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Escuto tudo e fico perplexa. Completamente perplexa. Continuo encarando ele sentado no chão e não sei como reagir. Só sei de uma coisa, quero ele, só que estou um pouco abismada com o jeito que ele está falando, realmente parece meio...

Irracional?

- Raiden? - ele não me encara, parece realmente cabisbaixo e depressivo. Sinto vontade rir. - Eu costumo ser bem depressiva, mas você está me dando pena. - digo e rio. Ele não ri ou faz qualquer gesto e presumo que não funcionou. - Está vivo? - lanço e ele aperta as mãos ao lado do corpo. Ele me encara e olhos violetas brilham.

- Minha. - a voz dele soa realmente profunda e me pergunto se o minha, se referia a mim, ou ele deixou a afirmação incompleta. Sou pega de surpresa com ele caminhando em minha direção e me empurrando gentilmente na cama. - Declare que é minha então. - ele ordena e olho para ele com pura confusão, seus olhos travam na minha garganta e sinto sua mão correr por minha cintura. Ele baixa o rosto e sinto sua boca se fechar em meu pescoço. Encaro o teto sentindo meu corpo ligar. Pisco vezes seguidas e solto um gemido involuntário ao sentir a ereção dele tocando o tecido da camisa em minhas coxas.

- Raiden?! - me sinto alarmada e mesmo que queria ele, me choco com a proximidade repentina. Ele move uma perna minha, segurando minha coxa e levantando ela no ar. - Se afasta um pouco... - peço e o ar some de meus pulmões por segundos quando ele acerta um tapa em meu bumbum. Ofego. - Raiden... - minha respiração descompassa e ele acaricia o lugar que arde.

- Vamos Joyce... Declare que é minha. - ele diz e chupa meu pescoço. Fecho os olhos tentando não me perder nas sensações. Ele para de acariciar e solta a mão novamente no mesmo lugar, arqueio em surpresa e tento controlar a respiração. Seguro seu cabelo e movo sua cabeça, encaro Raiden e vejo olhos violetas. - Declare que é minha. - ele ordena e nego.

- Não. - digo e engulo seco. Realmente quero ele, muito, estou realmente pronta para recebê-lo sem que precise de preliminares, mas estou assustada com a irracionalidade que brilha em seu olhar. Ele acaricia onde me bateu.

- Te excita ganhar tapas? - engulo seco. - apenas declare... Estou sendo consumido pela ânsia de lhe provar. - ele afasta a mão e antes que bata novamente, saio de seu alcance. Realmente estou ofegante. Ele se aproxima como um felino e desço da cama encarando o alado sexy e descontrolado na minha frente, sei que se eu permitir que me toque, ele vai me fazer chegar ao céu, mas será de uma forma sádica e meu dia pede algo mais delicado, os acontecimentos de mais cedo apenas me fazem querer um carinho gentil. Luto entre ouvir meu corpo e minha mente. Meu corpo grita por Raiden, mas minha mente quer apenas um pouco de calmaria. Olho para ele sem palavras.

- Vou fugir de você se continuar tentando me convencer a declarar que sou sua. - digo e cruzo os braços. - Primeiramente, sou dona de mim e você não tem direitos sobre mim, segundo, eu preciso de descanso! - finalizo. Seus olhos vão ao amarelo e ele encolhe as asas momentaneamente antes de saltar da cama e vir até mim, recuo, mas sou levantada do chão em seus braços, sou levada de volta a cama e ele parece me vigiar com os olhos amarelos. Seu olhar é grato.

- Obrigado... - ele pede e olho para ele inocentemente, ele me puxa em um abraço e sinto o carinho sutil da ponta de seu nariz no topo da minha cabeça, a carícia e o abraço é tão doce que me derreto por completo. Me sinto realmente idiota. - Dorme delícia. - ele diz e engasgo. Coro. "Céus... Esse cara será uma tentação até sendo carinhoso e inocente" . Fecho os olhos e tento ignorar o fato de Raiden ser um homem grande, com asas e que persistentemente tem uma ereção tocando minhas coxas.

Agradeço mentalmente por ele não estar tentando me convencer a ter uma noite violenta de sexo. Quero um minuto de paz nesse dia e quero profundamente ficar quietinha nos braços dele. Braços que desejei durante tanto tempo ao meu redor e me fazendo tão bem.

Literalmente, é a sensação mais arrebatadora de todas, poder estar em seus braços.

Sorrio.

Queria morar para sempre neles, são quentes, fortes, firmes, mas gentis.

Uma combinação perfeita para um homem tão bonito. O que mais me surpreende, já que beleza não parece ser a única qualidade excepcional.

Sorrio e relaxo. Adormeço.

***

Acordo no dia seguinte sentindo a cama vazia, nenhum rastro de Raiden, me remexo e abro os olhos encarando o quarto, não o vejo e pressumo que ele está no piso debaixo. Me sento bocejando e esfrego os olhos. Saio da cama e caminho ajustando a camisa que parece um vestido em mim, desço as escadas e avalio o andar debaixo, olho pela sala e não vejo ninguém, avalio a cozinha e também não encontro ninguém.

Faço uma careta.

- Raiden? - pressumo que estou sozinha, já que nem meu chamado ele parece ouvir. Sorrio quando foco os olhos na mesa da cozinha. Tem torradas com carne e me sento animada em uma das cadeiras.

Como tranquilamente e agradeço pela comida, estava realmente faminta. Sinto o frio do andar de baixo e estremesso. Tusso. Acho que estou resfriada, termino de comer e caminho para a porta dianteira, tento abrir e ela sequer se movimenta. Engulo seco. "Ok Joyce... Tente novamente."

Suspiro.

Tento abrir e ela não abre. Giro vezes seguidas e dou arranques na porta, mas é inútil, noto que estou presa dentro da casa e me desespero. Não sou claustrofóbica, mas também não sou fã de ficar trancada. Isso me deixa ansiosa e nervosa.

- Raiden! - chamo. Talvez ele esteja perto. A porta não abre e caminho para as janelas, olho pelo vidro e tento abrir, mas é em vão. Meus olhos marejam ao notar que estou trancada na casa e pela primeira vez, quero correr daqui para bem longe. Ofego.

"Raiden!"

RAIDEN - Saga "Pearl" - Livro VIIOnde histórias criam vida. Descubra agora