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Olho ao redor e me sinto realmente muito assustada. Respiro fundo. "Não pire!" ouço um barulho estranho e me levanto, olho ao redor e sinto vontade chorar.

- Se controle Joyce! Você tem vinte e cinco anos mulher! - meu coração se aperta e lembro de meu pesadelo. "Espere..." algo me incomoda e sinto que conheço essa floresta macabra. Engulo seco.

Não... Simplesmente não pode ser.

Afasto os pensamentos e engulo seco. O barulho se aproxima e vejo uma nuvem mais escura do que a noite desse lugar macabro se aproximando, meu coração dispara e meu instinto pede que eu corra, começo a correr no segundo seguinte e meus olhos marejam, me sinto em um filme de terror tendo que escapar de todos os perigos e tentando me manter viva. "É jogos mortais é?" olho para trás e vejo a nuvem se aproximar. Me jogo no chão e a nuvem voa sobre mim, ouço gritos agudos vindo dela e me sinto aterrorizada quando ela termina de passar, me sento no chão trêmula e olho para minhas roupas sujas de terra e neve. Me sinto gelada e com frio. Se eu não morrer sendo atacada, morrerei congelada nesse lugar que me lembra o freezer da geladeira de lá de casa.

Ouço um grito agudo e olho para cima, um dos demoniozinhos sobrevoa minha cabeça e grita. Ele começa a rir e me coloco de pé sentindo todos os meus pelos se eriçando, ele impulsiona voo em minha direção e tenta me morder. Tiro a mochila das costas e bato na minha frente.

- Sai! - ordeno e ele arregala os olhos grandes, encaro a boca com dentes afiados e o rabo, as asas lembram a de um morcego e quero chorar definitivamente, esse bichinho é assombroso e está tentando me COMER VIVA!

Ele avança novamente e novamente bato com a mochila no ar. Ele enruga a testa e parece bravo. Ele grita alto e sinto um arrepio na nuca. O barulho de antes retorna e me dou conta da gravidade. Olho ao redor e sei que a nuvem de demoniozinhos está retornando. Começo a correr dentro da floresta em direção a um filete de luz extremamente pequeno. Sinto a adrenalina aumentando e corro por minha vida como se não houvesse amanhã, ajusto a mochila nas costas e ofego, corro o mais depressa que posso, mas sinto a nuvem se aproximando, o pequeno demônio passa perto de minha cabeça e rodeia ela enquanto grita e atrai os outros para perto de mim. Choramingo. "Acorda Joyce!"

Penso em todos que estão realmente vivos e me esperando e me ordeno a acordar, mas não consigo, simplesmente não consigo.

Olho para o demoniozinho que voa e me irrito com ele, parece realmente querer me comer, enquanto corro, dou um salto e agarro sua perninha, rosno de raiva, ele morde meus braço e sinto a dor ao ter minha pele perfurada pelos dentes afiados, ele faz rasgos com os dentes e giro ele pela perna, bato com ele em uma árvore vezes seguidas e ouço o barulho se aproximando, corro com o demoniozinho desacordado e me abaixo perto da raiz de uma árvore, tampo os ouvidos e prendo a respiração enquanto a nuvem passa por mim uma vez mais. Eles se afastam e olho ao redor freneticamente, procuro outros, mas eles parecem ter ido embora.

Finalmente solto a perna do demoniozinho morto e encaro a neve carmim, acabei esmagando a cabeça dele e me sinto horrorizada ao perceber que matei. Olho para a feia criatura e para meu braço, ele sangra sem parar e me dou conta da dor. Mordo o lábio e tiro a mochila das costas. Lágrimas teimosas descem e lamento a dor que sinto. Tiro uma blusa de dentro da mochila e enrolo no braço. Solto um gemido angustiante de dor e tento não chamar a atenção das árvores ou de qualquer criatura que viva aqui. Puxo um lado da blusa com a boca e o outro com minha mão, aperto sobre o antebraço ferido e espero que isso estanque o sangue.

Ofego e apoio a cabeça no tronco grosso da árvore.

Olho para as copas de árvore, elas fecham completamente o céu e creio que isso escurece a floresta a tal ponto que pareça noite. Soluço. Queria verdadeiramente ver o céu azul e o sol. Soluço. A dor pulsante em meu braço, meu humor em frangalhos e o medo aterrorizante me fazem sentir um pavor indescritível em estar aqui sozinha. Seja lá o que eu fiz em vida, devo estar pagando por tudo agora. Respiro fundo acalmando minha respiração e olho ao redor. Fungo e seco as lágrimas persistentes. Me forço a ficar de pé, mas já me sinto exausta. Meu estômago ronca e procuro meu celular, olho para as torres e não tem nenhuma. Não posso pedir socorro, nem tentar falar com ninguém. Confiro o horário. 08:00. Kate já deve ter ido trabalhar, me pergunto se Gabi está na casa de Tessa me esperando. Suspiro. Ela não pode viver nesse lugar assombroso e gostar, não se parece em nada como ela descreveu.

Nada mesmo.

Engulo seco. Certamente eu bati a cabeça e morri ou estou em coma. "Por que sempre penso o pior?!"

Enfim, pelo menos ela vai achar um corpo na floresta e perto da pedra. Caminho pela floresta o mais silenciosamente possível e me pergunto se posso achar comida nesse lugar. Maldita hora que entrei na floresta! Por que eu entrei na floresta?!" Por que Joyce!? Por que você é assim!?" bufo. Literalmente me arrependo de pensar que o mundo que conheço, realmente conheço. Faço uma careta. "Estou em sete além?!" sinto vontade rir de minha própria estupidez. Sete além é um lugar, bem, um mundo inverso do nosso, onde tudo é assim, assombroso.

Me sinto frustada.

Se estou em sete além, quero apenas retornar para meu mundo.

"Novamente com teorias da conspiração!? Por favor Joyce!" suspiro.

É algo que costumo fazer.

Tropeço em algo e caio com mãos e joelhos na neve. Olho para o chão e sinto meu braço latejar, o material da blusa já está encharcado com sangue. Sinto sede. Me coloco de pé, estou molhada, suja, com frio, fome, sede e medo.

"Ótimo cenário!" nem vou me perguntar se pode piorar, pois algo me diz que pode. Ouço um rugido a poucos metros aparentemente e engulo seco. Olho ao redor freneticamente e vejo algo grande entre as árvores.

Uh-oh!

RAIDEN - Saga "Pearl" - Livro VIIOnde histórias criam vida. Descubra agora