Eu e meu pai estávamos indo agora para uma cafeteria, a Cornon Coffee, quetinha um clima bem vintage e dentro dela havia uma bancada com diversos cookies, pães, tortas, croissant. Nos sentadas ali mesmo na bancada e pedi um cappuccino e meu pai só quis o de sempre. Um café descafeinado. Então agora se virando pra mim quando a moça foi tirar nossos cafés ele disse:
- Então conheceu alguém na faculdade?
Na faculdade pela qual conheci duas garotas que eram até simpáticas, mas não parecem ser do tipo que seriam minhas amigas. Acho que elas só se aproximaram por pena e querendo fazer com que eu fosse umas dessas garotas fúteis. Eu as deixei depois de um tempo pelo qual elas haviam falado comigo, indo para a entrada da faculdade onde meu pai estava esperando e me dizendo que iriamos conhecer um dos melhores estabelecimentos da cidade. E era uma boa, velha e aconchegante cafeteria. Algo que me chamou atenção foi ver que tinha uma livraria ali dentro. Onde você poderia pegar um livro para ler ou comprar enquanto me deliciava com um cappuccino. A moça nos serviu e bebendo um pouco, então meu pai voltou a perguntar, já que antes eu não respondera nada.:
- Como foi na faculdade Haley? Aconteceu alguma coisa lá que você não quer me contar?- ele disse com um ar de preocupação espantado na sua cara.
- Não aconteceu nada demais pai. Conheci duas garotas que foram legais vindos falarem comigo e... – estava prestes a falar sobre o garoto de olhos negros. Nathan, mas logico que eu não poderia falar sobre garotos com meu pai. Isso seria muito estranho. Então me calei por aqui.
- Hum, que bom saber que você está começando a fazer amizade.
- Ah para. Não é porque troquei meias palavras com elas que já nos tornamos amigas. Sei lá, eu vou continuar na minha. E quando é que eu vou poder começar o curso?
- Amanhã. Jornalismo, sala 4. – ele disse pegando um papel onde havia instruções sobre o que eu precisava para amanhã.
Ele me deu um beijo na testa de despedida, olhando para o relógio. Que já marcavam 11 horas da manhã e se queixou por estar atrasado para receber uma mercadoria na pousada, perguntou se eu queria ir para casa, mas disse que eu poderia voltar sozinha e que queria conhecer mais a cidade. Então ele se foi. Paguei os cafés e fui à livraria. Peguei um livro com capa preta, com volume mediano. O nome era O Fantasma da Ópera de Gaston Leroux estava o folheando quando uma mulher aparentando meia idade, com pele negra, cabelos crespos bem arrumados e olhos castanhos claros, se aproximou e disse:
- Olá Haley. – com um sorriso instigante.
- Como você sabe o meu nome? – eu estava surpresa por ela saber meu nome, sendo que nunca a tinha visto na vida.
- Essa cidade não é pequena e digamos que conheço seu pai há um tempo.
Eu a estava encarando agora com certa raiva por ela ter dito que conheceu o meu pai há um tempo. Em que período seria esse. Quando minha mãe estava casada com ele ou quando estavam se separando? E ela o quis consola-lo, fosse por isso ela seria uma bela de uma vadia. A olhava com desdês e continuou a falar quando estava pronta para ir embora dali- Vejo que você não conhece a sua origem pequena.
Ainda bem que nessa hora ela saiu, porque meu sangue já estava fervendo. Como assim eu não sabia minha origem? Ela era uma louca que talvez meu pai tenha a chutado no passado e agora que sabe que sou filha dele quis me envenenar contra ele.
