•••••••••••••••••••••• Betty's P.O.V. •••••••••••••••••••••
- 24 de Dezembro- 1 ano e 3 meses após a volta à NY.
Os pensamentos giram na minha cabeça, de novo e de novo. Me pergunto a cada novo segundo como chegamos a esse ponto, e me questiono mais ainda se é assim que tudo termina, se esse é o ponto final da nossa vida. Eu penso em tudo o que houve, todo santo dia, sem exceção. Repasso cada coisa que aconteceu, e volto a estaca zero sendo a culpada por tudo, por tê-lo machucado e não ter lutado por nós dois.
Sinto minhas mãos cada vez mais suadas, uma agonia é crescente em meu peito. Meus pulmões falham e a garganta seca me impede de falar, começo a apertar as mãos com força, sinto meu corpo atrofiar... Outra crise não, agora não.
Sento devagar no chão, abraço meus joelhos e respiro fundo, devagar, do jeito que a terapeuta me ensinou no último e longo um ano.- Não pode entrar em choque, você tá bem, agora não é hora, você tem que trabalhar, não pode perder isso também...- Sussuro pra mim mesma, no cantinho da sala de suprimentos do Presbyterian.
Pois é! Eu lutei, eu caí, chorei e me entreguei... Mas sou interna do primeiro ano de residência cirúrgica depois de muita ajuda. Esse último ano me fez passar por muita coisa, me obrigou a aceitar uma ajuda da qual eu tinha certeza que não precisava. Respiro fundo outra vez, não posso ter uma crise agora.
Eu aprendi que existe um eu dentro de mim muito pequenininho, inseguro, indefeso. Cuido de mim mesma, sempre cuidei, mas alguém pode culpar um coração em pedaços de desejar um cuidado específico, o cuidado das mãos dele nessas horas? Abro as mãos devagar, estico as pernas outra vez... Venci mais uma pra conta de hoje.
Levanto e saio porta a fora, andando pelos corredores do presbyterian como se nada tivesse acontecido. E para o meu bem, realmente nada aconteceu. Checo o horário, passam das oito da noite agora. Mais uma rotina concluída, respiro fundo depois do dia intenso de hoje, então abro devagar a porta do quarto em que a paciente que provocou esse dia doido descansava agora.- Oi Chloe, me avisaram que você acordou...- Falo bem baixinho com a menina de seis anos, que ainda estava um pouco em estéreo.- Posso entrar?
- Claro Elizabeth, entre por favor.- O doutor Paxton, chefe de cirurgia aqui, me orienta. Ele mesmo, o que me contratou em meio ao pior dia da minha vida- Senhora Dexter, essa é a interna do primeiro ano que percebeu o coágulo no cérebro da sua menina antes que o pior acontecesse. É a ela que deve agradecer por Chloe estar viva.
- Não precisa, eu só..- Tento falar envergonhada, mas a senhora me envolve em um abraço caloroso e cheio de lágrimas, mas controlo as minhas- Eu só estava fazendo meu trabalho.
- Vamos deixar vocês duas descansarem, o dia foi cheio não acha?- O doutor Paxton fala e faz menção para que eu o siga. Paramos em frente à uma recepção, onde respiramos fundo- Foi muito bem hoje Betty, não tinha dúvidas que você sempre seria minha melhor aposta.
- Não sei como enxergou isso em meio a todo o meu caos, nem por que, mas eu agradeço por ter sido um dos que não desistiram- Falo com um sorriso grato
- Você é uma menina de ouro. Quem não ver isso, tem sérios problemas.- Ele fala e se despede de mim, andando rápido até o elevador em seguida- Obrigada pela dica com o presente da Alisson também, vou correr pra casa agora.
- Feliz bodas de prata chefe- Digo e ele sorri, desaparecendo pelo elevador em seguida.
Checo algumas mensagens no meu celular, e termino sempre trocando mensagens com a Vee que não se cansa de mandar fotos e vídeos do Apollo com o Henry, que agora já anda e fala sem parar um inglês complicado que quase não entendemos.
A Vee não me abandonou por um só segundo durante esse tempo, foi meu maior apoio e me ajudou quando eu desmoronei de verdade. Fico feliz por não dar mais trabalho a ela agora, por vivermos felizes e com uma rotina praticamente normal.
Alguns alunos da mesma turma de residência que eu passam por mim na recepção e se despedem, todos felizes e prontos pra um rodízio de álcool no bar que fica aqui perto. Nego o convite outra vez, mas me despeço feliz de cada um deles.
Arrumo o jaleco melhor no corpo, me protegendo do frio. Começo a preencher alguns papéis do plantão de hoje, que só termina em algumas horas. Fico ali vendo o movimento de pessoas, enfermeiras, pronta para caso algum trauma chegasse. As horas vão passando, mais papéis vou assinando, mas o que acontece é diferente...
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》Apenas Aprenda a Me Amar || Bughead°《 (CONCLUÍDA)
Teen FictionOlá... Meu nome é Betty Cooper. Uma nada típica Jovem de 17 anos morando na grande Nova Iorque. Meu pai é um típico empresário fanático por dinheiro, minha mãe finge não ver tudo que meu pai faz, cega pelas próprias jóias e; minha irmã... A garota q...