Trigésimo Sétimo

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- Não sai - Anahí apontou a própria boca com a mão.

Já tinha uma semana que Anahí havia acordado. Os exames tinham tido excelentes resultados. Anahí havia perdido peso, e ainda tinha certa dificuldade para caminhar. Além disso estava com disfunções da fala temporárias, que com o tratamento fonoaudiológico correto, logo conseguiria reestabelecer.

Alfonso sorria de orelha a orelha, depois de uma semana vendo as filhas por videochamadas, finalmente seria o primeiro encontro delas com a mãe. Anahí usava um vestido leve, de cumprimento médio floral. Os cabelos estavam soltos em cascatas pelas costas dela, muito bem escovados e semi presos com uma presilha que ela mesma fez questão de colocar.

Anahí insistiu pra que Poncho a deixasse caminhar e dispensasse a cadeira de rodas e assim ele o fez, estendeu-lhe o braço que prontamente ela agarrou. Estava tão feliz que mal podia esperar por chegar em casa e conhecer suas pequenas. Poncho não havia falado com ela ainda sobre Adella, também pudera, com tantas visitas, mal tiveram um tempo a sós.

Os dois cruzaram o corredor sendo aplaudidos de pé por toda a equipe do hospital. Poncho agradeceu por Anahí, que ainda tinha um tom de voz quase inaudível. Ela extremamente emocionada com o carinho de todos, e por sinais prometeu que em breve estaria de volta, não sem antes curtir sua família por um bom tempo.

Poncho dirigiu pelas ruas de Nova York agora sorrindo. Acariciava a coxa desnuda de Anahí, enquanto ela tinha as mãos entrelaçadas com as dele. Podia ter ficado três meses adormecida, mas sabia muito bem que aquele não era o caminho da casa deles.

- A onde vamos? - perguntou baixo, com a voz entrecortada.

- Surpresa - Poncho disse, beijando os lábios dela assim que pararam no farol.

Ele dirigiu mais um pouco, e estacionou diante do cartório municipal. Anahí o olhou confusa, e então para surpresa dela, ele lhe vendou os olhos.

- Prometo que logo saberá do que se trata.

Poncho pegou-a no colo, subindo as escadas com ela que ria deliciando-se com aquilo. Se todo esse tempo em um hospital havia lhe ensinado algo era de que necessitava viver cada momento da vida colo se fosse o último a partir de agora.

Ela sentiu Poncho colocar-lhe no chão, caminhando com ela por um pequeno corredor que parecia estreito. Então a virou ficando frente à frente e só então soltou-lhe a venda. Os olhos de Anahí marearam. Estavam todos ali: sua mãe, seu pai, sua irmã Candice com o cunhado Nate, Dulce, Christopher, Maite com Mane e Samuel, além de seus sogros Ruth e Armando, a enteada Chloe e suas pequenas Helena e Luiza, cada uma no colo de uma das avós.

Ouça - How long will i love you - Disponível no topo do capítulo.

Poncho a olhava encantado. Os olhos de Anahí não paravam de derramar lágrimas. Olhou suas pequenas incontáveis vezes e se aproximou segurando suas delicadas mãozinhas. Elas de pronto riram do carinho da mãe como se a reconhecessem. Anahí voltou ao seu lugar, encarando Poncho que se mantinha parado no lugar.

Um juiz de paz esperava ao lado oposto da mesa. Dulce entregou a ela um pequeno buquê de flores e ela sorriu, abraçando e agradecendo a amiga. Eram rosas brancas, as flores que Poncho lhe levou por todos esses meses.

- Eu sei que você merecia uma festa enorme, com um belo vestido branco que sem dúvidas você levaria meses para escolher, mas eu simplesmente não podia esperar mais - suspirou, tomando as mãos dela entre as suas - Quando te vi naquela cama de hospital foi como se meu mundo tivesse ruído diante dos meus pés. Duas crianças sem a mãe, Chloe sem tia Annie e eu sem o meu maior amor, minha princesa, aquela que me fez mudar, me fez ver a vida com outros olhos - fungou, enxugando as lágrimas - Quando te vi deitada na cama, não podia imaginar uma vida sem você, orei por tantas e tantas noites que você voltasse pra mim, pra nossa família, pois sabia que sem você eu não suportaria. Eu não aguentaria te perder Annie.

Sob a pele do lobo Onde histórias criam vida. Descubra agora