Abraçada pelas Sombras

Capítulo 23

ESTAVA NO COMPUTADOR DA RECEPÇÃO DA POUSADA, PROCURANDO NO BANCO  de dados do Alaric. Seu nome completo era Alaric Holder, fazia aniversario 25 de maio, tinha 23 anos, nascera em São Paulo capital. As informações que eu tinha que o Nathan me contou de seus pais haviam morrido quando ainda era um bebê e com seus 7 anos quando foi adotado pela família do Nathan e moravam no Maranhão, onde o Nathan tinha nascido. Seus pais sempre viajavam e algumas vezes para não ficarem longe dos seus filhos, todos se mudavam para outro estado, assim tanto quanto o Alaric quanto o Nathan já moraram em um canto diferente desse país, onde um amava estar em um lugar mais tranquilo e o outro queria a agitação que cidades grandes proporcionavam. Um era o inverso do outro, mas um elo os unia. Do jeito deles eu sabia que se amava como irmãos e sabia que era importante para ambos ter um ao outro, quando um perdeu toda sua família e o outro ao irmão mais velho, um ajudava ao outro a preencher um vazio que a perda deu a eles.

Estava procurando o nome do Alaric na internet no meu notebook, quando ele apareceu no refeitório. Estava vestindo uma camisa xadrez vermelha, calças pretas e botas marrom escuro.

- Porque esta vestido assim?

- Ah, cê sabe como é né, cidadezinha do interior. – disse puxando o R, como um caipira.

- Pare de agir como um caipira que nós não somos e também é ridícula essa sua imitação a eles, porque você não chega aos pés deles. Não menospreze as pessoas do campo.

- Eu não estou só quero me vestir assim como um premio a mim mesmo de estar nessa cidade há um mês contra a minha vontade. – agora ele estava vendo no meu notebook que estava procurando informações de São Paulo e disse com um sorriso de lado. – Se precisava de ajuda Cinderela sobre a minha cidade era só ter perguntado.

- Ah eu já o fiz, mas você não colaborou muito. E no caso de não querer estar aqui, é simples. Vá embora, não tem nada te prendendo aqui.

- É aí que você se engana, Princesa. Tanto porque eu só posso ir embora quando eu conseguir o que eu quero e a pessoa que pode me ajudar não esta colaborando muito. Então acho que vou ter que passar mais um tempo por aqui. Infelizmente.

Com isso foi embora e eu continuei com as minhas pesquisas.

Sem me dar conta às horas passaram voando. Não tinha conseguido as informações que eu tanto queria. No relógio marcava 8 da noite, eu estava em um canto mais isolado do refeitório, que tinha uma boa vista para a saída da pousada, onde eu o vi sair. Ele estava bem apressado e a luz daquela parte da pousada fez refletir em algo que estava preso em suas botas. Não consegue controlar a vontade de segui-lo para onde quer que ele esteja indo, tanto porque estava fazendo isso comigo para querer as suas respostas agora eu queria as minhas.

✼✼✼✼✼

No meu quarto eu ficara encarando ao caderno que eu pegara no quarto da Cinderela, um diário eu apostara. Folheei as cinco primeiras folhas, que continha escrita e desenhos infantis. Em uma dessas paginas tinha o desenho de uma garota montada em pônei toda feliz, com seu pai há admirando um pouco de longe e na legenda dizia a última vez que sorri de verdade e que fui feliz. Era a Haley e o Luke, só os dois felizes e isso não me vinha nada, sua mãe os afastara ou o quê. Cinderela o que tanto esconde de mim. Não conseguia ver mais nada daquele diário, era pessoal demais para mim. Era uma parte dela que nunca deixara ninguém ver e eu não tinha o direito de invadir isso.

Deitei na cama e escarava o teto, tentando esvaziar meus pensamentos. Quando um frio absorveu meu corpo, eu já havia sentido isso antes uma vez quando enfrentara um demônio, não qualquer um mais Mefistófeles Era um príncipe do inferno, sendo assim uma das muitas mãos de Satanás. Tinha só 15 anos quando aparecera para mim, falando uma língua estranha. Não pensara nem duas vezes para ataca-lo sabia da sua força, tinha estudado muitos dos demônios e lembrava-se da passagem do livro onde dizia sobre ele Mefistófeles é uma criatura satânica da Idade Média, conhecida como uma das encarnações do mal, aliado de Lúcifer e Lucius na captura de almas inocentes através da sedução e encanto através de roubos de corpos humanos atraentes. Mas é um dos demônios mais cruéis e em muitas culturas também se toma como sinónimo do próprio Diabo. Sabia que não seria fácil mata-lo.

