OPOSTOS

7°

Matteo narrando.

A conversa com a cabelo de fogo, foi até legal. Bom saber um ponto fraco seu, que é o seu pai. Volto para o estúdio e começo a trabalhar. Tive que fazer muitas tatuagens e outras era a segunda sessão. Até que fim, dá 21:00 e eu vou pra casa.

Entro em casa e coloco a chave encima da mesinha e vou direto para meu quarto, tirando minhas roupas e a bota. Vou para um banho gelado, deixando toda a tensão do dia ir embora. Aproveito e lavo o meu cabelo. Saio do banho e enrolo uma toalha na cintura, quando abro a porta vejo uma coisa que faz minhas vistas escureceram de raiva.

_Que porra você tá fazendo aqui?- pergunto indo até ela, que está sentada em minha cama._Você sabe, muito bem, que eu não gosto que entrem no meu quarto, Hannah.

_Para com isso, Matteo. Você sabe que comigo, é diferente.- ela pega na toalha enrolada no meu corpo.

_Só não te bato por quê...- falo entre os dentes e ela me interrompe.

_Por quê você me deseja?- fala próximo a mim._Fala Matteo, só tem nós dois aqui.- ela passa suas unhas pelo meu braço.

Fecho os olhos e respiro fundo.

_Só não te bato, por quê você é mulher e a minha mãe me ensinou, que em mulher não se bate. Por mais vagabunda, ela seja.- falo cerrando os punhos.

_Não ligo pra isso.- ela fala e me dá um beijo no pescoço._Agora, vamos aproveitar. Deixa eu tirar essa toalha pra você.

_Não, Hannah. Vaza daqui, AGORA.- grito no final e ela sorri.

_Adoro quando você grita comigo.- ela morde o lábio inferior.

_Vai se foder.- falo estressado e ela dá um passo pra trás.

_Qual é o seu problema, hein? Sabe que eu sempre fui louca por você.- fala com a voz de choro. Perai, ela vai chorar?_Sempre deixei passar o fato de que você fica com todas. Mas que CARALHO, você nunca se importou comigo. Nunca deixou com que eu me aproximasse. Já tentei engolir o fato de que você não namora, mas eu não consigo. Por quê...- ela dá uma pausa._ Eu amo você, Matteo.- ela fala já chorando e eu tento controlar o riso, mas é em vão.

_Primeiro, pra você me amar, você tem que amar a si mesmo.- falo rindo.

_Mas eu me amo, e amo você também.- ela tenta se aproximar e eu me afasto.

_Não se ama não. Se você se amasse, não teria vindo aqui, pagar esse papelão. Já sabendo a minha resposta sobre isso, não sinto nada por você, Hannah. Eu só fico com você, por puro tesão.- falo rindo._Agora te manca, e saí daqui.- falo mais ríspido.

_Por favor, Matteo. Deixa eu te mostrar, que posso te fazer feliz.- fala tentando se aproximar novamente e eu pego em seu pulso.

_Se toca, Hannah. Vai para o inferno, e larga do meu pé.- falo soltando seu pulso. Ela limpa as lágrimas e saí dali.

Que patética. Ela sabe muito bem que eu não me envolvo com ninguém, e ela nunca seria uma exceção. Na verdade ninguém seria exceção. Por quê fica com uma? Quando posso ficar com todas?

Tiro a toalha e visto apenas uma calça moletom, descendo as escadas. Vou para a cozinha e escuto a porta sendo aberta.

_Chegou tarde hoje.- digo para a mãe.

_Pois é, tive que esperar a amiga da Larinha sair.- fala se sentando no banco.

_Larinha? Não é aquela menina que quer fazer uma tatuagem?- pergunto rindo.

_Isso.- minha mãe revira os olhos._Por conta sua, ela agora tá com isso na cabeça.- ela suspira.

_Poderia levar ela lá no meu estúdio, né?- pergunto mesmo já sabendo a sua resposta.