As primeiras amizades - Terceira parte do conto

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Ficamos por um bom tempo só nós duas contra o mundo, fazendo peripécias e nos safando delas através do nosso anjinho da guarda Derek. Que começou a participar do nosso grupinho quando nós estávamos na 7ª serie. Quando eu o chamei pelo nome na hora do intervalo achei que ele iria ter um enfarte. Veio correndo a nosso encontro e comecei a falar que depois que ele tinha tirado aquele aparelho dos dentes estava mais sociável para andar comigo e pedi desculpas se eu o tinha magoado chamando o de “Sorriso metálico “ou “boca de lata “ou de “boca de arame” eram apelidos engraçados há 4 anos, mas não agora já que era uma garota que estava para completar meus doces 13 anos e estava louca para poder ir em alguma balada e ficar dançando ate raiar o dia, mas sabia que seria barrada por não ter 18 anos. Não via a hora de poder tê-los e vive-los intensamente. Aos meus 13 onde imaginaria ter uma festinha para meus dois melhores amigos, minha tia Alicia, tia Carol, tio Richard e tio Greg, então me vem à surpresa da presença de uma mulher cheia de vida com seus esvoaçantes cachos cor de fogo. Finalmente ela veio me ver. Joguei-me em seus braços e a apertei com tanta forte que senti medo de quebrar seus ossos.

- Mãe. – disse chorando e entre fungadas, ri de mim mesma eu estava sendo uma criancinha como o Derek ha 3 anos atrás.

- Meu Deus como está crescida e linda. Eu te amo tanto, Ariel.

Ninguém tinha percebido, mas eu havia. Ela acabara de me chamar do mesmo jeito que meu pai me chamava. Sempre assistíamos a Ariel, meu sonho era ser uma sereia quando crescesse e viver no mar. Minha mãe também sabia disso e se lembra dele me chamando assim enquanto eu dizia para ficar longe de nós duas. Ela continuava mal. No meio do jantar que minha família fez para mim, me perguntaram sobre meus amigos e eu tinha dito que não poderiam vir. Menti por não saber como seria aquela noite, mas talvez possa não terminar bem.

Dito e feito meus 13 anos foram marcados com a minha mãe começando a dar uma crise quando falou que nós duas tínhamos que ir embora para a nossa e que meu pai logo chegaria. Ela me pegou pelo pulso e sua expressão estava irritada quando a olhei. Vendo a cena minha tia a sedou com tranquilizantes e a levou para a sua casa. Não era mais a nossa. Só agora conseguia enxergar. Não consigo mais lembrar daquilo como lar, só de como as coisas viraram do avesso e não sabia mais para onde ir. Se não fosse as minhas tias não sabia o que seria de mim. Continuaria com a minha mãe ou o meu pai pegaria a minha guarda, mas qualquer que fosse o meu destino eu teria sido infeliz.  Pelo menos nesse caminho ainda posso encontrar momentos felizes.

 Na escola no outro dia a Brenda não havia ido e um Derek irritado por não ter sido convidado para meu aniversário foi a minha única companhia. Depois de um tempo dele falando sem parar, percebeu que eu não estava bem e do nada me abraçou. Foi estranho, mas também bom. Acho que eu precisava disso agora.

- Por que você está me abraçando?

- Minha mãe sempre falou que quando as pessoas estão tristes precisam de um abraço e um ombro amigo para conversarem ou só para mostrar que existem pessoas que se importam.

A mãe dele estava certa e depois daquele dia comecei a olhar para o Derek de uma forma diferente. Não o classificava mais no nenhum homem presta, podia entrar na lista de homens normais que não machucam os corações das mulheres e sim as consola. Nela só tinha aos meus tios até agora, mas acaba de ganhar um novo integrante. 

Abraçada pelas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora