•••••••••••••••••••• Jughead's P.O.V. ••••••••••••••••••••
- 3:57 A.m.
A chuva caia impiedosa lá fora, trazendo o frio intenso de uma temperatura a menos que tornava difícil até o respirar. Mas nem o caos dessa chuva podia se comparar a bagunça que se formava aqui dentro... Da minha cabeça e desse quarto, que perdeu totalmente o sentido pra mim.
Chuva é uma coisa engraçada, porquê cai sem permissão, traz frio e na maioria das vezes a limpeza de um caos dos grandes. Acho que por isso comparam as lágrimas, porquê desde que cheguei aqui, em "casa", há mais ou menos uma hora, só o que sai de mim são lágrimas.
Não sei como cheguei em casa. Não sei o estado como deixei para trás o lugar onde estava a pouco, mas é bem provável que tenha sido com oito ou nove garrafas de bebidas que nem sequer lembro como bebi. Me sinto um adolescente irresponsável outra vez que desconta os problemas na bebida pra se sentir bem... A pior parte é que funciona.
Sinto que acordo de um transe, sentado no chão recostado na lateral da cama que me traz lembranças inabaláveis. As portas escancaradas da varanda davam espaço para que o vento avassalador soprasse contra meu rosto, assim como a água da chuva que também já invadia o quarto. Nada mais me importava....Eu não estava em casa. Ela, só ela, era minha casa.
Pouco a pouco é como se meus movimentos voltassem, podia jurar que já não existiam mais de tanto tempo aqui, apenas parado, observando a chuva cair. Pego meu celular na mesinha que fica ao lado da cama e ligo o visor, o que automaticamente incomoda minha visão.
Tento me situar, passam das quatro e quinze da madrugada agora. Vejo o visor do meu celular cheio de notificações e chamadas perdidas. Archie, Jellybean, Verônica... Será que ela chegou bem na Inglaterra?
Me levanto devagar, cada delicada e mínima parte do meu corpo reclama. Ando devagar, não consigo me situar e minha cabeça gira cada vez mais tonta. Chuto sem querer uma garrafa de vodka vazia, desvio de estilhaços de vidros que quebrei ontem cedo... Esse quarto costumava ser melhor cuidado. Sorrio com a ironia desse pensamento... Ela era quem cuidava.
Toco a maçaneta gelada e abro o banheiro, arrumado e... Ainda com o cheiro delicado dela, puta que pariu. Me apoio na pia de mármore fosco e miro meu reflexo. As olheiras profundas, o cabelo desgrenhado, o corpo que pede cama e horas dormindo, mas não consigo fazer isso. Bufo frustrado...- Tem que sair da minha cabeça loirinha...- Sussuro comigo mesmo, mas desabo contra minha vontade deixando que as lágrimas dominem meu rosto.- Vamos lá Jughead, precisa sair dessa...
É meu último pensamento racional. Sinto a mesma recente tristeza me atingir como um raio, quem eu quero enganar?! Eu não vou esquecê-la, ela não sairá daqui, eu não consigo!
Já despido, eu adentro o box e abro o chuveiro, na esperança que a água quente lave de mim ao menos parte desta dor. Como se algo do tipo fosse possível não é mesmo? Contenho meu choro e uma onda de boas lembranças me invade, todas as vezes que fizemos amor nesse chuveiro, em especial a primeira, onde ela enxugava minhas lágrimas de desespero por medo de perder a Beenzie. Droga...
Abandono o banheiro envolvido no roupão quentinho, caminhando descalço sobre o vidro quebrado, sem nem me importar. Entro no closet e olho ao redor, perdido e desnorteado pelo cheiro forte das roupas que restavam da Betty. Visto uma boxer preta tentando me desviar da loira em meus pensamentos, em vão.
Puxo uma bermuda, prestes a pegar uma camisa... Cai logo essa camisa?! A cinza, a tão inabalável camisa cinza... A camisa que cobriu o corpo nú e delicado da minha pequena momentos depois da noite mais especial das nossas vidas, a primeira vez que eu vi sentido em uma noite de sexo... A nossa primeira vez.
Minha cabeça agoniza e meus sentidos não têm mais noção. Saio do quarto, desnorteado, esbarrando na porta atrás de mim com força depois disso. Eu sentia como se fantasmas estivessem ao meu redor, fantasmas de Elizabeth Cooper.
Desço as escadas apressado, na sala de estar ainda se mantia intacta a decoração da sua festa surpresa. Ando cambaleando até a cozinha, miro o balcão americano que testemunha vários momentos que passamos juntos. Abro a geladeira, suas tigelas de frutas vermelhas estão lá, assim como a água com gás que ela tinha tanto costume. Pego as duas coisas, me sentando na mesa, meio desconfortável. O sabor da amora doce e a água com gas da qual nem sabia que comecei a gostar... Tentava provar pra mim mesmo que aquilo não me abalava.
Mas me abalava... E mais ainda ao mirar as flores de cerejeira que ela sempre mantinha nas mesas da casa. Aperto a garrafa e a tigela em minhas mãos, até que estilhacem bem diante dos meus olhos. Parece que só aí minha ficha cai... Essa é a minha fúria aprisionada e inexplicável.
De cômodos a roupas e objetos...
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》Apenas Aprenda a Me Amar || Bughead°《 (CONCLUÍDA)
Teen FictionOlá... Meu nome é Betty Cooper. Uma nada típica Jovem de 17 anos morando na grande Nova Iorque. Meu pai é um típico empresário fanático por dinheiro, minha mãe finge não ver tudo que meu pai faz, cega pelas próprias jóias e; minha irmã... A garota q...