Capítulo 5

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O pessoal foi para a Cornon Coffee, contudo eu recusei o convire, já que iria fazer a inscrição para a aula de defesa pessoal hoje. Quando cheguei à pensão, o refeitório estava parcialmente cheio de hospedes. Estava pensando em como será dançar na frente de todas essas pessoas. Encontrei o olhar de Cristina me dizendo para se aproximar da cozinha. Quando cheguei me entregou um prato cheio de strognoff de frango, que era o meu favorito. Dei um sorriso de agradecimento e ela começou a querer saber como foi o meu dia. Disse de como estava panejando fazer o campeonato de dança na praça daqui a umas três semanas. Um sorriso irradiante apareceu em seu rosto e me disse:

- Que maravilha. Faz tanto tempo que não vemos mais essas competições aqui. Sempre ganhamos dos outros concorrentes. A cidade recebia muitos turistas para prestigiar nossas danças e fazer uma competição dessas pode fazer com que elas voltem.

Senti-me tão bem de ver  como ela estava feliz com aquilo e tão bom saber que eu a deixara assim. Era incrível como eu gostava de ver as pessoas sorrindo ao meu redor. Parecia que até nasci para isso. Ela quis saber mais detalhes, só que disse que era surpresa. Que no dia da competição saberia. Cristina ficou um pouco desapontada por não poder saciar a tua curiosidade, mas disse que essas semanas passariam rápido. E amanhã seria o dia que eu pediria ao Nathan para ser meu acompanhante. Isso me deixava muito nervosa. Eu preciso que ele aceite, porque se não tudo isso de convencer a professora, fazer todos os preparativos. Iriam ser inúteis, já que eu precisava me aproximar dele e esse seria o único jeito.

Tomei uma chuveirada e fui até o endereço da academia onde eu me inscreveria para a defesa pessoal. O prédio era todo preto, cheio de janelas e uma porta automática.  O seu interior era muito organizado. No primeiro andar eram as salas de musculação, no segundo andar boxe e no terceiro era o que seria o qual eu participaria. No quarto já era yoga e no ultimo andar era o de dança.

Estava indo até a moça da recepção, senti um pressentimento de algo naquele lugar e eu não gostava nem um pouco daquilo.

 Quando voltei pra casa ajudei meu pai e quando começou a escurecer fui ao meu quarto onde logo adormeci. O sono estava me levando em um lugar totalmente novo da realidade e reconhecível para os sonhos. De novo ao local pelo qual eu encontrei o dono dos pares de olhos azuis incrivelmente intensos. Que de alguma forma eu me sentia tão bem, tão em paz. Não conseguia entender do porque tinha essa sensação. Ele estava novamente perto do lago, mas dessa vez o vi com uma espada predominando a cor preta e detalhes dourados. A admirava como se fosse à coisa mais bela do mundo. Que me fez sentir dentro mim uma explosão de sentimentos por qual não conseguia defini-los, mas de algo eu conseguia afirmar eu me senti totalmente em casa naquele lugar, como eu nunca senti desde criança. De repente começou a ventar, só que não era nenhum soprinho e sim fortes ventos que me obrigou a cobrir meu rosto, sem perceber o que se passava a volta. Quando os ventos se acalmaram eu consegui enxergar o estrago que ele fez.

Uma pessoa alta e esguia apareceu, mas não consegui ver sua aparência, já que todo seu ser estava pálido no mesmo tom que uma leve neblina. Sem motivo algum ele avançou para cima de mim com uma espécie de faca que continha um brilho sombrio. Tentei me proteger com meu próprio corpo e tentar soca-lo, mas foi em vão. Ele parecia de aço como se nada pudesse feri-lo. Então vi o garoto de olhos azuis vindo me proteger. Eles tinham grande potencial em lutas como as que eu via em lutas de MMA e jogos de videogame, isso era um sonho eu lembrei a mim mesmo. Só um sonho. Assim eu fechava meus olhos com força querendo voltar para a minha cama. Só que continuava naquele lugar. Por que diabos eu estava ali no meio dessa luta totalmente sem sentido? Quando voltei a olha-los via que de um lado uma escuridão estava sobre o garoto dos olhos azuis que com sua espada perfurava o coração do seu adversário. Pouco depois seu corpo desvaneceu pelo ar e ficara perplexa com aquilo. Quando encarei o garoto vi sua roupa manchada de sangue e seus olhos cor uma cor de azul tão escuro que nem parecia mais os de antes. Em sua volta só via sombras negras, que cobria todo o lugar. Mesmo assustada com o que estava acontecendo, ainda me sentia bem, me senti abraçada por aquelas sombras e pensando que me sentiria aterrorizada e totalmente perdida. Acabei me sentindo totalmente acolhida naquele abraço e me sentindo protegida. Novamente encontrando seus olhos depois de uns momentos com os meus fechados. Vi um sorriso tão encantador em teu rosto que aquilo me preencheu por completa. Antes estava querendo sair daquele lugar de qualquer jeito, só que agora eu poderia viver eternamente naqueles ali. Em seus braços. Depois de mais alguns instantes ali com ele poderia perguntar sobre o havia dito a no outro sonho. Quando iria fazer isso, uma aglomeração de vozes começaram a gritar e sentia a presença de algo estranho perto de mim.  

- Akгел. - sussurrava uma voz feminina num tom totalmente amigável, mas com uma pontada de maldade.

- O QUE DIABOS SIGNIFICA ISSO? - gritava de volta as vozes. 

O garoto fez uma barreira com seu corpo para me proteger e eu tinha uma pequena noção de que ele sabia o que eram essas vozes.

- O que são essas coisas? - perguntei a ele com tom de desespero em minha voz, mas quando ele iria responder uma voz outra voz próxima a mim disse.

- Hloupá holka neví, že anděl je dívka.

E com isso uma escuridão total veio até mim e vozes pronunciando coisas que não conseguia compreender.

- Peklo? jsou démoni agrameron.

-Démoni.

-Provádíme servis naší skutečnou krále.

- NÃÃÃÃÃÃÃO!- eu gritei com tanto pavor.

Fechando meus olhos implorei para voltar a minha consciência normal eu não conseguia mais ver nada só ouvir aquelas vozes repetindo e repetindo palavras pelas qual eu não entendia o idioma. E num sussurro eu ouvi uma voz totalmente em paz. Que me dizia:

- Volte. Volte. Para onde você se imagina segura.

Reconhecendo a voz do garoto eu comecei a me imaginar no sossego do meu quarto.

Com dificuldade eu consegui voltar e estava sem ar, meu peito doía e minha cabeça estava latejando. Fui até o banheiro e lavei meu rosto, bati contra o espelho minha cabeça e tentava entender o que havia acabado de acontecer. Aquelas vozes pareciam que não iriam sair mais da minha cabeça. Voltei até o quarto e enfiei minha mão na gaveta do criado mudo, peguei de lá uma bolsa de remédios, onde tomei uns dois comprimidos para dormir e esquecer-se de tudo. Quando eu estava para colocá-lo em minha boca, pensei se eu não voltaria aquele sonho, não conseguia imaginar como minha mente inventou tudo aquilo, mas eu sabia que eu não aguentaria voltar para lá. Então desisti de voltar a dormir e fui ver se tinha alguma coisa pela qual poderia me distrair no notebook.

E seria assim que passaria o resto da madrugada.

Abraçada pelas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora