Abraçada pelas Sombras

Adolescência á flor da pele - Quarta parte do conto

Quando os meus 15 anos chegaram eu continuava determinada a ir a uma balada. Queria muito dançar essa noite e experimentar alguma bebida. Com um plano louco nós três conseguimos. Derek conseguiu alterar nossas datas de nascimento no RG e nos vestimos como verdadeiros adultos. Meus cabelos estavam quase na cintura e eu os amava por serem tão chamativos. Era puro fogo, assim como eu. Coloquei uma calça jeans skinny, uma blusa vermelha um pouco decotada e uma jaqueta de couro preta.  Maquiei-me com lápis de olho, rímel e um batom cor de boca. No espelho conseguia me ver como uma garota de 18 e não de 15. O que era ótimo.

Na boate nós três estávamos deslumbrados com a energia que aquele lugar passava. O som alto, as luzes, barman’s fazendo as bebidas com umas manobras muito legais e um atirou fogo pela boca. Fiquei admirada e fui em direção a ele.

- Oi gatinha, o que vai querer? – disse com um sorriso encantador que quase mexeu comigo, mas lembrei de eu os odeio. Só que não custava nada jogar um charme para conseguir umas bebidas mais fáceis.

- O que você indicaria para mim moreno?

Seus cabelos eram pretos e tinha um cavanhaque que era um charme, seus olhos eram mel e seus lábios eram provocantes.

- Que tal um Malibu?- assenti e ele deu um sorriso. Quando veio em um copo pequeno já estava pedindo para que colocasse mais bebida, mas quando tomei percebi o porquê. Era uma bebida muito forte. Tentei o máximo possível não deixar transparecer isso e tomei tudo em um gole só. A bebida desceu queimando, mas gostei da sensação.

- Não acha muito forte, princesa?

- Não gosto que me chamem assim. – disse um pouco irritada. Na verdade eu odiava.

- Okay então como quer que te chame?

- Mags. – disse de um jeito charmoso.

- Gostei. Meu nome é Dean, sei que não perguntou, mas é estranho eu saber o seu e você não.

- Dean.- disse enquanto levantava o copo e pedia mais uma. – Gostei.

Virei o em um gole e fui dançar um pouco. Sentindo que seu olhar continuava em mim. A música contagiou meu corpo e não conseguia mais parar. Brenda e Derek se aproximaram e começaram a dançar comigo. Divertia-me enquanto o via se mexendo de uma forma estranha, mas gostava. Ele cantava desafinadamente e apontava para mim.

- You my fault, my weakness. When did you turn so cold? You cut me down to the bone. Now you are dancing all over my soul. I’m falling to pieces, to pieces, to pieces but I still stay cuz you're the only thing I know.                                                                                                           *Você é minha falha, minha fraqueza. Desde quando você deixou isso tão frio? Você me perfura até os ossos. Agora você está dançando por toda minha alma. Estou 'caindo' aos pedaços, aos pedaços, aos pedaços, mas eu ainda continuo aqui, pois você é a única coisa que conheço.**

Eu sentia seu olhar em mim de uma forma diferente. Nós dois estávamos sentindo o efeito da bebida e não sabia o que estava sentindo naquele momento. Eu não gostava dele além de amizade, mas do jeito que me olhava e aquelas palavras vindo como verdadeiros socos no estomago demostrava que ele não sentia só amizade. Nunca foi só amizade. Que pessoa iria se arriscar tanto por alguém que só simplesmente gostasse?

Nenhum deles era apegado a uma garota como o Derek era comigo.

Quando a outra música começou a tocar e vinha com palavras que pareciam se encachar com os sentimentos que sentia. Ele jogou seus braços em volta dos meus ombros quando o refrão dizia: