Vigésimo Sexto

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Já tinham quinze dias que Anahí estava em Londres e cada vez mais apaixonada pelo curso e pela cidade. Ela, Aba e Hana aproveitaram a sexta-feira livre para conhecer a cidade. Foram ao Palácio de Buckingham e ao Madame Tussauds, onde tiraram infinitas fotos em poses engraçadas e se divertiram muito. Depois de um reforçado chá das cinco em uma cafeteria típica londrina, caminhavam pela margem do Rio Tâmisa na Riverside Building.

Enquanto as colegas se divertiam na mal assombrada London Dungeon, Anahí preferiu caminhar perto da London Eye. Sentou em um banco de carvalho que encontrou ali, e se pôs a observar a imensa roda gigante. Ela já estava toda iluminada, já que na Inglaterra no inverno, o anoitecer costumava ser mais cedo do que o normal. Estava tão perdida nos próprios pensamentos que nem percebeu quando alguém se sentou ao seu lado. O desconhecido limpou a garganta, chamando a atenção dela.

- Desculpe, precisa de algo? - questionou.

- Uma garota americana? - o homem pediu. Aquela voz não era estranha aos ouvidos de Anahí.

- Desculpe - pediu outra vez - Precisa de algo senhor?

- Na verdade, preciso sim - mexeu no bolso do casaco a assustando. Anahí fez menção de levantar e se afastar, porém ele foi mais rápido, segurando-lhe pelo braço - Preciso de companhia para um passeio - acenou a roda gigante balançando dois ingressos entre os dedos. E então ele abaixou a toca do casaco revelando seu rosto - O que me diz? Posso contar com você?

E Anahí nem pensou duas vezes antes de se jogar encima dele o beijando intensamente. Era surreal! Alfonso estava ali com ela, mal sabia explicar a sensação que tinha. Alfonso a beijava com carinho e saudade, acariciou seus cabelos enquanto a outra mão lhe massageava a cintura. Anahí estava na ponta dos pés, com os braços entrelaçados no pescoço dele. Só se distanciaram quando um flash disparou.

- Prontinho - Hana riu, mostrando o celular para Aba.

- Digna de cinema - ela comentou.

- Ei, vocês - Anahí ralhou, escondendo o rosto no peito de Alfonso.

- Olá - ele riu, rouco - Muito prazer, sou Alfonso Herrera - estendeu a mão para as duas.

- Herrera? Jura? - Hana pediu como se tivesse visto uma celebridade. Ele riu concordando - No Japão, falam muito sobre suas técnicas de recuperação neurológica - comentou, e ele sorriu cheio de orgulho.

- Vai deixá-lo ainda mais convencido - Anahí sussurrou, para Hana que riu - Como se fosse possível - rolou os olhos.

- E como se conheceram? - Aba pediu curiosa.

- A Annie trabalha no mesmo hospital que a minha irmã, Maite, em Nova York. A conheci quando ela atendeu minha filha e desde então foi amor a primeira vista - brincou e ela deu-lhe a língua.

- Amor a primeira briga, você quis dizer - ela completou.

- Vocês formar um casal tão lindo - Hana suspirou encantada. Anahí sorriu, achando-a fofa.

- Já fomos um casal - ela comentou - Agora estamos voltando a nos conhecer melhor - o olhou divertida.

- Amigos coloridos? - Aba riu franzindo o cenho.

- Hummmm gostei - Anahí disse - Amigos coloridos parece bom.

- Deixando claro que é única e exclusivamente porque você - apontou ela - quer.

Os quatro ficaram por um bom tempo conversando, até que as meninas resolveram deixar o "casal" um pouco a sós.

- Annie, nós vamos voltar para o alojamento, está tarde - Aba avisou.

- Tudo bem - sorriu, olhando para Alfonso - Acho que hoje não irei dormir por lá.

Anahí e Alfonso passearam na London Eye e acabaram a noite em um pub no centro da cidade. Alfonso havia combinado de encontrar alguns amigos dos tempos londrinos e aproveitar para apresentá-los para Anahí. Os caras eram muito educados aos olhos dela, e as namoradas deles a trataram muito bem. Os dois dançaram ao som de um bom rock, entre beijos e Bloody Mary's.

- Estou tão feliz em estar aqui com você - ele disse, dando-lhe um selinho.

- Obrigada - o beijou também - Obrigada por não desistir da gente.

- Annie eu - ela o interrompeu.

- Eu sei que tenho sido difícil, sei que não confiei em você, que te culpei por tudo, mas quero que saiba que quero tentar de novo. Eu quero me sentir outra vez bem com você. Quero que a gente possa se acertar, construir nossos sonhos sem pressa - sorriu - Quero que você me reconquiste outra vez para que eu possa voltar a confiar em você e voltar a ser feliz com você.

- Isso é mais do que eu precisava ouvir - a beijou ao som de Beatles.

Little darling, I feel that ice is slowly melting.





Alfonso não precisou de muito para convencê-la a passar a noite com ele no hotel. A saudade que tinham era tão grande que nem o álcool em excesso fora capaz de atrapalhar. Anahí ia na frente com ele a prensando entre os braços, os dois caminhando abraçados. Alfonso entregou o cartão do quarto a ela, que levou dez minutos até conseguir passá-lo pela porta. Entraram no quarto aos beijos e logo as roupas estavam espalhadas enquanto os dois se amavam até a exaustão.


Quando acordaram já passava das dez. Anahí vestia a blusa de frio dele e sua calcinha, enquanto ele usava uma calça de moletom com uma camiseta fina. Estavam aninhados na cama assistindo televisão.

- Está tão bom aqui que tenho medo de acordar e ter sido só um sonho - ela suspirou com os olhos fechados. Alfonso riu.

- Mas foi um sonho - brincou com o nariz dela - Um sonho que infelizmente acaba amanhã. Vou ter que voltar para o trabalho - fez uma careta.

- Não pode ficar nem mais um tiquititinho assim? - mostrou com dos dedos manhosa .

- Infelizmente não, você sabe que se eu pudesse ficaria aqui até seu curso acabar, não sabe? - suspirou - Também não me agrada nada ver você rodeada de médicos bonitões.

Anahí riu, divertindo-se com ele.

- É, isso é verdade - lamentou falsamente - Para mim também não tem sido fácil.

Alfonso arqueou a sobrancelha e ela prendeu o riso.

- Como é Anahí?

- Seu bobo - bateu nele, selando seus lábios - Não tem sido fácil ficar longe de você - colou as testas - Eu estou amando esse surpresa, você me enganou direitinho.

- Você não viu nada ainda - piscou o olho.

- O que você está tramando hein Dr? - roçou a unha pelo peito dele por cima da blusa.

- Quando disse que queria te reconquistar, não estava brincando - beijou os lábios dela - À noite tenho uma supresa para você.

- Só a noite? - fez bico choramingando.

- Só a noite - beijo-lhe o pescoço, fazendo-a arrepiar - Enquanto isso, vou te mostrar outra coisa - riu malicioso, subindo encima dela.

- Aé? E vai me mostrar o que? - arranhou as costas dele por dentro da blusa.

- Vou te mostrar que não deve brincar com fogo pequena.

Sob a pele do lobo Onde histórias criam vida. Descubra agora