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- Ok... Humana na floresta. Vou te seguir. - assinto. Alço voo e Flora me segue. Voo rápido e pouso onde ela deveria estar. Sinto as pernas fracas e caio ao lado da mancha de sangue.

Me sinto perdido. Algo dentro de mim se sente extremamente feliz por saber que ela está viva e ofego. Parte de mim acaba odiando minha fraqueza, deveria ter verificado o pulso dela. Flora pousa e parece preocupada.

- Esse sangue é dela? - assinto. - Bom, ela não está mais aqui Raiden... Quer dizer que está viva, ou seja, você não verificou o pulso dela. - Flora parece irada. - Você veio até aqui, viu ela quase morrendo e não seguiu as normas, temos treinamento de primeiros socorros para quê Raiden!? - ela gralha. - Deveria conferir seu pulso, ver se ela não quebrou nada e em seguida levar ela para perto de mim! - ela grita. - Cadê ela!? - Olho para a neve manchada com seu sangue e realmente não entendo o que houve comigo, entrei em colapso.

- Sinto muito... - sussurro.

- Ó finalmente! Está falando! Achou sua voz? Pois bem... Use-a bem a partir de agora. - ela bufa. - Céus! Era uma humana mesmo?! Se ela for humana, deve estar morta em algum lugar, não vai resistir muito tempo se continuar perdendo sangue assim. - meus instintos protetores gritam para achar ela.

- Eu me desesperei, não acreditei em meus olhos. - digo.

- Quem é a Humana!? - ela pergunta. - Por que o desespero? Quem é ela? - me sinto fraco.

- Joyce... Amiga de Gabriella, vive em Richmond. - digo e Flora me obriga a me endireitar e olhar para ela.

- Quem é essa humana para você? - engulo seco.

- Vi ela a muito tempo atrás, mas a desejo... Apenas... Travei ao ver ela caída e achei que ela estava... - as palavras não saem. - Não conseguia lembrar do protocolo, mesmo que me esforçasse, não consegui. - ela suspira.

- Ache ela. Faça as coisas certas dessa vez, se ela estiver viva, vou tentar mantê-la viva, se ela morreu... - Flora suspira. - Apenas siga em frente, ainda dá tempo de doar seu coração a outra pessoa. - nego. Ela Franze o cenho.

- Nada tira da minha mente que a garota é minha. - Flora bufa.

- Alados! - ela diz e segura meu rosto, seu olhar é sério. - Busque ela. Tente salvar a garota. - assinto. - Sabe onde me encontrar. - ela se afasta e alça voo. Olho ao redor e para o céus.

- Ei! - a árvore me encara. - Me leve até ela... A intrusa. - alço voo e sigo o barulho das árvores, voo mansamente analisando o terreno logo abaixo e vejo os rastros de sangue, passos na neve e as marcas de onde ela esteve. Avalio cada local e busco por ela, caída em algum lugar, mas não a vejo, vejo vários sinais parecendo que ela caiu e meu coração acelera, a culpa me corrói e me sinto responsável por ela não estar em segurança. Não ouvi quando as árvores avisaram, eu deveria verificar, não tinha que estar tão focado em meu trabalho, apenas deveria ter checado, mas não, apenas continuei o que fazia enquanto ela estava aqui correndo perigo.

Em seguida, covardemente, deixei ela estendida na neve fria e busquei por Flora de tanto pavor que senti ao me dar conta que ela podia estar morta, sequer pensei na possibilidade dela se levantar e sair por ai.

Meus instintos protetores gritam para que eu ache ela e proteja ela.

Assusto-me com a intensidade do que sinto e não gosto da direção que isso me leva, apenas sinto uma vontade absurda de tê-la em meus braços e esconder ela do restante do mundo.

Sigo as árvores e raiva genuína queima em mim quando vejo um bruxo e alguém deitado sobre a pedra de sacrifícios. Avanço mais depressa e vejo ele com as mãos estendidas sobre as partes íntimas dela. A sede de sangue que sinto me cega e acabo baixando ao lado dele e quebrando ambas mãos. Ele grita e ergo o bruxo pelo pescoço, sorrio e torço o pescoço dele para o lado, largo o corpo e o encaro com desdém.

- Minha, não toque. - encaro o bruxo morto e em seguida me viro para olhar a garota, Joyce está desacordada e muito pálida, seu corpo completamente nu acaba me excitando e me odeio por estar excitado mesmo sabendo que ela corre risco de vida. Ergo ela da pedra e me choco ao perceber o quão fria ela está. Volto a colocar ela na pedra e tiro minha jaqueta, minha capa e minha blusa. Visto a blusa e a jaqueta nela e enrolo a capa ao redor do seu corpo. Volto a pegar ela nos braços e alço voo. A brisa gélida bate contra meu abdômen, peitoral e costas, desejo apenas estar mais frio que ela para ver se a culpa se dissolve um pouco.

Sei que devo levar ela até Flora e voo em direção a ela, pouso e Flora se põe de pé e olha para o rosto dela.

- Precisamos aquecer ela o mais rápido possível ou ela vai morrer com hipotermia. - assinto.

- Minha casa. - digo e Flora assente. Alço voo e baixo dentro da floresta verde, chuto a porta da frente e voo para meu quarto. Coloco ela na cama e imediatamente começo a trocar a água da banheira, Flora sobe e deixo ela cuidar de Joyce enquanto preparo um banho quente, me sinto péssimo por meu corpo responder com tanta intensidade pelo simples fato de tê-la aqui, franzo o cenho e baixo a mão para minha calça, massageio e tento diminuir a dor, a pressão é insuportável e engulo seco. "Porra..." me sinto realmente em choque.

Talvez o fato de saber que a três anos ouvi claramente ela tendo um orgasmo para mim me fez perder um pouco o senso de permitido ou não.

Termino de esquentar a água e subo enchendo a banheira. Flora me encara e arquea uma sobrancelha.

- Se contenha, é seguro deixar ela aqui? - o simples pensamento de ter Flora ou qualquer ser místico afastando ela, faz meu sangue verter. Flora levanta os braços. - Você não está agindo racionalmente Raiden... Vou perguntar uma vez mais, é seguro que ela fique aqui com você?

RAIDEN - Saga "Pearl" - Livro VIIOnde histórias criam vida. Descubra agora