ir pra casa, só não queria ficar com aquela mulher, azucrinando minha mente. Ando mais um pouco, até me sentar em um banco e pegar um cigarro do meu bolso.

Pego o cigarro e acendo, levo o mesmo até a boca e trago, soltando a fumaça em seguida.

_Tio?- um menino que aparenta ter uns 6 anos, vem até mim.

_Quê?- respondo ríspido, já perceberam que eu não sou muito bom com crianças, né?

_Vem brincar de bola com a gente?- ele me chama.

_Não posso, tô ocupado.- olho para o lado.

_Por favor, tá faltando gente para o nosso time.- ele aponta pra um grupo de garotos._Por favor, tio.

_Se eu for, você para de me chamar de tio, beleza?- falo e ele concorda com a cabeça.

Levanto com ele e vou até aquele monte de garotos. Tiro minha jaqueta, colocando em cima de um banco próximo. Começamos a jogar e cá entre nós, eu sou muito bom de bola. Me respeitem.

No fim, ficamos de 5x3, o que fez com que todos os moleques que estavam no meu "time" vinhessem me abraçar.

_Ow, já chega.- os afasto.

_Você é legal.- um dos meninos falam. Por quê toda criança fica falando que eu sou legal?

_Valeu, eu sei disso.- respondo.

_Obrigado, por jogar com a gente.- o garoto que tinha ido me chamar, fala.

_De nada.- dou de ombros._Tenho que ir agora.- falo e pego minha jaqueta em cima do banco.

Caminho em direção a minha moto, com a intenção de ir pra cada e tirar todo esse suor do meu corpo. Vou admitir, há muito tempo que eu não jogo bola. Me fez relembrar a minha infância, que não foi lá essas coisas, mas teve momentos bons.

Quando estou perto da moto. Olho para o lado, e vejo Noah com o braço no pescoço da cabelo de fogo. Não sei por quê, mas paraliso com aquela cena. Ele se vira de frente pra ela, toca seus cabelos e a beija. Invés de eu sair dali, meus pés parecem estar pesados e eu não consigo sair do lugar. Minha respiração fica ofegante.

Eles param de se beijar e sorriem um para o outro. Os olhos da cabelo de fogo vem de encontro aos meus e eu estreito os olhos. Ela fica surpresa ao meu vê e não para de me encarar. Noah, que está de costas pra mim, cochicha alguma coisa pra ela e a mesma para de me olhar. Só aí, consigo desviar o olhar e montar na minha moto.

Paro em casa e deixo a chave em cima da mesinha. Subo para meu quarto, tiro minhas roupas e entro para um banho. Deixo a água tirar toda a tensão, estresse e raiva que pecorre pelo meu corpo. E o mais importante, tirar aqueles cabelos ruivos beijando meu irmão, que me apunhalou pelas costas.

C O N T I N U A . . .

OPOSTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora