Capítulo 28

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TER BRIGADO COM O ALARIC, ME FEZ PENSAR NAS COISAS. DESDE QUE ELE CHEGOU à cidade deixou claro que escondia algo, sempre querendo respostas pela qual não as tinha. Ele não era o louco que pensava só era o trabalho dele saber o que atraia os demônios para a cidade. Só que o porquê disso acontecer eu não sabia também. Isso me frustrava. Precisava saber o que eu sou, qual realmente era a minha origem. Sem meu pai esse trabalho era mais duro, já que ele deveria saber. O Alaric tinha me dito que também já fora um caçador, mas que se transformou em um renegado, já que havia se casado com uma humana, minha mãe. Ele sabia que se envolvesse com ela, seria desligado de ser caçador, só que mesmo sabendo o fez. Por amor a ela. O que não tinha sentido já que depois de 12 anos juntos eles se separaram por ele não demonstrar ser o mesmo de antes, por não ser mais o homem pelo qual ela o amou, porque fazer tudo que fez e no fim não estar mais com ela? Algo nisso não estava bem explicado e como eu precisava de respostas.

Uma vez o Alaric me trouxe e aos outros da academia a esse lago, falando que sempre gostara de como ele transmite algo permanente ali e ao mesmo tempo afetado pelos outros. Um dia sua água se esgotara, mas ate então terá muitos historias para contar. Sempre gostava de estar de ante das águas equilíbrio a seus pensamentos e assim conseguindo retirar os maus e deixar os bons. Aqui agora finalmente o entendi. A paz que havia nele lhe dava realmente fazia sua mente se abrir as coisas boas e deixar as ruins para trás. Eu amava aquela sensação e me sentando perto dele, meus pés tocando na agua eu refletia que estava sendo egoísta com todos a minha volta. O Nathan não tinha tanta certeza do que eu era ate que os demônios começaram a atacar somente a mim, ele queria me afastar de tudo aquilo e realmente se me contasse sobre tudo aquilo não acreditaria, nunca iria acreditar sem ver com meus próprios olhos. Não podia crucifica-lo por querer me proteger. Nem ao meu pai. Só que quem eu preciso realmente me desculpar seria com o Alaric, eu que procurei saber dessas coisas e ele só fez o que eu queria ter as repostas por todo aquele mistério. Mas não queria faze-lo já que suas palavras realmente me machucaram, eu estava sendo tratado como um objeto por ele.

Saí de perto do lago e comecei há caminhar um pouco precisava de mais um tempo para voltar para casa e resolver as coisas. Vaguei sem reparar que a noite já cairá. A lua estava tão linda, com somente o seu minguante para clarear a noite. Com pouca iluminação comecei a ter a sensação de ser perseguida, isso me encheu de medo. Um calafrio e logo atrás de mim estava alguém, quando iria tentar ataca-lo disse:

- Calma, Cinderela, sou eu.

Alaric. Respirei aliviada.

- Você me assustou.

- Eu lhe disse que precisava de proteção, você sabe que eles estão atrás de você e mesmo assim gosta de se arriscar. E se não fosse eu e sim um demônio.

- Mas não é já que você precisa me proteger, não é? Seu trabalho, um peso nas suas costas que tem que carregar.

- Por favor, chega de ficar discutindo, vamos pra casa.

Eu não iria confronta-lo já que sabia que realmente era melhor irmos para casa. Só não esperava que naquela noite tão linda se transformasse numa grande tempestade. Primeiro começou a relampear e logo a chuva começou do nada e muito forte. Estávamos ensopados em pouquíssimo tempo. Graças a um galpão abandonado, conseguimos um abrigo.

O Alaric vasculhou o lugar a procura de algo para nos aquecer, enquanto ficava olhando a chuva caindo. Estava muito escuro na casa, mas como caçador os seus sentidos eram muito aguçados e assim ele seria muito mais útil do que eu, já que bateriam em cada canto daquele lugar antes de ter algum sucesso de encontrar algo.

