Fifty-Four: Apenas aprenda a me amar.

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•••••••••••••••••••••• Betty's P.O.V. ••••••••••••••••••••••

- Alguns dias depois; 31 de Dezembro. 5:57 A.m.-

Olá... Meu nome é Elizabeth Cooper. Uma nada típica Jovem nos seus altos vinte e cinco anos morando na grande Nova Iorque. Meu pai não dá as caras desde o ano passado, e agora com a prisão de FP, a verdade é que eu prefiro assim. Minha mãe liga de vez em quando, me apoia com o que preciso então não posso reclamar. Ela continua morando perto da minha irmã... Que ainda está internada, e com quem não sei direito a relação que tenho depois de todo esse tempo.
Vivo cada dia mais triste, isso ainda não mudou, contudo ainda sorrio a cada dia na esperança que tudo melhore.
O mais difícil é lembrar que eu já estava bem, e estava feliz. Mas vi isso arrancado de mim há pouco mais de dois anos, quando fiz a pior coisa da minha vida. Foi pior ainda quando achei que tudo se resolveria ano passado, mas ele gritou em pedido para que eu o esquecesse, pois ele não voltaria mais. Eu não o culpo por isso, ele está certo em não querer me ver nunca mais...
Desde aquele dia, eu sinto que me perdi de verdade, não encontro mais a felicidade. Me entreguei por completo aquele poço sem fundo, por um segundo achei que perderia tudo o que tinha me restado, eu nunca imaginei que teria que ficar sem ele. Desisti de mim em muitos pontos, mas aprendi a seguir... Ou pelo menos eu acho que. Quem pode julgar um coração por bater quebrado, afinal?

***

Um sol fraco e quase imperceptível desponta no horizonte coberto de neve enquanto os mesmos pensamentos giram e reviram na minha cabeça, uma enxaqueca cresce cada vez mais e eu respiro fundo em vários pontos que sinto que vou desmaiar.
Descanso minha cabeça na moldura da janela, onde passei a noite inteira sentada observando a neve se prender ao chão. Aliso a pulseira com a pequena pedrinha de turquesa em meu braço. Arrepios percorrem meu corpo e as últimas lágrimas solitárias que me restam rolam por meu rosto, sinto cada fração do meu corpo em pedaços, largadas a dor.
Cruzo os braços abaixo do busto e suspiro, em questão de horas, mais um ano terá ido embora. Olho o relógio, seis da manhã em ponto, ouço batidas na porta e em seguida a mesma se abre revelando minha melhor amiga, que usava um pijama de seda preto e trazia nas mãos uma xícara com algo quente, para um dia frio.

- Nem um segundo atrasada...- Digo mirando o relógio e sorrindo para ela em seguida.

- Claro que não, seis em ponto, sempre.- Ela fala e nós rimos juntas. Fecha a porta atrás dela e anda em passos leves até mim, se sentando na moldura da janela comigo- Tome, uma xícara com uma coisa quente...

- Para um dia frio.- Completo a frase e ela sorri, feliz por ainda mantermos esse costume. Miro a xícara de chocolate quente em minhas mãos e então suspiro.

- Sem dormir mais uma noite?- Verônica deduz quando baixo a cabeça. Ter uma melhor amiga que sabe até quando sua respiração está diferente é um caminho sem volta.

- Eu.. Eu não consegui.- Assumo por fim e Vee me olha com expressão abatida- Sempre que eu fecho os olhos uma bagunça invade minha mente. Eu começo a ter pesadelos, e uma voz sussura que é tudo culpa minha...- Digo e sorrio de canto, olhando fixamente o vapor que saia da xícara- E é mesmo.

- Você sabe que não, mas ainda se recusa a aceitar isso- Ronnie diz e eu dou um gole largo no chocolate

- Estou trabalhando nisso, estou indo bem..- Falo tentando convencer mais a mim mesma do que a Vee

- Não, você sabe que não está.- Ela diz e eu estreito os olhos na direção dela- Está escondida. Está escondida aqui, desde o dia vinte e cinco.

》Apenas Aprenda a Me Amar || Bughead°《 (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora