Abraçada pelas Sombras

Capítulo 42

MINHA MÃE FEZ UMA RABADA, PURÊ DE BATATAS E UM ARROZ. TODOS comemos ate mesmo o Alaric, mas não sabia do que era a carne e quando ouviu a resposta:

- Muito boa essa carne Catherine, de que parte do boi é ela?

- Que bom que gostou. É rabanada.

- Eu estou comendo o rabo do boi. –disse com cara de nojo e com aparência que iria por toda aquela comida para fora a qualquer momento. Mas colocou um sorriso forçado. – Realmente uma delicia.

Não consegui não rir de toda aquela cena. Os meninos se ofereceram para ajudar a limpar a cozinha e eu e minha mãe ficamos na sala conversando como foram esses meses em Guairá. Contei sobre os amigos que eu fiz, como me apaixonei pelo Nathan, de como foi a primeira vez que eu vi o Alaric e no fim queria poder contar sobre como estavam as coisas com meu pai, mas ela já mudara de assunto.

- O Alaric é um belo rapaz, vocês formaria um casal maravilhoso.

- Assim como você e o meu pai formaram? – ela ficou sem palavras e seu rosto mudou de um sorriso para uma expressão mais séria.

- Haley.

- Mãe para. Você já amou o meu pai um dia, não pode simplesmente apagar isso da sua vida, porque esse foi um dos melhores momentos da sua vida.

- Mas não é mais. A única coisa que sobrou daquele amor foram você e seu irmão.

- Como é amar alguém mãe? Não posso saber as minhas respostas sem saber como é realmente amar alguém.

- Não se pode explicar o amor, meu anjo. Só podemos senti-lo. São poucas as pessoas que tiveram a chance de terem um grande amor, que compreenderam que amar alguém não é só sentir a falta da pessoa quando esta longe, não é querer sempre o bem dela, sentir ciúmes ou dizer que a ama todos os dias. Isso nós fazemos porque gostamos delas e queremos perto de nós por nos fazer bem. Amar é muito mais profundo que isso. Quando alguém que realmente te ama e diz isso a você é como se ele estivesse dizendo que ira estar ao seu lado ate a eternidade, que morreria por você. Existe uma lealdade inquebrável entre as duas pessoas, com um confiando sua vida no outro. O amor é raro hoje minha filha, porque ele é tão puro e cheio de vida o que faz com que nos faz tocar o céu só de estar perto dessa pessoa. A que te compreendera e te amara do jeito que você é. Acha que eu possa ter te ajudado?

- Acho que sim.

✼✼✼✼✼

Eu e o Trent lavamos, secamos a louça e a guardamos, sem muito conversar. Estava me sentindo estranho perto dele. Desde que chegara tinha conquistado fácil à confiança da Cinderela e não gostava nada disso. Talvez eu esteja só com ciúmes de ver como os dois estavam se dando bem e que eu não poderia ter isso. Não conseguiria ser somente amigo dela.  Em alguns momentos me pegava olhando para sala e via as duas conversando. Eram tão perecidas, com a mesma cor de cabelos e tamanho, o mesmo formato do nariz mais afinado e da boca. Olhar para uma e a outra é ver o passado e o futuro. Ela seria linda em qualquer idade que tiver era uma pena eu não poder estar ao lado dela para admira-la.

Terminando o serviço, a porta da frente se abrira é uma criança de menos de 10 anos com cabelos pretos e olhos verdes jade como os da mãe. Saiu correndo na direção do sofá onde estava a Cinderela e a abraçou dizendo:

- Haley você voltou!

- Sim pirralho, vim ver vocês. Estava morrendo de saudades. Mas cade a tia eu achei que ela estava com você.

- Sua tia não anda muito bem Haley, eu não queria dizer antes porque vocês tinham acabado de chegar e não queria cansar mais você do que já deve estar. – seu olhar era de tristeza ao falar aquelas palavras.