- Meu belo jovem caçador, esta vida não foi digna para vós não. Estar a serviço de tal criatura sem ter a t nenhum poder ou luxo a desfrutar mais eu posso lhe dar, tudo que quiseres darei a ti. Entrega sua alma a mim e terás tudo que sempre quisestes.

- Nunca faria isso. Vocês são criaturas desprezíveis que só destroem e não deixarei que façam mais do que já fizerem em minha vida.

- A kisgyermekek alig tudják, hogy igaz történetét. Nem kell a lelkedet, mert már a miénk, az én kis harcos.

Eu lutara com ele com todos os meus esforços, mas nada o feria. Então me disse:

- Eu fui invocado criança e levarei uma alma a meu amo, mas esse não é você. Eu só queria poder conheço logo nos veremos de novo.

Assim ele se desvaeceu no ar e foi a primeira vez que tinha sentido esse mesmo frio absorveu meu corpo. Uma fúria cresceu dentro de mim e me dirigi a direção onde estaria este demônio.

Não tinha certeza do que encontrar, poderia ser de novo Mefistófeles já que dissera que iriamos nos encontrar de novo, durante esses anos pesquisei mais sobre ele e descobri que quando esse demônio é invocado ele retornara para o inferno, mas não sem antes levar a alma de um ser humano a Lúcifer. Não havia jeito de destruí-lo, ouvia muitos relatos de pessoas vendendo suas almas por bens matérias e carnais. Assim sabia que não estaria livre dele enquanto os seres humanos não pararem de serem doentios a sequer considerar a oferta das sombras, nós iriamos se encontrar de novo, mas para que, se eu não entregaria minha alma a ele.

Corria com a minha moto a minha maravilhosa Suzuki GSX-R1000 a toda velocidade, queria logo acabar com isso quem quer que fosse esse demônio, precisava voltar para onde nunca deveria ter saído. Energias se misturavam agora perto de onde estava o demônio, sentia uma que irradiava vitalidades e outras que eram cheias de trevas. Não podia me distrair, depois eu procuraria por essa outra energia. Estacionei minha moto e fui em direção à floresta.

Sempre usavam a escuridão para lhe darem vantagem, mas eu aprendera a fazer disso uma vantagem, sabia que a qualquer momento um deles poderia me atacar a um lado desprotegido meu, fingia não perceber que sua presença estava próxima para ataca-los de surpresa. E assim foi quando dessa vez eu me estremeci mais do que antes o que estava na minha frente não era um humano possuído, mas sim um lobo com uma cauda de serpente, chamas do fogo, como vómitos, saem de fora de sua boca, Amon Era um demônio também invocado, um que só magos poderia fazer, contudo na última batalha todos eles haviam morrido e só os feiticeiros existem que são obrigados a serem leais às ordens de Deus. Sem me dar tempo de pensar começou a avançar para perto de mim, peguei minha espada da cintura e impedi um dos seus ataques, sua forma humana era mais perigoso e arrepiante com uma cabeça de corvo, tendo um dos dentes canino e falando sobre o passado e o futuro de forma enlouquecedora. Só que sua forma animal não era muito fácil de lutar, não sabia como conseguir feri-lo, seus golpes eram precisos e sua defesa era impecável, não me dando oportunidades de atingi-lo. Ele conseguiu acertar sua calma em meu abdômen o que fez uma dor agoniante me fez vacilar um pouco e seu corpo com textura de serpente estava sobre o meu quando me derrubara, agora era a vez dele vacilar, rapidamente enfiei uma vaca em seu abdômen, grunhiu de dor e me levantando com dificuldade cortei ao meio com minha espada, sem corpo começou a desvanecer e eu desabara no chão recuperando meu folego. Um já tinha voltado para o inferno, agora faltava o outro. E quando iria começar a me perguntar onde ele estava ouvi um grito para o lado norte da floresta. Fui um pouco lento para um caçador, mas era muito rápido comparado a um humano normal. Então assim fui salvar quem estará gritando.