XV

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Kösem não poderia estar mais feliz, agora havia deixado para trás a pequena hatun, e se tornado Sultana. Tinha belas jóias, coroas magníficas e vestidos glamourosos. Tudo isso graças a seus lindos trigêmeos, mas sem dúvidas aquele a quem era mais apegada era a Mehmed. Seu filho querido a quem fazia questão de alimentar de seus próprio leite, não gostava que nenhuma ama lhe amamentasse, Mehmed era dela e só dela, mas o menino tinha um apetite voraz e sempre estava faminto, quase não permitia que Kösem pudesse amamentar suas filhas.

— Sultana. — Gül ağa disse com uma voz alegre e fazendo uma reverência. Enquanto estendia um cilindro de metal para ela. — Venho trazendo uma mensagem para a senhora, uma mensagem de sua majestade, o sultão.

Um sorriso largo surgiu no rosto dela, Kösem rapidamente entregou Mehmed a uma hatun que lhe servia agora. Estendeu a mãos e pegou o objeto para tirar de lá o pepel com uma mensagem que tocou o coração da jovem sultana.

"Minha vida. Minha alma. Minha luz. Minha perdição. Minha estrela. Minha lua.

Este humilde servo anseia pelo cheiro dos teus cabelos, por sentir a maciez de tua pele alva. Não esqueci do brilho dos teus olhos nem por um instante, rezo a Alá todos os dias para que me permita ver teu rosto novamente.

Os dias se transformam em noites, e a noites perdem seu encanto, pois estou longe do meu sol e lua. Estou longe das estrelas que brilham dia e noite nos teus olhos. Meu coração está com você, e é seu para fazer aquilo que quer. É a sultana do meu coração. A dona de todos meus pensamentos. A guia da minha esperança. Desejo estar ao seu lado, voltaria correndo para só para poder ouvir o anjo cantar mais uma vez e tê-lo em meus braços mais uma noite.

De seu humilde servo apaixonado,
Ahmet."

Era possível ouvir a voz de Ahmet e seus sentimentos enquanto colocava no papel as frases mais encantadoras que Kösem já leu em toda sua vida. Não podia negar o quanto estranhava a ausência de Ahmet, não parava de pedir a Alá que ele regressasse são e salvo para o palácio, e que conseguisse conquistar mais uma vitória para o Império Otomano.

Ela deixou a carta de lado quando Nurhan – outrora conhecida como Katarina – entrou apressada em seus aposentos ela parecia preocupada com algo. A jovem vinha seguindo os passos de Nilüfer kalfa, como encarregada do harém.

— Sultana... şehzade Selim, está com febre muito alta.

Kösem ficou surpresa, quase que imediatamente levantou-se e correu até os aposentos do şehzade, o menino não parava de pedir pela mãe, e a sultana tomou lugar ao lado do menino.

— Kösem... — disse com uma expresso chorosa. — Onde está minha mãe?

— Sua mãe está visitando a família dela, mas ela voltará em breve. E pediu para que eu cuidasse de você. — sorriu para ele, acariciando a cabeça dele.

— Está doendo muito...

O coração de Kösem apertou-se ela sabia o que era, e por isso tinha medo. Ela era a culpada por Selim estar naquele estado.

— Eu sei, querido, mas eu prometo que isso vai passar. — disse tentando tranquilizá-lo.

O médico parou de cabeça abaixada, Kösem percebeu que este desejava conversar com ela sobre algo sério. O sultão havia deixado o cuidado de todos os seus filhos nas mãos da jovem sultana, que não se negou, embora está decisão não tivesse agradado muito a valide sultana, e indo totalmente contra as normas do harém. Ela assentiu levemente, e o médico saiu.

Ela colocou Selim para dormir, cantando uma música ninar e quando teve certeza de que ele havia entrado no mundo dos sonhos, saiu do quarto. Umut efendi aguardava por ela no corredor, o homem manteve a cabeça baixa o tempo inteiro.

— O que tem o şehzade? — perguntou com seus coração apertado.

O efendi hesitou em falar, e sua demora deixou a sultana ainda mais preocupada.

— É uma doença que nunca vi antes, sultana. E pelo jeito do príncipe, acredito que... Ele não sobreviverá até amanhã.

A noticia pegou Kösem de surpresa, ela assentiu e deixou o efendi ir. Retornou para os aposentos de Selim, sentou-se ao lado dele, e acariciou seu rosto angelical. Oh Alá, o que foi que eu fiz?

As lágrimas silenciosas desceram por sua bochecha, tinha medo de perder ao menino, havia se afeiçoado a ele como se fosse seu próprio filho. Beijou a testa do menino, e deixou seus aposentos.

Retornou ao seu quarto, viu uma hatun cuidando de Mehmed, sentiu seu coração se apertar ainda mais. Agora era mãe e compreendia a aflição, pensou se fosse seu filho naquela situação se ela mesma permitiria que algo daquele jeito acontecesse com ele.

— Vá chamar Gül ağa agora mesmo. — ordenou com uma voz séria. A hatun deixou o bebê no berço e correu para ir atrás do ağa.

Kösem não parava de andar de um lado para o outro. Estava nervosa, como se estivesse perdendo realmente a um filho de sangue, quando Gül ağa chegou quase pulou em seu pescoço. Ela tinha planos de visitar a bruxa novamente, e ter a cura para aquela doença.














__________¥Curiosidades¥__________

O Sonho de Osman é uma história mitológica relacionada com a vida de Osman I fundador do Império Otomano. A história descreve um sonho experimentado por Osman durante a sua estada na casa de uma figura religiosa, Sheikh Edebali, no qual ele tem uma visão metafórica prever o crescimento ea prosperidade de um império de ser governada por ele e seus descendentes. A história surgiu no século XV, mais de cem anos após a morte de Osman, e é pensado para ter sido criada a fim de proporcionar um mito fundamental para o império, assim como para embelezar a vida de Osman e explicar o seu sucesso posterior.

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