-Infernos! – ouviu-o exclamar. – Não tem nada de útil nesse lugar. Totalmente abandonado.

Quando aproximou de mim e consegui ver seus olhos, com pouca claridade, vi de relance que ali escondiam algo, que existia algo neles me querendo dizer algo.

- Vamos pegar uma pneumonia, se ficamos com essas roupas. Por que nesse maldito lugar não tem nada que possa nos aquecer. – disse irritado.

Se afastando de mim, o vi bem de relance tirando sua camisa, que estava totalmente colada em seu corpo, já o tinha visto sem camisa milhares de vezes, mas nada se comparava aquele momento por algum motivo era diferente dessa vez.

- Não espero que sugira que retire minha roupa também.

- Você que sabe pelo menos a sensação do corpo pode aumentar sem uma roupa ensopada retirando o calor de seu corpo.

Realmente estava com muito frio e aquela blusa ensopada só piorava as coisas. Então acabei aceitando sua ideia e retirei minha roupa, só fiquei com as minhas partes intimas, como ele também ficara com as suas por respeito a mim, pelo menos ele teve esse senso naquele momento. Continuava com muito frio, abraçando a si mesma para esquentar-me não tinha resolvido muito:

- Venha cá.

Não, não iria mesmo estar perto assim dele, com tanta pouca falta de roupa. Mas o frio não se inquietava dentro de mim e já rangendo meus dentes aceitei sua oferta e me sentei ao seu lado. Só de estar mais próximo dele já aliviava o frio. Então me abraçou e o calor de seu corpo no meu fez meu coração acelerar, como em todas as vezes que estávamos tão perto um do outro. Pouco a pouco o calor foi acabando com o frio, só que não conseguia quebrar aquele abraço, parecia tão certo estarem ali, os nossos corpos queriam um ao outro disso eu sabia, mas não podia. Não sabia o que exatamente me puxava sempre para sua direção, contudo não era a ele que estaria sempre ao meu lado, ele era do mundo e eu sou para pertencer a alguém. Meu coração naquele momento tinha que estar conectado com o Nathan, de chamar por ele agora, mas era um traiçoeiro e estava querendo mais de um homem que não era pra mim. Minha cabeça estava a todo o momento em seu peito e sentindo cada batimento de seu coração, era como ouvir uma musica e que só eu poderia ouvir. Seus batimentos acelerados contrastavam com os meus como se fossem um só. Chega balançando a cabeça chega de pensar nele assim, ele não pode ser seu coração, não deixe a minha vida mais complicada do que já está. Nesse momento afastei minha cabeça do seu peito e me olhando preocupado naquele instante eu vi que fiz uma besteira, nossos olhares eram sempre fixos um ao outro e assim estavam nossos rostos, por qualquer movimento nós poderíamos se beijar e como eu queria poder sentir o gosto de seus lábios nos meus, ali naquele galpão onde não havia nada além de uma chuva caindo lá fora. Quando estava quase indo fazê-lo o lugar se encheu de luz. A energia havia voltado e com ela a minha cabeça já tinha voltado a funcionar. Assim ele se levantou, vestiu suas calças mesmo um pouco úmidas e foi ver como estava à chuva lá fora. Abracei os meus joelhos sentindo falta de corpo me transmitindo todo seu calor.

✼✼✼✼✼

A tempestade havia finalmente ido embora e assim, nós também fomos. Passar uma parte daquela noite estando com ela em meus braços conseguiu me quebrar mais do que estava antes. Eu a queria que me odiasse, mas vendo as palavras saindo de sua boca com tanto desprezo me destruiu e hoje estar assim tão perto dela, vendo como nós se encaixávamos tão perfeitamente juntos só conseguiu me fazer ficar pior. Não a teria. Meu irmão sim. Só que assim esta certo. Jamais a faria feliz, não sou o cara que ela merece ter ao seu lado. Eu sou o norte, você o sul e assim nunca estaremos destinados a estar juntos.

 

Abraçada pelas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora