Vigésimo Quinto

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Anahí acordou bem disposta, fez suas higienes e vestiu um vestido de lã com mangas longa, meia calça grossa, com botas pretas de camurça e um sobretudo. Deixou os cabelos soltos em ondas, terminando o look com um gorro vermelho, que quebrava a monocromia do resto que era preto.

Apanhou seus livros e a bolsa, seguindo pelo campus. Demorou um pouco até achar sua sala, até tentou pediu informações para algumas pessoas que cruzou pelo caminho, mas o sotaque londrino era tão cheio de gírias que achou um pouco de dificuldade em entender. Então lembrou de Maite e Alfonso, fazia tão pouco tempo que os dois estavam e Nova York e pareciam já ter perdido aquele sotaque quase que totalmente.

- Com licença - entrou na sala apressada - Desculpe o atraso.

O professor lhe sorriu, concedendo o pedido de desculpas. Anahí sentou ao lado de uma japonesa de olhos bem puxados e cabelos longos e pretos que depois Anahí veio a descobrir que se chamava Hana. A turma era bastante jovem: um dos colegas era um italiano, muito bonito de cabelos castanhos e olhos verdes, devia ter uns vinte e nove anos, chamado Matteo. Havia também garota colombiana, de vinte e seis anos, de cabelos castanhos curtos e olhos escuros chamada Alexandra. Havia também a Aba, uma africana da Cidade do Cabo de pele negra lindíssima, observou Anahí. Tinha cabelos cacheados longos e cílios espessos além de um rosto delicado. Aba tinha vinte e sete anos, e fora com quem Anahí fizera mais amizade. A turma era finalizada por Carter, um australiano típico, de cabelos louros, pele bronzeada provavelmente por conta das tardes de sol em Bondi Beach deduziu Anahí. Carter tinha trinta e dois anos, e não tirara os olhos dela desde que entrou na sala, o que ligeiramente incomodou Anahí.

O dia foi de estudo intenso, onde a manhã foi dedicada a parte teórica e a tarde á prática. Anahí estava completamente entusiasmada, pela primeira vez estava saindo da zona de conforto e trabalhando com algo inovador para ela que era a neurologia pediátrica. O ambulatório era imenso, e haviam casos para todos os gostos. Estava encantada com tudo.

Estava se dando muito bem com seus colegas de classe e trocara muitas ideias com Hana e Matteo que tinham a linha de estudo e de atuação muito próxima da sua.

No fim do dia, ao acabarem a rotina de estudos, Carter sugeriu uma reunião no centro da cidade afim de descontrair em um típico pub londrino. Anahí ponderou em aceitar, já que estava cansada e seu foco em estar em Londres era única e exclusivamente para focar nos estudos, porém ao ver que todos toparam, resolveu se juntar ao grupo, não queria que de cara tivessem uma impressão negativa dela.

O rock estava leve e agradável e fora inevitável pensar em Alfonso e no quanto aquele lugar era tão a cara dele. Foi então que tirou uma foto e mandou para ele, gravando um áudio com o som ambiente. Carter não perdeu tempo sentando ao seu lado assim que Aba e Alexandra levantaram para ir ao banheiro.

- Então Anahí, o que está achando de Londres? - perguntou descontraído, dando um gole na cerveja que bebia.

- Acho uma bela cidade, apesar de não ser meu lugar favorito - forçou um sorriso.

- Sabe, desde que te vi na sala - se aproximou - Te achei linda. Sabia que iríamos nos dar bem - pousou uma mão sobre a coxa dela deixando-a estarrecida.

- Escuta Carter - pegou a mão dele, devolvendo-a a mesa - Eu acho que você está sendo inconveniente. Em momento alguém dei abertura muito menos intimidade a você para me tocar. Eu tenho alguém me esperando em Nova York, e ter algo com você definitivamente não está no meu roteiro de viagem.

Carter a olhou ofendido, mas assim que as meninas voltaram à mesa, se retirou voltando ao próprio lugar. O clima pesou e Anahí resolveu ir embora, definitivamente não fora uma boa ideia aceitar aquele convite, devia ter percebido as segundas intenções de Carter ao insistir tanto para que ela fosse.

- Galera, eu já vou - sinalizou, levantando da mesa.

- Ah Annie - lamentou Aba - Fica mais um pouco!

- É Anahí - Hana também insistiu - Vamos juntas depois!

- Não da mesmo pessoal - lamentou - Tenho que ligar pra casa ainda antes de dormir, e isso do fuso horário está me matando - riu - Bom, divirtam-se - acenou e saiu, pagando a conta e pedindo um uber.



Alfonso acabara de buscar Chloe no colégio. Estava preso no trânsito quando o celular piscou, mostrando a mensagem de Anahí. Sorriu ao ver a foto. Era o Thirst Bar, na Greek Streat, um dos seus bares preferidos. Ouviu o rock que ela lhe mandou e aquilo gerou uma nostalgia imensa que chegou a sorrir sozinho ao volante.

Assim que chegaram em casa, Chloe foi para a banheira, e enquanto ele a observava para evitar acidentes, sentou no chão do banheiro respondendo Anahí.

Isso é maldade com quem não pode estar aí. Esse é meu bar preferido - Alfonso.

Anahí riu sozinha, já de pijamas e pronta para dormir outra vez.

Oh, me desculpe. Não sabia que você era tão sensível. Prometo não ocasionar mais gatilhos emocionais em você, Doutor - Anahí.

Alfonso sentiu o membro apertar nas calças só de ler, foi inevitável imaginar Anahí o chamando daquela forma, ao vivo e a cores enquanto rebolava encima de si. Então resolveu mudar de assunto antes que precisasse ir para o chuveiro se aliviar as seis horas da tarde.

Como foi a aula hoje? - Alfonso.

Muito produtiva, e minha turma é fantástica, sem dúvidas farei muito proveito e voltarei para aí cheia de técnicas e ideias novas - Anahí.

Ele sorriu satisfeito. Também havia estudado na Malvern House e sabia o quanto a experiência era enriquecedora do ponto de vista profissional.

Espero que você aproveite muito. Já estou louco de saudades - Alfonso.

Eu também estou - Anahi.

E observando Chloe encher o banheiro todo de espuma, ocorreu uma ideia a Alfonso. Então foi até o escritório e pegou seu notebook voltando a sentar no chão do banheiro. Antes era ele em induzia Anahí a cometer loucuras, agora era ela em fazia isso com ele.








Mais ummmmmmm me amem menoooos kkkkkkkkkk

Sob a pele do lobo Onde histórias criam vida. Descubra agora