Irritei-me tanto que nem quis mais dar uma olhada na cidade e fui direto pra casa. Entrei em meu quarto e liguei meu notebook que estava na minha cama. Procurei por alguma coisa que me relaxasse uma musica, uma serie ou qualquer outra coisa. Até que encontrei uma publicação no facebook que dizia:
“Você acredita em demônios e anjos? Talvez devesse acreditar, pois eles existem. Já que estão no meio de nós ou até mesmo dentro nós”
Sai daquela pagina com um sentimento estranho dentro de mim. Eu sabia que demônios não existiam, anjos eu tinha as minhas duvidas. Nunca fui crente em uma religião, acreditava que Deus existia, mas era só. Pessoas idiotas que querem criar gente paranoica gostam de inventar coisas, é tudo pra chamar atenção. Toscos. Já que eu não consegui conhecer a cidade, vamos ver se a algo na internet sobre esse lugar. Bingo. Existia um site sobre os melhores lugares daqui. Vi que existia um restaurante de comida italiana, que era a minha favorita. Ficava logo atrás da faculdade. Tinha um cinema que era um pouco longe daqui da pousada, mas que com certeza eu iria passar lá um dia, já que era apaixonada por filmes. E logo algo me interessou de uma maneira absurda. Uma academia de defesa pessoal, onde ensinava judô, jiu jitsu, boxe, mai tai. Sempre quis aprender a lutar e concentrar a minha raiva em algo e essa seria uma ótima oportunidade. Anotei o endereço e amanhã eu iria fazer minha inscrição Havia almoçado, mas continuava mexendo no notebook. As horas se passaram sem me dar conta e meu estomago estava roncando avisando precisava de algo. Realmente já estava bem tarde, pois Cristina não estava na cozinha. Quando entrei no refeitório, liguei as luzes e peguei uma maça na cesta de frutas. Eis que de repente a porta da cozinha faz um ruído que era sinal que alguém estava entrando adentro. Quando me virei para ver quem era me deparei de novo com o homem que na noite passada me tinha dado um sorriso, mas que com só aquilo me estremeci toda e podia sentir aquela mesma sensação agora. Ela não era nada boa e eu queria poder sair logo da cozinha. Só que bloqueou a passagem com seu corpo. Ele era alto, mediria seus 1,90m que fazia com que me sentisse uma formiga de tão pequena. Era até atraente, porém algo naqueles olhos que estavam fixos nos meus me fazia que fosse se arrepender de ter sair do meu quarto. Pela primeira vez eu ouvi a voz dele, de um grave forte:
-Não acha que deveria estar na cama não pequena?
-Não acho e não me chame de pequena, porque mal te conheço. – disse tentando sair, mas continuou me barrando e comecei a bater nele para me deixar passar.
Eu vi a fúria nos seus olhos e então me empurrou até a parede e seus braços apertavam os meus com uma força impressionante. Ele estava quase a um ponto de quebrar os ossos dos meus braços, mas ele me soltou e nesse momento eu iria começar gritar. Só que me pegou pela garganta e disse:
- Ques yiy shyev svia. – não entendia nada do que aquilo significava e fechei os meus olhos com esperança de ser tudo um pesadelo
Quando os abri, ele havia desaparecido e pensei que nada daquilo aconteceu se não fosse à dor que sentia em meus braços e em meu pescoço. O que significava aquelas palavras eu me perguntava ainda recuperando o ar. Voltei para o meu quarto e enquanto passava em frente ao quarto daquele maníaco percebi que não havia mais nada lá dentro. Com certeza ele ficara com medo de que eu contasse alguém que ele... Mas se ele quisesse fazer alguma coisa comigo ele teria feito só havia eu e ele sozinhos na cozinha. O que diabos ele queria comigo? Entrei em meu quarto e fui até a janela para respirar um pouco. Quando olhei para baixo vi com um pouco de luz que iluminava aquela parte da rua um homem, bem alto com seu 1,85m com cabelos negros, uma cor bronzeada e seus olhos negros. Só que com o brilho tão intenso que me fez recuar por um segundo. Quando o olhei novamente ele estava correndo para trás da pousada como se estivesse se escondendo de alguma coisa, mas não era de uma coisa e sim de alguém. Ou melhor, de mim. Ele percebera que o tinha visto e fugiu. Aqueles olhos eu só havia visto eles uma vez em toda a minha vida. Sabia quem era ele. Nathan. O garoto que não conversava com ninguém, que me encarou por um tempo no pátio da faculdade e que agora estava de guarda vigiando a pousada. Vigiando-me. Mas por que estaria fazendo isso comigo?
Fui me deitar, com a cabeça a mil e um corpo que precisava de descanso. Então fechei meus olhos e cai em um sono profundo.
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Abraçada pelas Sombras
МистикаHaley é uma garota que agora com seus 18 anos quer rever o pai, que não o vê há 9 longos anos que fizeram a pequena criança emadurecesse cedo demais. Muitas coisas foram escondidas dela e pouco a pouca cai descobrindo que um mundo que pensara nunca...