O tempo passava bem rápido em Topkapi, especialmente depois que Saliha havia sido enviada ao Palácio das Lágrimas, onde iria passar o resto da sua vida lamentando ter cruzado o caminho de Kösem. Contudo, está não estava nenhum pouco tranquila, desejava alcançar o posto mais alto como diretora do harém, assim poderia controlar completamente aquele lugar, se o harém imperial fosse seu, nada poderia lhe impedir de ir muito mais adiante, seu único obstáculo era a pessoa que também era como uma mãe para ela.
O ventre de Kösem vinha crescendo demais, estava apenas com seis meses e quase não conseguia caminhar de tão pesada que estava. Todos no harém comentavam sobre ela, diziam que ela estava sendo abençoada com um filho varão. Algumas vezes durante a noite, recebia a visita do sultão, passavam horas juntos, e, às vezes, Kösem adormecia nos braços de Ahmet, enquanto este acariciava o ventre.
Sempre que o bebê se mexia, sentia-se feliz, queria poder carregá-lo em seus braços, e em seus sonhos já podia ter um vislumbre de como seria este bebê.
Quando a primeira neve caiu sobre o palácio, as contrações vieram enquanto estava preparando-se para dormir. Gritou por ajuda, e todo o harém entrou em alerta para saber o que acontecia.
Kösem podia sentir como se seus ossos estivessem se quebrando em várias partes, foram horas tentando empurrar o bebê, viu o sol nascer e se pôr duas vezes antes do som do choro do recém nascido preencher o local. Era uma linda menina, mas a parteira disse que não havia acabado, havia mais um. Foi difícil colocar o segundo para fora, mas conseguiu fazer isso em pouco tempo, era uma outra menina. Kösem pensava que havia acabado, mas ela teve que se esforçar de novo, pois havia um terceiro bebê em seu ventre.
Estava exausta, mas a dor que sentia não lhe permitia parar de jeito nenhum, forçou seu corpo ao máximo, mas em um momento não consegui mais e começou a ofegar não tinha mais forças.
Katarina lhe gritou palavras de incentivo, dizendo que o bebê iria morrer se ela não se esforçasse mais. Tinha que ser mais forte pelo filho em seu ventre, tinha que fazê-lo ver a luz do dia. Ela segurou a mão da amiga e gritou enquanto empurrava, sentia como se estivesse pondo suas entranhas para fora, e este parecia maior do que as outras duas, demorou quase três dias para o parto ser finalizado por completo.
Sem mais forças e incapaz de sequer manter os olhos abertos, apagou. Dormiu um dia inteiro antes de finalmente poder ver os trigêmeos. Uma das meninas havia nascido com fios ruivos como da avó e bisavó. Pegou cada um deles em seus braços, e quando pegou o menino sorriu emocionada, por ver como ele era lindo tinha o rosto de um rei.
O sultão nomeou cada um dos seus filhos.
A primeira a nascer, uma menina de fios ruivos recebeu o nome da bisavó, Hürrem.
A segunda, que tinha a pele bem pálida e cabelos negros como os da mãe recebeu o nome de Geyhan.
E o menino, com uma expressão forte quase como de alguém que conhecia aquele mundo perfeitamente recebeu o nome de Mehmed.
O sultão não poderia estar mais feliz do que naquele momento vendo os pequenos anjos que Kösem havia lhe dado. Três pequenos anjos que amou muito antes de saber que eram três.
O harém inteiro comemorou o nascimento dos três membros da dinastia. A pessoa mais feliz sem dúvida era Kösem, que ninava Mehmed em seus braços, ela podia sentir a graça com a qual ele nasceu. Era abençoado por Alá, um menino que prometeu que iria proteger não importa o que custasse.
____________¥Curiosidades¥__________
A sultana Hafsa foi a esposa de Selim I e a primeira Valide Sultana do Império Otomano como mãe de Süleyman, o Magnífico. Durante o período entre a entronização de seu filho em 1520 e sua morte em 1534, ela foi uma das pessoas mais influentes no Império.
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A Sultana
Ficción históricaUm mundo perigoso, em um harém tudo que se respira é traição. Todas desejam a mesma coisa, ser a mãe de um príncipe e assim conseguir se estabelecer como uma sultana, mas ser apenas mãe dos filhos do sultão, não parecia ser o suficiente. Ela não qu...