Fazia anos que não via minha mãe e durante esses dias quando minha tia Carol liga diz que ela está bem, o que me fez tomar a iniciativa de ir visita-la, mas no momento em que entro naquela casa começo a me arrepender um pouco da ideia. Minha tia teve que seda-la por ter ficado muito agitada quando me viu. Eu e meu pai não nos parecemos muito, contudo o contorno e a cor dos olhos eram as mesmas. O formato da boca e o nariz ondulado haviam herdado dele. Parecia-me com minha mãe só pela cor dos cabelos e o formato do rosto triangular com as maças acentuadas. Meus pais eram muito bonitos, mas o tempo deixou marcas que tiravam um pouco de sua beleza. Minha tia Carol tinha 53 anos, quatro anos a mais que minha mãe, mas aparentava ainda ter seus 45. Seus cabelos castanhos escuro, que um dia já foram loiros como tia Alicia. Elas haviam puxada a cor dos cabelos de meu avô e minha mãe herdou a mistura dos cabelos pretos de minha avó com os loiros do meu avô, formando assim o nossos cabelos ruivos.
- Você tinha me dito que ela estava bem tia. – disse a ela enquanto vinha se sentar comigo me entregando uma caneca com chá de camomila.
- Eu já a vi muito pior do que agora, Maggie. – seus olhos demostravam tanta compaixão e tristeza que nem conseguia encara-los. Desde daquele dia minha tia dedicou sua vida a ajudar sua irmã, não se importando o quão iria estar se sacrificando para isso e se iria prejudicar seu casamento com meu tio Richard, que é um bom homem e está sempre presente para ajudar minha família. Meus tios e o Derek foram os únicos homens que eu consegui confiar e me aproximar de uma forma mais pessoal, por saber que eles nunca iriam me machucar como meu pai fez. – Teve dias que nem saía do quarto. Não comia nada e nem queria falar com ninguém, foi um sacrifício conseguir se aproximar dela e fazê-la se alimentar, que foram em meio de gritos e ela tentando vir para cima de mim. Já a vi de tantas maneiras piores do que essa, que espero que não as presencie enquanto estiver aqui, porque doí saber que não posso fazer nada para arrancar o que tanto a machuca por dentro e irá doer mais ainda te ver mal por causa disso.
Isso me deixava preocupada, não só comigo ou com minha mãe, mas minha tia também. Ela estava se ferindo tanto internamente quanto por fora e não queria vê-la sofrendo por estar fazendo algo com tanto amor, contudo só está recebendo o inverso. Eu joguei meus braços em seu pescoço e abracei forte, então disse:
- Obrigada, tia. Você e a tia Alicia são tão maravilhosas que eu acho que devo dizer todos os dias o quanto são importantes para mim e o quão agradecida sou de ter vocês na minha vida.
- Oh meu amor, sou eu que devo agradecer de ter uma sobrinha tão especial e carinhosa. Você foi o presente que Deus me deu quando levou o meu bebê com Ele. – ela estava chorando ao lembrar-se do filho que ela perdeu quando tinha completado 12 semanas de gestação e teve um aborto espontâneo. Eles ficaram arrasados por terem perdido uma criança que já estava sendo paparicada por todo mundo. Foi tão duro para ela superar a dor que decidiu não tentar uma nova gravidez com medo de perdê-la de novo. Pouco tempo depois minha mãe engravidou de mim e pouco a pouco a dor que minha tia foi diminuindo com a minha presença. Como eu fui um dia a luz para ela agora é para mim, ao estar cuidando da minha mãe quando não posso.
Ela me perguntou sobre estavam as coisas em Guaíra e falei que tudo estava indo bem. Insistiu em saber se eu haviam encontrada alguém, mas respondi que não, só que no fundo sabia que estava mentindo e até já suspeitava sobre os meus sentimentos pelo Derek, contudo não quis tocar no assunto, já que queria que eu tomasse essa iniciativa, o que não iria acontecer.
Jogamos papo fora durante horas e então eu vejo minha mãe caminhando para fora do seu quarto meio desnorteada. Quando me viu veio correndo me abraçar e disse:
- Minha menina. – seu abraço era tão reconfortante que nem percebi que estava que nem uma criança em seus braços que precisava que a mãe dissesse que tudo iria ficar bem. Não imagina que sentia tanta falta dela assim e comecei a chorar enquanto a abraçava mais forte.
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Abraçada pelas Sombras
ParanormalHaley é uma garota que agora com seus 18 anos quer rever o pai, que não o vê há 9 longos anos que fizeram a pequena criança emadurecesse cedo demais. Muitas coisas foram escondidas dela e pouco a pouca cai descobrindo que um mundo que pensara nunca...