Vigésimo Nono

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Anahí sorri na sala de espera do bloco de ginecologia e obstetrícia, era a primeira vez que ela é Alfonso veriam o bebê. O noivo terminava uma cirurgia de emergência e combinou de encontrá-la assim que terminasse. Ela estava ansiosa por dois motivos: pela sensação nova que sentia, mas também por tudo que acontecera no passado. Tentava a todo custo repetir o mantra de que "o que foi foi, o que será será", mas era inevitável volta ou outra se sentir insegura e até mesmo com medo.

Alfonso cruzou o corredor ajeitando o cabelo com a mão. Anahí sorriu deliciada ao vê-lo. Alfonso era tão lindo, forte, exalava sensualidade até quando caminhava simples de jeans e jaqueta de couro como estava agora. Sentou ao lado dele selando-lhe os lábios e Anahí suspirou satisfeita, inalando o perfume delicioso pós banho dele.

- Demorei? - questionou, segurando a mão dela sobre seu colo.

- Não, está tudo bem - sorriu, carinhosa - Como foi a cirurgia?

- Difícil, mas conseguimos reverter - comentou - E vocês como passaram o primeiro dia de trabalho? - acariciou a barriga dela com a mão livre. Anahí abriu ainda mais o sorriso.

- Muito bem - beijou-o outra vez - Minhas pernas estão um pouco cansadas, mas nada que uma massagem das mãos ágeis do meu noivo lindo mais tarde não possam resolver - piscou, mordendo o lábio e ele riu.

- Interesseira - sussurrou.

Não demorou até que Maite os chamassem. Anahí vestiu a camisola do hospital enquanto Alfonso e Maite aguardavam na sala de ultra-sonografia. A luz já estava baixa, e ele a ajudou a deitar na maca. Alfonso notou o nervosismo dela, além das mãos estarem frias, ainda tremelicavam um pouco. Então antes que Maite pudesse dizer algo ele acariciou sua barriga e beijou sua testa sussurrando baixinho.

- Lembra o que falamos? Dessa vez é diferente meu amor - ela assentiu - Tudo vai ser diferente, você tem que confiar.

Alfonso entendia bem a insegurança dela, afinal ele mesmo estava inseguro. A irmã ali sentada, aquela sala, tudo remetia a um passado infeliz do qual os dois queriam esquecer, mas ele não deixou nada transparecer e focou suas energias em lhe passar confiança.

- Vamos lá papais - Maite sorriu, tentando descontrair o ambiente - Ansiosos para ver esse pequeno?

- Mais do que nunca - Alfonso se adiantou, sorrindo enquanto segurava uma das mãos de Anahí.

- Você chegou a fazer alguma consulta em Londres Annie? - perguntou, passeando o aparelho pela barriga coberta de gel.

- Não, na verdade eu descobri na última semana em que estava lá - explicou.

- Certo - Maite ajeitou os óculos, focando a atenção no exame. Manteve-se alguns minutos em silêncio como se estivesse se certificando de algo. Alfonso que conhecia bem a irmã estranhou, porém não quis questionar pra que Anahí não ficasse ainda mais nervosa - Certo - Maite repetiu, tentando mais uma vez se certificar do que via.

Alfonso não aguentou.

- Tudo certo Mai?

- Tudo - ela respondeu desconcertada - Vamos ouvir o bebê! - liberou o som, que surpreendeu a todos.

- É normal o som ser assim, tão descompassado? - Anahí questionou emocionada, porém preocupada.

- Então, não é normal não - Maite riu, se divertindo da confusão dos dois.

- E você fala isso assim? Rindo? - Alfonso questionou, irritado.

- Ei Sr nervosinho - ela brincou - Não é normal pois não é apenas um bebê. Nós estamos ouvindo dois bebês - riu ainda mais da cara que eles faziam - São gêmeos!

Sob a pele do lobo Onde histórias criam vida. Descubra agora