Capítulo 9

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Consegui o que tanto queria. Tinha se passado uma semana e nela não falei com a Haley. E por sorte ou azar ela também fez o mesmo. Nem mesmo olhar fazia e isso me deixou mal. Em todos os dias recitava para mim mesmo que essa era a coisa certa a se fazer e que assim todos nós iriamos ficar bem, mas custava acreditar que estava tudo bem. Sentia sua falta e com a distância que implantamos entre nós nossos ensaios não existiam mais, só piorava a falta que ela fazia. Mas não podia me aproximar de novo se depois que toda a competição acabasse teria que me distanciar depois, só que não queria que ela se prejudicasse e precisava arrumar algum jeito de ver se a professora aceitaria algo para lhe dar uma nota.

Senti a presença de um demônio, se encontrava próximo. Fui até o subsolo peguei meu chicote e logo já estava indo em direção ao inimigo.

Perto da floresta era onde estava. Pelo menos não tem a seu favor à noite, já que faltavam algumas horas para escurecer e esse lugar se tornaria traiçoeiro já que um ataque poderia ocorrer por todos os lados, mas não para um caçador que já estava preparado, sentindo que se aproximava da minha esquerda arremessei o chicote, feito de correntes banhado com sangue de anjo em sua direção. Consegui atingir seu tornozelo e cairá no chão.

- Caçador. – cuspiu com desprezo.                                                                                       

- Você sabia que me encontraria aqui. Sou o guardião da cidade e nunca a deixaria desprotegida.

- Melhor você conseguir reforços caçadorzinho porque sua cidade precisará de muito mais do que você para ficar protegida. – disse rindo.

- Cale-se criatura miserável. – assim lancei o chicote em sua garganta e acabando com todos os problemas.

Voltando para casa, mesmo não querendo pensar no que ele tinha acabado de disse não conseguia não me preocupar. Conseguir novos reforços? O que aquele demônio estava falando? Nunca teve uma quantidade grande de demônios por aqui, mas por algum motivo eles estavam sendo todos atraídos para cá. O ruivo conseguiu escapar naquela noite, mas não o sentia perto. Ele estava longe da pousada e era assim que teria que continuar. O quanto mais longe da Haley melhor. Ela não merecia passar por todo esse inferno que eu passava. A humanidade dela continuaria pura, nem que essa seja a última coisa que tenho que fazer. Irei protegê-la a todo custo desse meu mundo.

♦♦♦♦♦

Era estranho não olha-lo quando estávamos no mesmo local, sempre meu olhar era destinado ao dele, mas aprendi a controlar esse impulso. Ele não merecia a afeição que eu sentia. Já estava anoitecendo e depois de uma seção de 2 horas de boxe meu corpo pedia banho e cama. Como imaginava adormeci sem nenhum esforço. E novamente fui puxada para o lugar dos sonhos.

 Sempre estava no mesmo local. O que me deixava feliz, já que eu realmente o havia colocado com um lugar onde por incrível que pareça conseguia me sentir em paz. Seu ar era tão puro, como as aguas que se banhavam ali, os pássaros cantavam e as arvores floresciam as mais belas flores. Mas senti algo faltando. Ele. Com seus pares de oceanos nos olhos e voz terna. O procurei por entre as árvores e perto do lago. Nada. Contudo de repente sento seu peito se encaixando em minhas costas e sussurrou em meu ouvido:

- Me procurando?

Virei para poder olhar para ele. Seus cabelos estavam levemente bagunçados, como se acabasse de acordar. Vestia uma camisa branca justa aonde podia ver seus músculos definidos. Uma bela calça preta que realçava suas pernas longas e logicamente definidas também. Até parecia que nasceu para ser o senhor perfeito. Não havia imperfeições nenhuma nele que podia ressaltar. Por este motivo ele havia se tornado meu sonho. Alguém assim não poderia existir.

- Hoje está tão bela, como está, flor. – disse me dando uma margarida.

 E agora reparando estava em minha roupa estava usando esta noite uma camisola branca que chegava a ser levemente transparente e vi em seu rosto um olhar malicioso. Percebendo que eu havia reparado soltou um riso e passou em seus cabelos. Oh não. Ele sabia seduzir.

- Você sabia que já tem uma profissão que se daria muito bem?

- Hum, e qual seria ela? – disse passando suas mãos em volta da minha cintura.

- Modelo para comercial de shampoo. Realmente as empresas te disputariam a tapa.

- Anotado se nada der certo é pra essa que eu vou. – disse sorrindo.

Se sentando perto do lago me indicou para fazer o mesmo. Quando me sentei ele envolver suas pernas ao lado das minhas e de novo mais costas estavam em meu peito. Poderia assim nossos corações batendo em uma mesma frequência de tão perto que estavam se tornando um só. Abraçou-me e tendo a vista magnifica poderia afirmar com toda a certeza que estava no paraíso. Ficamos ali juntos por um tempo sem falar nada e sentia que nem precisava. Tudo se encontrava perfeito assim.

Mas era um sonho e com aquela paisagem começando a se distorcei voltei a si de que não era real, contudo custava acreditar agora com os braços de um homem que me fazia sentir tão livre, tão sintonizada a ele que tinha que ser real. Não queria perder essa sensação.

- Você está acordando, baby. Não precisa se preocupar com nada. Eu nunca vou deixarem-te machucar.

- Como você pode afirmar com tanta confiança?

- Porque eu sou o único que posso lhe proteger deles.

Irei lhe perguntar mais, só que agora era ele que estava se desintegrando.

- Não vai embora, por favor.

- Calma anjo. Logo iremos nos ver.

E assim comecei a voltar para o meu quarto com a vista de uma janela maldita que me despertou com os raios do sol. Senti-me tão vazia agora aqui sozinha sem os braços dele. Por Deus ficar com ele por tantos sonhos e não sabia como chama-lo. Mesmo sendo um sonho ele existia ali e deveria ter um nome pelo qual atendia. Havia me dito que logo nos veremos de novo e ali eu perguntaria seu nome. E por algum motivo uma ansiedade por este momento me preencheu tirando o vazio que ali estava antes.

Abraçada pelas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora