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Acordo assustado e noto que acabei adormecendo novamente perto de Joyce. Me sento na cama e observo a tranquilidade dela enquanto dorme, suspiro, não posso ficar o tempo todo, não tenho essa vantagem, preciso ir trabalhar. Engulo seco. Medo me toma. Lembro da cena dela estendida no chão no dia anterior e culpa queima em meu peito.

Sinto o pavor voltando e o simples fato de imaginar ela sendo ferida novamente e eu temendo sua morte me causa náuseas.

Aproximo meu rosto de seu pescoço e coloco a mão em seu cabelo, acaricio levemente e beijo perto de seu ombro. A vontade proteger ela é muito presente e quero que o mundo pare de rodar apenas para que eu possa continuar tento a oportunidade de ver ela aqui e segura.

"Raiden!"

A voz de Maiana soa e suspiro. Me afasto dela e olho para Joyce por alguns segundos. Sussurro.

- Você vai ficar bem? - a resposta nunca vem obviamente e me sinto assustado em deixar ela sozinha aqui. Sorrio com amargor. Pior é ela estar sozinha comigo. Não quero admitir, mas não estou sendo muito racional perto dela e provavelmente acabarei afastando Joyce se continuar me sentindo tão protetor em relação a ela.

Engulo seco.

"Raiden! Responde droga! Passaram dois ogros para a floresta verde, preciso de você, estou exausta, trabalhei toda a noite e preciso de reforços!"

Meus pelos se eriçam. Meu coração acelera e sinto-me menos seguro ainda em deixar ela sozinha. Tenho medo de que Joyce seja atacada.

Mordo o lábio e raciocino. Obviamente ela está cansada e provavelmente não vai pensar em sair de casa, me levanto e me visto, faço minha higiene bucal e desço as pressas, preciso ir o mais rápido possível, Maiana tem que descansar. Travo antes de sair pela porta. "E se ela acordar com fome?" caminho para a cozinha e retiro torradas, coloco sobre a mesa e voo para a porta dianteira, saio de casa e voo entre as árvores da floresta verde, começo a caçar e encontro minha caça. Voo rapidamente e agarro o pequeno animal pelas patas.

Volto para casa e evito fazer barulho ao matar o pequeno mamífero.

- Juro que morreu por algum motivo, não por maldade... - sussurro para ele.

Acabo fazendo o café da manhã de Joyce e deixo tudo no lugar, ela estava realmente cansada e duvido que queira sair, mas decido deixar um bilhete explicando o porquê deixarei a porta e as janelas vedadas, tenho medo de que antes de encontrar esses ogros, um deles apareça nas redondezas e venha até ela.

"Raiden! Demore mais e avisarei a Téo!"

Congelo. Prefiro dizer pessoalmente que Joyce está aqui, principalmente depois do susto de ontem e a ida deles ao lado humano. Deixo a ideia do bilhete de lado e voo para fora. Congelo toda a entrada e as janelas e olho ao redor torcendo para que nenhum dos ogros venha a essa direção, não sei se as portas suportariam, as janelas de vidro acabarão sendo quebradas, mas eles não passariam, a porta no entanto... Não gosto da ideia de ter ela em perigo, mesmo assim, tenho que ir.

Voo para a trilha de pérolas negras e baixo perto de Maiana. Ela parece furiosa.

- Marcou ela? - nego.

- Não... - digo e ela parece aliviada.

- Jurava que ia machucar ela se o fizesse. - nego.

- Não faria isso, tentaria ser gentil. - ela suspira.

- Não estava muito controlado ontem, parecia que ia agarrar ela. - nego.

- Não faria isso, já disse. - me irrito. - E não é da sua conta. - ela ri.

- Ela é uma alada. - engulo seco. Isso me perturba mais, já que o simples fato, me faz ponderar a força dela e me pergunto se poderia ter ela do jeito que imagino.

- Ela não é. - tento me convencer e Maiana dá de ombros.

- Espere até ela despertar. - Maiana diz e aperto as mãos em punho.

- Por que você faz isso?! - pergunto indignado. Ela ri.

- Sério... Alguém precisa te dar uma surra. - ela diz e gargalha. - Tenho certeza de que pensou na possibilidade de ter ela sem restrições e medo. - engulo seco.

- Ela é humana. - Maiana nega.

- Você nunca se apaixonaria por uma humana Raiden... Sua personalidade não deixa. - engulo seco. Ela se senta perto de uma árvore e olho ao redor. Às vezes, odeio ser amigo de Maiana, ela acaba jogando certas verdades na minha cara, de uma forma que não me agrada.

Yan se aproxima e pousa ao meu lado.

- E então, esperamos ordens, Maiana proibiu qualquer um de ir atrás dos ogros que entraram na floresta verde, porque era madrugada, agora precisamos saber se vamos ou não. - assinto.

- Mande um grupo de quatro seres místicos. Um alado e uma fada em cada dupla, procurem eles a dois. - ele assente. - Como estão as coisas? - ele dá de ombros.

- Três sequestros essa noite. - meu coração aperta e ele me encara com seriedade. - Nunca mais deixe um desfalque como fez essa madrugada, Maiana não é obrigada a dar conta de tudo. - assinto.

- Ok... Mande duplas atrás de cada sequestrada. Procurem os bruxos e matem. - ele assente e respiro fundo. - Se acharem eles fazendo o ritual, matem, mas se ainda não tiverem começado, apenas leve preso e deixe que Aigon e o pessoal dele resolva. - ele assente e me sinto ansioso. - Mais algum problema? - ele nega.

- Apenas vá ao castelo depois que Maiana acordar, precisamos saber o que está acontecendo. - assinto e ofereço um olhar grato.

- Espero que não esteja zangado... - ele sorri.

- Seja lá o que fez você desfalcar essa noite, deve ter sido importante, então só tente não deixar que isso ocorra novamente. - assinto.

Ele alça voo e caminho pela trilha olhando ao redor. Me abaixo perto de Nana e como algumas frutas da cesta. Ele sorri.

- Como se sen... - ouço um rugido e largo a fruta. Voo e encontro um ogro correndo da floresta enganosa e atravessando a trilha de pérolas negras. Voo sobre ele e acerto a lateral de seu corpo, ele rola pela trilha e gritos assustados e surpresos ecoam ao redor. O ogro se levanta e aponto a floresta enganosa.

- Volte! - ordeno e ele ruge. Giro o pescoço e me alongo. - Ok... Farei você voltar.

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Já bebeu água hoje minionzinho?
Pois vai beber, ainda não foi o suficiente ^^ quanto mais, melhor.  :3

RAIDEN - Saga "Pearl" - Livro VIIOnde histórias criam vida. Descubra agora