OPOSTOS

87°

Ámbar narrando.

_Tchau, amor.- Matteo me da um selinho.

_Tchau, amiga.- Emma me abraça.

_Qualquer coisa, me liga.- mando e ela concorda com a cabeça.

Fecho a porta e subo as escadas. Passo em frente ao quarto do pai e resolvo bater na porta. Bato várias e várias vezes mas nada. Tá aqui um lugar onde eu nunca entro sem a permissão do meu pai, bom...aqui e o...O ESCRITÓRIO. Ele deve estar lá.

Desço as escadas novamente e vou até o escritório. Bato e espero por sua resposta.

_Pode entrar.- ouço a sua voz.

_Oi, pai.- entro._É...eu vim...- me sento em uma cadeira a sua frente.

_Precisa de alguma coisa?- ele permanece mexendo em uns papéis.

_Na verdade eu...sabe, quando o senhor chegou, percebi o seu jeito estranho e quero saber se está tudo bem.- falo direta.

_Está tudo bem sim.- ele fala.

_Tem certeza? Foi alguma coisa com a Aurora ou...- começo.

_Não, já falei, está tudo bem.- ele fala sem me olhar.

_Então me olha na cara e fala isso, pai.- peço e ele solta um suspiro, me olhando em seguida.

_Tá, eu vou falar.- ele solta os papéis na mesa._Bom, como foi feito com meu avô, meu pai e eu, a empresa é passada para o nome dos herdeiros. E você é a minha herdeira Ámbar, você vai ter que assumir o meu lugar. É isso.

_Como? Pai, eu...eu não sei nem o que eu faço.- falo nervosa.

_Eu sei mas, isso não depende de mim. Olha, é passada para o herdeiro quando o mesmo forma 20 anos. Você formou 20 no meio do ano passado, consegui enrolar os judicias com a sua perca de memória mas, agora não temos mais pra onde correr.- ele explica.

_Mas eu não estou preparada, eu nem sei nada.- falo eufórica.

_Eu não posso fazer nada, tanto que um judicial foi até a empresa hoje me dá a intimação. A empresa tem que ser passada pra você.- ele insiste.

_Pai, o senhor sempre fez o seu trabalho tão bem, o senhor cuida da Miller tão bem. Não vejo motivos de tirar o senhor do seu cargo.- falo.

_Acontece que como eu já falei, não depende de mim e sim da justiça.- ele fala._Olha, você é capaz Ámbar, você é dedicada e aliás, esse sempre foi seu sonho, esse é seu sonho e sua conquista.

_MAS ISSO TUDO FOI ANTES DE EU PERDER A MEMÓRIA.- me levanto da cadeira rapidamente._Eu estou insegura.

_Eu sei, eu sei. Desculpa, tá?- ele vem até mim e me abraça._Vamos fechar a Miller e eu vou procurar emprego em outro lugar.

_Quê? Como assim?- pergunto.

_Ou você assume, ou a empresa vai ser fechada.- ele explica.

_Eu...- saio de seu abraço._Preciso de ar.- saio do seu escritório e passo pela cozinha.

_Está tudo bem?- a cozinheira pergunta.

_Está sim.- falo e saio da casa.

Respiro fundo aquela brisa leve. Caminho até a piscina, tiro minhas sandálias e me sento na borda, pondo meus pés na água.

_Por quê tudo tem que ser tão difícil?- pergunto a mim mesma.

Fecho meus olhos e inclino meu pescoço pra trás. Sentindo o vento no meu rosto. Memórias vem a minha mente e eu abro os olhos rapidamente. Está eu e Matteo, aqui fora, na piscina. Eu aviso a ele sobre o quanto o cigarro pode lhe fazer mau. Ele é bem sarcástico e debochado, o que me faz voltar para alguma festa. Respiro fundo e as memórias param.