As horas passaram voando e cheguei em Guaíra antes do previsto. A cidade realmente era muito bonita e aquela lua cheia só deixava a noite com um toque mais encantador. Repetia pra mim mesma que agora era aqui onde eu iria viver daqui pra frente. Que aqui iria acontecer a grande mudança em minha vida. Livrei-me dos pensamentos e foquei em procurar meu pai, que pelo qual já deveria estar me esperando em algum lugar e lá estava ele perto do que podia ser um restaurante que estava sem uso. Estava tão diferente de quando o vi pela ultima vez. Seus velhos pares de olhos azuis e seus cabelos negros, mas com a idade já se notava uns fios brancos, com seus 45 anos podia se dizer que estava bem conservado. Usava sempre o casual uma camisa e um jeans surrado. Esse era o meu pai dizia a mim mesma varias e varias vezes em minha mente. Mas eu via enquanto caminhava ao meu encontro que havia algo mudado nele. Não sabia bem o quê, mas sentia que era algo bom. Quando finalmente chegou perto me abraçou fortemente e ali eu quase comecei a chorar por estar novamente em seus braços. Que era uma sensação de que antes faltava algo e que agora estava completo. Mesmo eu tendo crescido continuava mais baixa, o que era uma frustração. Ter míseros 1,65, sendo que ele tem 15 centímetros a mais. Abriu-me um sorriso quando me libertou de seu abraço:
- Como eu senti sua falta filha. Você está tão linda.
- Para pai, que falar que os filhos são lindos é obrigação de vocês.
- Eu acho que sua mãe não tem espelho em casa viu. Para que você enxergasse o quão linda é. – notava que o jeito pelo qual ele falou da minha mãe ainda havia um carinho enorme da parte dele, o que fazia com que meus estomago revirasse lembrando-se do quanto ódio ela sentia por ele.
Estávamos indo em direção a uma pousada LAR DOCE CASA. Onde meu pai era proprietário. Ele pegou uma chave e abriu um dos quartos onde era pequeno, mas aconchegante. As paredes estavam pintadas de lilás, que era a minha cor favorita na infância, contudo que agora eu a detestava, não disse nada porque sabia que ele estava fazendo de tudo para poder me agradar e que pudesse me sentir em casa. Tinha me deixado sozinha para poder descansar e me trocar. Fui até o banheiro que graças a Deus era no meu quarto, porque não iria ser bacana ficar dividindo um com tantas pessoas desconhecidas. Lavei meus cabelos e me enfiei em uma toalha voltando para o quarto. Onde ri por conta de que havia um espelho enorme em frente à cama. Olhando naquele nele soava em minha mente você é linda e eu custava acreditar se outras pessoas me veriam assim. Meus cabelos eram loiros da cor de ouro, os mesmos de minha mãe. Minha pele era levemente pálida por nunca ter muita oportunidade de tomar sol. A única coisa que gosto da minha aparência é o par de olhos que herdei de ambos já que eles são esverdeados como da minha mãe e azuis como os do meu pai. O que é interessante, pois não conheço ninguém com cor de olhos igual a mim e sempre gostei de ser diferente dos outros, o comum me irrita. Enquanto estava comtemplando o meu novo quarto encontrei um porta retrato em cima da cômoda e novamente veio às lembranças da minha infância. Nele estava meu pai com um sorriso que não via há muito tempo, minha mãe também estava com um sorriso de felicidade por ter uma família tão amorosa, eu que ainda estava bem pequena, com os traços daquela menina ingênua achando que teria aqueles momentos para sempre. De repente lembrei que tinha que ligar pra minha mãe avisando que está tudo bem. Desliguei o telefone e abri a porta do quarto em direção ao corredor onde havia várias portas dos outros quartos e entre elas uma estava entreaberta e de relance olhei para dentro. Naquele quarto estava recostado um homem com aparência de quase 30 anos, aparentava estar cansado talvez tivesse chegado de viagem.
Eu estava caminhando pelo corredor, quando vi varias mesas e cadeiras alinhadas em frente a um cômodo que deveria ser a cozinha. Então tinha acabado de encontrar o refeitório que era relativamente grande. Logo o aroma de vários legumes sendo cozidos e segui seu aroma encontrando uma porta que se dividia em duas e entrei nela onde estava uma senhora de idade já de cabelos grisalhos que mexia o caldeirão de sopa.
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Abraçada pelas Sombras
ParanormalHaley é uma garota que agora com seus 18 anos quer rever o pai, que não o vê há 9 longos anos que fizeram a pequena criança emadurecesse cedo demais. Muitas coisas foram escondidas dela e pouco a pouca cai descobrindo que um mundo que pensara nunca...