Abraçada pelas Sombras

Capítulo 48

ESTAVAMOS EMBARCANDO DE UMA VIAGEM PARA OUTRA, MAS NÃO IMPORTAVA se assim fosse ajudar a Cinderela estava tudo bem. Dormimos os dois juntos em sua cama pequena, mas aconchegante. Iriamos viajar de manhã para chegar o mais cedo possível em Manaus.

Quando chegamos fomos direito para um hotel em quartos separados, não podia dar a bobeira de estar em um mesmo quarto com a Cinderela por conta dos caçadores que poderiam aparecer e não conseguiria explicar porque estava com a pessoa que os demônios tanto queriam. Hoje era tão nítida sua energia, a vitalidade que irradiava nela não teria como um caçador olha-la e não perceber isso. Trent enfeitiçara o relógio do Luke para que a deixasse com a aparência mais humana. Nos dirigimos aos nossos quartos, tomei um banho e veste uma calça jeans e  camiseta branca com uma camisa manga comprida azul claro. Quando estava indo em direção ao seu quarto ela entra no meu com as mesmas roupas da viagem:

- Acho que já podemos ir atrás do meu pai.

Assenti e pegamos um taxi ate onde o relógio nos levaria.

- Será que conseguiremos acha-lo. – falou apreensiva e a abracei com um branco enquanto beijava o topo de sua cabeça.

- Tenha fé Cinderela nós vamos encontra-lo. – assegurava sem ter certeza sobre isso, mas estávamos no local onde ele estava então podíamos ter esperança.

Chegamos ao lugar que o relógio guiava. Uma casa antiga com um jardim florido era ali que estaria o Luke. Nós entramos e na entrada não tínhamos reparado que aquele lugar era uma pensão. Uma senhora um pouco idosa nos saudou:

- Bom dia no que posso ajuda-los?

- Nós viemos atrás dessa pessoa. – disse mostrando uma foto no celular para a senhora que teve que colocar seus óculos para enxergar melhor. – É o meu pai e da última vez que chequei ele estaria aqui.

- Oh sim, me lembro desse moço. Muito gentil e prestativo, mas é uma pena que ele já tenha ido embora.

- Quando?

- Ele deveria ter te avisado. Foi ontem à noite se não me engano. – ela não conseguia assimilar mais nada. Nem compreendia que dia poderia ser hoje, não seria de muita ajuda.

Agradecemos e estávamos indo embora quando um rapaz nos chamou:

- Esperem. –disse um garoto adolescente com um envelope na mão. – Minha avó não anda se lembrando bem das coisas, mas reconheci o homem da foto e ele havia pedido para entregar isso a você.

- Obrigada. –ela disse a ele e saímos da pensão.

Sentamos em um banco perto dali e abriu a carta começamos a ler.

Minha querida sei que esta procurando por mim e quer as respostas para suas perguntas, mas eu não posso oferecer elas através dessa carta. Queria muito poder estar aí ao seu lado agora, mas preciso tomar conta de você de longe, estou fazendo de tudo para ajuda-la a se adaptar com as mudanças que ocorreram em sua vida depois de descobrir o que você é. Sei que te deixo em boas mãos e que essas pessoas nunca deixariam nada de ruim acontecer com você. Os demônios que estão te perseguindo não conseguiram o que eles querem por você não saber como desbloquear suas memorias e para a sua segurança é melhor que você não saiba, pelo menos por agora. Haley não me odeie por isso porque fiz de tudo para proteger a nossa família e faria tudo de novo se fosse preciso mesmo isso machucando as pessoas que eu mais amo. Tantas coisas eu guardei para mim nesses 18 anos e agora eu posso liberta-las de dentro de mim. Só quero que saiba que eu te amo muito e que em breve nos veremos de novo.

Com amor. 

Seu pai.

Ela encarava a carta e me disse:

- Não, tem que ter mais alguma coisa nessas palavras Alaric. Ele me deve respostas, não pode continuar escondendo-as de mim com a desculpa de que estaria me protegendo. Eu não aguento mais esse mistério. – disse com lagrimas de raiva escorrendo pelo seu rosto.

- Cinderela calma.

- Eu não quero ficar calma Alaric, quero respostas. Que porra que eu sou que é tão importante para que meu pai me escondesse dos caçadores? Por que eu? Com tantas outras pessoas justo eu tenho que ser esse algo. – encarando o chão.

- Haley. – com a pronuncia do seu nome olhou para mim. – Você não vê o progresso que fez nesses meses. Descobrimos tantas coisas importantes que cada vez mais que elas aparecem está mais perto de descobrir o que você é. Antes poderia ser um tipo de demônio que foi enviado a Terra para fazer algo grande ou uma grande feiticeira que viera para dar a noticia de uma nova guerra chegando talvez. Eu sei que ela esta vindo e você será a chave disso tudo porque com o seu poder não existirá nada que possa ser capaz de destruí-la. Sua vitalidade, força e inteligência logo será muito maior do que a de nós caçadores por causa da garra que existe em você e  com ela eu quero que erga essa cabeça sem se deixar fraquejar pelos obstáculos que estarão por aí para que desista de novo do que você é. Se apoie em mim se precisar, mas não desista.

- Como você pode depositar em mim tanta certeza das coisas.

- Porque eu sei que você ira conseguir tudo que quer. Por ser uma guerreira.

Seus lábios tocaram suavemente nos meus e me disse:

- o que faremos agora? Te puxei para uma viagem sem sentindo.

- Nenhuma viagem que tenha a sua companhia é sem sentindo baby. Já que estamos de malas prontas porque não viajar por aí sem destino, depois dar uma parada na casa da sua mãe que ficou chateado por você ter ido embora tão cedo, curtir as suas férias e tirar um pouco os problemas da cabeça, pelo menos por algumas semanas.

Ficamos só mais aquela noite em Manaus e entramos em um ônibus qualquer sem ter para onde ir.