XXII

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— Tem certeza disso, paxá? — Kösem perguntou enquanto lia com calma o que estava escrito na carta.

— Sim, sultana. Eu mesmo verifiquei. — Halil paxá disse com um certo orgulho de si mesmo. — Espero que está informação seja útil.

Kösem sorriu satisfeita com a informação, enrolou o papel o enfiou na manga de seu vestido.

— Agradeço sua cooperação, espere pela porta notícias paxá. E, tenho mais um trabalho para o senhor, de agora em diante quero estar informada sobre o que ocorre nas reuniões do conselho.

— Como desejar, sultana.

Kösem deixou a sala, estava feliz não só por ter aquela informação valiosa em mãos, mas por ter a chance de fortalecer ainda mais sua posição como sultana. Seus filhos estavam crescendo rápido, e em menos de um ano havia ficado grávida novamente, ninguém no harém sabia sobre aquela notícia queria fazer uma surpresa ao sultão, iria esperar até a noite quando estaria sozinha com ele e lhe contaria.

Estava mais radiante do que nunca, Meleksima era a única a saber sobre a gravidez da sultana, mas havia prometido silêncio sobre tal assunto.

— Melek, está muito calada. Aconteceu algo? — perguntou olhando para a jovem de cabelos ruivos.

— Não, sultana. — respondeu cabisbaixa.

— Não sou idiota Melek, aconteceu algo sim. Você pode me dizer, talvez eu possa ajudá-la. — Kösem repousou a mão sobre o ombro da menina e sorriu para ela.

Meleksima hesitou um pouco, mas quando abriu sua boca para falar, uma figura conhecida virou no corredor, estava acompanhando de Kassim, e com uma expressão austera no rosto. Ambas as mulheres fizeram reverência, no corredor do palácio não havia tanto perigo para o sultão saber o que Kösem estava planejando, a jovem sultana olhou com amabilidade para seu sultão.

— Kösem, o que tem? Por que está triste? — perguntou, mas ela apenas respondeu com um balançar de cabeça negando sua infelicidade por não poder ter mais a Selim e Murad perto dela. — Espero que nada tenha te machucado.

Kösem sorriu levemente, e disse:

— Desculpe, majestade, mas estou um pouco indispostas... Desejo ir para meus aposentos, com sua permissão.

Ele tocou no rosto dela com delicadeza, e sorriu cedendo ao seu pedido simples.

Kösem andava rápido, e Meleksima tinha que dar alguns pulinhos entre as passadas rápidas para conseguir acompanhar o ritmo da sultana alegre. Contudo ela não foi a seus aposentos, ao invés disso, entrou em uma passagem secreta que Gül ağa havia lhe mostrado semanas atrás, era um corredor estreito, com o teto baixo, mas que dava em uma saleta mal iluminada e naquele lugar viu o eunuco junto a três baús imensos.

Um sorriso enorme surgiu no rosto da sultana. Gül ağa abriu os baús mostrando as várias moedas de ouro ali, Kösem não podia estar mais satisfeita com aquela quantidade de ouro tinha mais do que suficiente para fazer o que quisesse de agora em diante.

— A valide ira se meter em um grande problema. Quando o harém se voltar contra ela, então eu irei assumir o controle. — Kösem se aproximou do tesouro, e pegou algumas moedas em suas mãos. — A sultana Râbi'a agora está endividada até o pescoço.

— Sultana, o devo fazer com este ouro? — Gül ağa perguntou, não podia manter o ouro ali, pois outros poderiam encontrar.

— Esconda-o, onde ninguém o encontre.

— Como desejar, sultana. — fez uma reverência e fechou os baús. Ele pediu ajuda aos jovens ağas que serviam a sultana, para retirar aquele baús dali.

A SultanaOnde histórias criam vida. Descubra agora