XVI

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Teu caminho ao poder não serião fácil, de agora em diante caminhará pela dor e desespero. E só sentira o gosto do poder durante um curto tempo. Esse é preço da salvação.

As palavras da bruxa continuava a ecoar na mente de Kösem, ficou ao lado de Selim durante todo o tempo, observando o peito do menino subir e descer. Ela havia conseguido uma cura, mas seu coração não se aquietava por nada. Adormeceu ao lado de Selim, e acordou com as mãos curiosas cutucando o seu rosto.

— Kösem... — disse com um sorriso, e Kösem ficou feliz em vê-lo bem. O abraçou com força e beijou o topo de sua cabeça.

Não queria largá-lo por nenhuma razão, mas teve que fazer quando viu a Haci ağa entrar no quarto. Kösem franziu o cenho, não esperava pela presença do eunuco ali, mas estava claro que a valide desejava conversar com ela. Deixou os aposentos de Selim e acompanho o eunuco até o quarto da valide sultana, tinha um mau pressentimento.

Entrou no quarto e fez uma reverencia ao parar frente a ela. Manteve sua cabeça baixa, mas podia sentir a raiva que emanava da sultana.

— Eu já sei do que fez. Como pôde? Fazendo bruxaria contra um membro da dinastia otomana! — vociferou furiosa.

Kösem engoliu em seco, e olhou para Râbi'a.

— Sultana, eu...

— Cale-se! Não quero ouvir sua voz, por sorte Selim continua vivo. Voltou atrás com sua decisão de tentar matá-lo... Contudo, o que fez foi um crime grave, que é punido pela morte. Se o sultão chega...

— O sultão nunca chegará a saber disso, sultana. — interrompeu a valide e recebeu um olhar de raiva.

— Como tem certeza disso? Eu mesma poderia contar.

— E eu poderia dizer que o anel nunca foi roubado pela sultana Saliha, que foi uma grande armação sua. A senhora pode ser a mãe do nosso sultão, contudo, eu sou a mãe de seus filhos e dona de seu coração. E não se esqueça, eu sei exatamente cada um dos seus pontos fracos, de cada esquema que faz, especialmente que por sua culpa o irmão do sultão foi assassinado.

O rosto da valide se retorceu em ira.

— Eu sei de tudo sultana, vi tudo em sua mão naquele dia, só disse a parte que me convenia.

— Você vem tramando desde que disse aquilo. É uma serpente afinal.

Kösem sorriu e a encarou.

— As eras mudam, sultana, e a minha está apenas começando. Com sua licença. — fez uma reverência e deixou o quarto da sultana.

Kösem havia feito muito bom uso de seu dom enquanto o tinha, com ajuda de Gül ağa conseguiu reunir todas as provas contra a valide sultana. Era uma pena, mas sentia-se mais aliviada, pois não teria mais que fingir ser uma ovelha indefesa, agora poderia ser o lobo que sempre foi. Esteve sozinha desde o princípio, foi usada por aqueles que tiveram chance, perdeu tudo o que amava, agora era sua hora de tirar tudo o que eles amavam. Seu sultanato estava apenas começado.

Parou na varanda do quarto do sultão e admirou o lindo céu de Istambul. Estava no centro do mundo, e iria governá-lo não importa o que lhe custasse. Não importa se seria difícil, até preferia que fosse assim, pois duraria muito mais e teria ainda maia valor aos seus olhos.













___________¥Curiosidades¥___________

Para evitar que uma mulher tivesse um filho que não fosse do sultão, os funcionários do palácio eram castrados e davam adeus a seus testículos. Havia tanto eunucos negros como brancos. Estes, normalmente capturados na Europa, assumiam funções administrativas.
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