XXXV

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As horas junto a Ahmet eram muito apreciadas por Kösem, ele a fazia sentir-se especial no meio daquele mundinho fechado no qual tinha que ser forte diariamente. Nos braços de Ahmet podia ser uma simples jovem, e sentir um pouco daquela inocência em seu coração quando o conheceu. Ele estava sentado enquanto Kösem deitava-se em seus seus braços entregando-se as caricias tão castas. 

— Tive um sonho com você na outra noite. — Ahmet disse baixinho só para ela escutar, não queria nem mesmo que as estrelas no céu ouvissem. — Neste sonho, estava sozinho, caminhando pelo mercado vazio. As ruas estavam tão silenciosas que podia ouvir o som da brisa que circulava. E enquanto caminhava, vi uma pessoa parada de costas, usando vestido branco, quando tentei me aproximar, essa pessoa fugiu.

Ahmet fez uma pequena pausa, e notou que Kösem se esforçava para olhar em seus olhos, ela estava curiosa, o que era bem comum. Ela sempre foi muito curiosa com tudo aquilo que a envolvia de algum modo.

— Corri atrás dela, e quando pensei que ia alcançá-la, ela sumiu, e eu estava em um lindo jardim cheio das mais belas rosas, e então vi meu trono no meio do jardim. Você estava sentada nele, usando o vestido branco e segurando nosso filho em seus braços, o alimentando com seu leite. Parecia um anjo. E quando olhou para mim, sorriu abertamente. Deixou de alimentar nosso filho, e o deixou sobre o trono. — Ahmet sorriu, entrelaçou seus dedos, dando um beijo delicado sobre a mão dela. — Levantou-se e abriu seus braços para mim, fui até você, e seus braços se fecharam ao meu redor como as asas de um anjo.

Um sorriso surgiu no rosto de Kösem, e ela ajeitou-se para ficar sentada. Beijou a Ahmet, um longo selar com todo o fulgor de seu coração. Por mais que tentasse fechar seu coração para o amor, ali estava ela, entregando-se a um momento onde a verdade vinha sempre a tona. E aquele beijou, singelo foi tomando a intensidade de dois amantes que desejavam um ao outro, mais do que tudo.

O sultão pegou-a nos braços sem desgrudar seu lábios dos dela, e a carregou para dentro de seu quarto, a deitou sobre a cama com delicadeza, queria amar o corpo de sua sultana mais uma vez antes de partir. Queria manter viva em sua memória a maciez da pele alva de sua amada, do cheiro inebriante de seus cabelos cor de ébano, dos olhos de menina travessa, do aroma de eterna primavera e das curvas femininas que só ele poderia sentir, com um ato de amor carnal.

Com ela não era apenas gerar um herdeiro, seu paraíso era com ela, e sequer tinha duvidas, cada vez que se deitava com ela seu espirito encontra a paz, seu coração o conforto, e seu corpo o prazer de uma paixão mais ardente que o fogo. Cada beijo, cada toque, cada arfar era como uma melodia única criada por Alá só para Ahmet.

Deslizava suas mãos pela superfície quente e macia, enquanto explorava o interior de sua amada, não queria afastar-se dela nem por um instante queria se aprofundar mais e mais, enquanto as pernas ao redor de sua cintura lhe apertavam e seus dedos se entrelaçavam em uma dança de dois amantes libidinosos. 

Quando o cansaço tomou conta de seu corpo, deitou-se ao lado dela, e mirou as estrelas de seus olhos brilhando como o próprio sol. Kösem aconchegou-se em seus braços, enquanto os dedos de Ahmet enrolavam nos cachos de seus cabelos volumosos, seu peito subia e descia com calma.

— Amanhã irá a campanha... — Kösem sussurrou um tanto receosa. — Por que não fica aqui comigo? Tenho medo que não volte para mim, Ahmet. — ela ficou de bruços, com uma expressão tristonha no rosto, que fez Ahmet sorrir.

— Porque sou o sultão, e tenho responsabilidades. — repousou sua mão no queixo dela, e acariciou com o polegar. — Mas não fique preocupada com isto, se um dia eu morrer, irei morrer em seus braços dizendo o quanto te amo, e que não irei ao paraíso sem ti. 

Ahmet beijo a testa dela, e fechou seus olhos, abraçando com mais força o corpo delgado e quente de Kösem. Adormeceu com o aroma dela, o seu aroma favorito.  







___________¥Curiosidades¥___________

A sultana Mahidevran era a mãe de Şehzade Mustafá, o filho mais velho sobrevivente do sultão reinante , que foi o primeiro na linha de ascensão ao trono imperial. Ela ocupou uma posição de destaque no harém de seu filho em Manisa. Enquanto se tornou a favorita de Süleyman e mais tarde sua esposa legal, Mahidevran manteve o status de mãe do filho mais velho de Süleyman, e foi referida como a "primeira esposa" de Süleyman por alguns diplomatas, apesar do fato de nunca terem se casado . Até que a sultana Hürrem, ao se tornar a esposa legal e casada do sultão , recebesse o título de "Sultão", todos os consortes tinham o título de 'Hatun', Como tal, Mahidevran não era uma sultana e não tinha o posto de sultão. 

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